Com pá. Homem não quis aderir à paralisação e investiu contra produtor rural
Um dos manifestantes responsáveis pela paralisação dos caminhoneiros em Montenegro foi agredido com uma pá na tarde dessa terça-feira, dia 29. O motorista de uma madeireira seguia na RSC-287 em direção a Capela de Santana e, às 14h40min, passou por um dos locais onde ocorre o protesto, em frente a TaQi, quando iniciou a confusão.
Os grevistas solicitaram ao condutor do Mercedes Benz 710 branco, com placas de Portão, que parasse e aderisse ao movimento. Segundo a vítima, Delamar Silva da Costa, 48 anos, o motorista tocou o veículo em direção a eles. O homem entrou na rua Apolinário de Moraes, mas na sinaleira foi alcançado por quatro dos manifestantes, que o seguiram em um Corsa Vermelho.
Neste ponto, o produtor rural Maicon Luís Kleinschmitt, 31, tirou a chave do caminhão, fazendo o homem parar. Foi quando o motorista se armou com a pá e o agrediu. A vítima conseguiu erguer o braço esquerdo e evitar o golpe na cabeça. Ele sofreu um corte no pulso e levou três pontos.
A Brigada Militar passava pelo local no momento e conseguiu evitar consequências mais sérias. Os policiais levaram a vítima para atendimento no Hospital Montenegro e também escoltaram o acusado até a saída do município, evitando possível represália.
Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Delamar alegou ter agido em legítima defesa. “Me tiraram de dentro da caminhão e (durante a abordagem), por pouco, não bati em um poste. Precisei me defender”, disse à reportagem. Ele veio a Montenegro buscar materiais para serem usados em um portão na madeireira onde trabalha em Capela.
Já o produtor rural, morador da Timbaúva que trabalha no cultivo de bergamota na localidade de Alfama, dá um relato diferente. Na versão dele, o motorista foi convidado a aderir ao movimento, mas investiu com o caminhão contra eles. Por isso, ele e mais três homens teriam perseguido o acusado. “Estamos fazendo a manifestação para melhorar a vida de todo mundo e ele tocou o caminhão para cima da gente. Nós pedimos numa boa e ele enlouqueceu. Só tirei a chave para ele não fugir”, argumentou. O agredido pretende ver o homem processado criminalmente.
O produtor rural ressalta, ainda, o fato de a paralisação ser pacífica. Também lamenta a baixa adesão por parte da classe dos caminhoneiros. Por fim, diz ter dado todo apoio a quem optar por integrar a greve.