Manifestações não impactam o abastecimento na região

Rodovias registraram bloqueios, que logo foram liberados

As manifestações pelas rodovias em contrariedade ao resultado das eleições para Presidente da República, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva, também tiveram focos no Vale do Caí. Na manhã de terça-feira, dia 1º, a ERS-122, em São Sebastião do Caí, havia sido trancada no quilômetro 9, inclusive com queima de pneus. Mas, com a chegada do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 27º BPM, o grupo liberou a passagem por volta das 9h30min.

Segundo o comandante, major José Luiz Krauze, foi permitido que o ato democrático continuasse, desde que realizado no acostamento e sem paralisação. “A manifestação deve ser pacífica e não deve trazer nenhum prejuízo aos demais populares”, definiu. No mesmo horário, o 3º Pelotão da PRE conseguiu dissuadir os manifestantes no ERS-240 em Portão, que liberaram as quatro pistas após longo questionamento.

Já no final da manhã de terça-feira, 1º, um grupo de pessoas ocupou o canteiro do entroncamento entre as RS’s 240 e 124 (rótula da Antarctica), mas sem obstruir o fluxo de veículos. Conforme um dos líderes do movimento, a intenção é se manifestar de forma pacífica. Durante o ato, o grupo pediu apenas que caminhoneiros aderissem à manifestação, parando fora das pistas. Em Pareci Novo, na localidade de Matiel, um grupo chegou a interromper o trânsito no quilômetro 8 da ERS-124 na segunda-feira. No entanto, nessa terça, já não havia nenhuma manifestação no local. Em relação às vias federais, havia bloqueio total na BR-386, em Triunfo, na comunidade de Vendinha, e em Nova Santa Rita, na rótula da Santa. Conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve negociação com os manifestantes nos dois pontos na terça pela manhã e o trânsito foi liberado.

Na manhã dessa terça-feira, 1º, manifestantes bloquearam a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. No início da tarde, os caminhões das distribuidoras conseguiram deixar a refinaria com a ajuda da Brigada Militar. O protesto chegou a causar atraso na entrega de combustíveis de diversos postos. Com receio, os motoristas correram para abastecer.

Em uma ronda por postos de combustível de Montenegro, a reportagem ouviu o relato dos profissionais de que o movimento foi intenso durante o dia, mas, na maioria deles, não houve registro de desabastecimento. Em um estabelecimento, localizado na Via II, os profissionais relataram que houve racionamento de diesel, ocasionado pelo atraso na entrega, com preferências para abastecer veículos do poder público e ambulâncias. A situação, no entanto, foi normalizada ainda no fim da tarde de terça.

Em Montenegro, grupo protestou na rótula entre as RS’s 240 e 124, mas sem bloquear o trânsito

Gabinete de crise monitora situação
Na tarde de segunda-feira, dia 31 de outubro, o governador Ranolfo Vieira Júnior instalou, por meio de decreto, um Gabinete de Crise para gerenciar a situação dos protestos, inclusive em rodovias federais. A primeira reunião foi na terça, quando foram apontadas ações prioritárias para evitar desabastecimento de combustíveis e liberar todos os pontos de bloqueio.

As autoridades reunidas também discutiram as ações jurídicas cabíveis para responsabilização dos envolvidos. O governador considera irregulares as intervenções, e determinou o emprego dos batalhões da Brigada Militar para retomar o controle. “Minha ordem às forças de segurança é para agir e efetuar os desbloqueios de forma imediata, conforme indica a lei”, declarou.

Caso as ordens de liberação não sejam cumpridas, os infratores poderão ser multados em valores que variam de R$ 10 mil a R$ 100 mil – para pessoas físicas ou jurídicas, dependendo da natureza da irregularidade. Se ainda assim houver resistência, o uso da força poderá ser aplicado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já havia determinado a desobstrução com uso de tropas das Polícias Militares pelos Estados.

Entidades de transporte se manifestam contra bloqueios pelo País
A Confederação Nacional do Transporte (CNT), entidade de representação das empresas de transporte no Brasil, se manifestou nessa segunda-feira, 31, contra as paralisações em rodovias do País. A entidade disse que respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. “Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis. Nesse sentido, a CNT tem convicção de que as autoridades garantirão a circulação de pessoas e de bens por todo o País com segurança, entendendo que qualquer tipo de bloqueio não contribui para as atividades do setor transportador e, consequentemente, para o desenvolvimento do Brasil”, destaca a nota.

Já a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) declarou em um comunicado nessa terça-feira, 1º, que as paralisações não são uma greve da categoria. A entidade ainda disse que a categoria foi surpreendida por interdições e bloqueios improvisados no seu local de trabalho, ou seja, as rodovias. “A CNTA reforça para a opinião pública a responsabilidade e a seriedade dos caminhoneiros autônomos no trabalho incansável para movimentar e abastecer o País mesmo diante de grandes crises mundiais como pandemia, oscilação do preço do diesel e a guerra, estando sempre ao lado da ordem e do estado democrático de direito”, concluiu o comunicado.

Sem registro de bloqueios na região
Conforme a última atualização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgada no fim da tarde dessa terça-feira, 1º, há bloqueio parcial no Km 435 da BR-386, em Nova Santa Rita. Já no Km 412 da rodovia federal, na localidade de Vendinha, em Triunfo, não há mais trancamento da pista. Nas rodovias estaduais da região, conforme a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), também não há mais registros de bloqueios. Na tarde desta terça, manifestantes chegaram a colocar fogo em pneus na ERS-124, no Km 44, no Polo Petroquímico, mas o trânsito foi liberado no local ainda ontem.

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