Mantenha as crianças ativas no recesso escolar

Um dos períodos mais esperados pelas crianças no verão são as férias, momento que têm para se divertir e deixar de lado as atividades rotineiras. Mesmo assim, é fundamental que as crianças se mantenham ativas no período de recesso escolar. Para disfarçar a solidão e outros fatores que podem impactar a saúde infantil, muitas crianças acabam encontrando em “telinhas virtuais” o principal companheiro de férias. Celular, tablet, vídeo game ou computador acabam se tornando seus únicos passatempos, o que é um grande problema. A não realização de atividades físicas pelas crianças pode trazer problemas como cardiorrespiratórios, musculares, ósseos, cardiovasculares e metabólicos. Por isso, a época de férias pode servir para estimular os pequenos a manter hábitos saudáveis e atividades físicas. Lembre-se que é sempre possível ensinar brincando.

Franciele Rangel Alves, profissional de Educação Física. Foto: arquivo pessoal

A montenegrina Franciele Rangel Alves ressalta que, como profissional de Educação Física, defende as atividades físicas para crianças e adolescentes não apenas no recesso escolar, mas durante o ano todo. Assim, além de saudáveis, os jovens se acostumam com a prática. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma média de 60 minutos de atividade física aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes”, acrescenta.

Segundo Franciele, a atividade física é fundamental para o desenvolvimento motor, interatividade social com outras crianças, desenvolvimento saudável de músculos e ossos e também ajuda em quadros psicológicos como ansiedade. “Além de tudo isso, hábitos de atividade física incorporados na infância e adolescência possivelmente possam transferir-se para idades adultas”, afirma.

Pode parecer uma tarefa difícil, mas manter as crianças ativas nas férias só traz benefícios e pode ser mais simples do que parece. Conforme a profissional de Educação Física, os 60 minutos de atividade aeróbica moderada pode ser caminhada, pedalada de bicicleta, brincadeira na pracinha, interação com outras crianças, entre outros. “Algo que exija um pouco mais do que o corpo já está acostumado”, explica.

Quando se trata de crianças, o primeiro passo é entender que atividades muito direcionadas e longas acabam tirando o foco e interesse delas. “Então brincadeiras como pular corda, brincar de pega-pega e escode-esconde são ótimas para iniciar a prática de incentivo a exercícios físicos e manter as crianças em movimento”, ressalta.

Franciele destaca que o mais importante é o incentivo, iniciando a prática de atividades físicas para que se tornem rotina. Dentre os benefícios, ela enfatiza a melhora do condicionamento físico e do sono, melhora da concentração e maior facilidade de coordenação motora. “Além da socialização que hoje em dia, que estão muito mais nas frentes das telas, é cada vez mais raro”, diz. Lembre-se: momentos de distração são normais e todos têm. O importante é estipular horário para praticar algum tipo de atividade física para que se tornem hábitos diários e que vire rotina, assim, as distrações ou desistências são bastante diminuídas.

Diversas atividades físicas podem ser desenvolvidas de acordo com o gosto de cada criança. Foto: arquivo pessoal

Além disso, a música pode ser uma grande aliada. “Qualquer forma de atividade que envolva movimento corporal que estimule a crianças e adolescentes são sempre bem vindas”, expõe. Franciele pontua que hoje em dia a era TikTok trouxe forte este exemplo de atividade física. “Crianças e adolescentes dançam e se concentram em uma coreografia que a repetem por várias vezes até dar certo, e essa repetição de movimento e gasto de energia já pode ser considerada como uma atividade física moderada”, enfatiza. A hipótese de colocar o seu filho em uma nova atividade durante o período de férias, como dança, futebol, natação ou outras deve ser considerada. Este esporte pode vir a se tornar um hobby para a sequência da vida dele.

Franciele trabalha na academia Pró Vida, onde atua com crianças e adolescentes em aulas Kids de treinamento funcional, além de zumba direcionada aos pequenos. “São aulas mais especializadas e voltadas a prática de exercícios físicos, aulas voltadas a exercícios e coreografias especialmente criadas para essa faixa etária e principalmente com acompanhamento de um profissional da área”, explica.

São inúmeros os benefícios da atividade regular para crianças e adolescentes. Foto: arquivo pessoal

Cuidado com o sedentarismo
Com o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais acessíveis para a criançada, muitas vezes eles têm preferência por passar o tempo livre em frente às telas, com videogames e navegando pelas redes sociais ao invés de praticarem brincadeiras mais dinâmicas que exijam do corpo. Isto tem se tornado um agravante para o sedentarismo infantil, que após os tempos de isolamento social sofreu grandes aumentos.

O sedentarismo pode causar doenças como hipertensão arterial, obesidade, diabetes e aumento do colesterol. Embora essas enfermidades possam se manifestar somente alguns anos mais tarde, muitos dos fatores de risco surgem na infância ou adolescência.

A OMS estima que 39% das crianças de todo o mundo sejam obesas e, um dos principais fatores para isto, além da má alimentação, está no sedentarismo infantil. Uma criança é considerada sedentária pelo órgão quando pratica menos de 300 minutos de atividades físicas semanais. Estas atividades podem ser brincadeiras, jogos, esportes, transporte, recreação, entre outras do contexto familiar, escolar ou da comunidade.

Deixe as férias mais saudáveis
•Além de prejudiciais ao organismo, doces e refrigerantes deixam as crianças ainda mais agitadas;

• Crianças até 12 anos de idade não devem fazer atividades físicas com carga;

• O uso de computadores em excesso pode causar tendinite e dores nas costas pela má postura;

• Para garantir uma boa noite de sono, diminua a intensidade dos exercícios próximo as refeições, principalmente o jantar;

• Cuidado com os excessos, atividade esportiva é para causar bem-estar, exagerar pode provocar lesões e levar à competitividade e pressão desnecessárias.

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