PRECIPTAÇÃO. Administração afirma que já havia tomado medidas para solucionar caso registrado na Cooperativa
Um registro de ocorrência feito pelos vereadores Felipe Kinn da Silva e Valdeci Alves de Castro trouxe à mídia o caso de uma máquina que estava sem uso na Coorperativa de Reciclagem, da Estrada Major Carpes, próximo a Potreiro Grande, em Montenegro. Contudo, o secretário municipal de Meio Ambiente, Adriano Chagas, diz que o início dessa história e seus desdobramentos vão além das informações relatadas pelos vereadores.
Conforme boletim de ocorrência registrado pelos vereadores no dia sete de agosto, deste ano, uma denúncia deu conta de que a máquina retroescavadeira JCB, placas ISR 6910, cedida pela secretaria municipal de Meio Ambiente para a Cooperativa dos Recicladores, estava parada. Felipe e Valdeci relataram que ao checar a situação encontraram o veículo sem uma roda dianteira, com vidros quebrados e sinais de vandalismo.
O secretário Adriano Chagas afirma que faltou clareza nos fatos e paciência, por parte dos vereadores, para buscar esclarecimentos das informações. “Eles estiveram aqui na secretaria e conversaram comigo. Fiquei de, no dia seguinte, enviar cópia de e-mails e procedimentos que foram adotados sobre o caso, o que fiz. Essa parte da informação eles não noticiaram em suas mídias”, comenta Adriano.
Segundo o secretário, a máquina não possui sinais de vandalismo. Os vidros foram quebrados no mês de junho, pelo namorado da presidente da Cooperativa, após um desentendimento. “Ela nos procurou e relatou o fato”, diz Adriano. A mulher teria sido orientada por ele a registrar ocorrência e assim fez. O primeiro B.O. foi feito no dia 18 de junho. Na ocasião, a mulher teria se comprometido a pagar pela troca dos vidros quebrados pelo companheiro, cerca de R$1.800,00.
Contudo, esse não seria o verdadeiro motivo pelo qual a máquina estava sem uso. Um relatório da secretaria de Meio Ambiente mostra que de janeiro até maio deste ano foram realizados 12 consertos nos pneus da máquina. A presença de material de vidro no local causa frequentes rasgos nos pneus e, diante disso, a Administração optou na troca de pneus comuns por maciços.
O processo para compra dos novos pneus teve início no mês de maio. O conjunto de rodas existente teve de ser retirado para ser enviado a São Paulo, cidade onde seria feita a fundição dos pneus maciços. Esse, conforme Chagas, é o real motivo para a máquina estar parada. “Os dados que estou mostrando agora poderiam ter sido mostrados pra eles. Fizeram tudo isso antes de vir aqui falar comigo”, disse Adriano em relação à atitude dos Vereadores registrarem outro BO sem conversar com a secretaria antes.
Em relação aos vidros quebrados, passado mais de um mês após o acordo firmado com a presidente da Cooperativa, o gestor do Meio Ambiente solicitou orientações à Procuradoria Geral do Município para saber como agir. Para o secretário, o cumprimento do trato ainda não ocorreu devido a problemas de falta de dinheiro envolvendo a outra parte. “Com a máquina estragada, ela teve que pagar uma empresa pra fazer o serviço e acabou ficando sem dinheiro, mas acredito que irá pagar. Nós confiamos na presidente da Cooperativa, é uma pessoa honesta”, acrescenta. Na tarde dessa terça-feira, 13, a máquina foi transferida para a secretaria municipal de Viação e Serviços Urbanos, onde será colocada em condições de uso. Outro veículo foi encaminhado para atender às necessidades dos cooperados e já atua no local.
A reportagem tentou contato com os vereadores, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno. O celular da representante da Cooperativa estava fora de área. A mulher também não estava na Cooperativa. Lá foi informado que ela se ausentou por alguns dias para resolver questões particulares. Em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal, a mesma lamenta a postura da notícia do Legislativo. “Em nenhum momento a matéria traz informações do lado do Executivo. Ouvir os dois lados se evita alguns tipos de precipitações, assim como gera transparência” – sinaliza a Acom.