Manifestações marcam o 7 de Setembro com atos no Município

Grupo de caminhoneiros afirma que movimento segue nos próximos dias

Trabalhadores do transporte de cargas realizaram, desde as primeiras horas dessa terça-feira, feriado da Independência do Brasil, manifestação de Sete de Setembro. Eles se concentraram em, ao menos, dois pontos de rodovias em Montenegro. Houve movimentação junto às Lojas Taqi, na RSC-287. A principal concentração, porém, ocorreu na rótula da Ambev, na ERS-240, onde, já cedo, cerca de 20 manifestantes convidavam outros motoristas de caminhões e utilitários que passavam pelo local para que ficassem parados.

Veículos com “carga viva”, ração animal, perecíveis, medicamentos e oxigênios foram parados apenas para vistoria e liberados na sequência. Os demais caminhões, com carga armazenada em câmara fria, eram parados e precisavam ser estacionados no entorno. Os veículos de passeio foram liberados. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) acompanhou de perto o protesto e dialogou com as lideranças do ato durante o dia para evitar bloqueios na pista e quaisquer conflitos.

Veículos grandes foram parados e revistados pelos manifestantes desde a manhã

Um dos líderes do ato em Montenegro, o caminhoneiro Luciano Fortes, explicou como ocorreu a organização dessa manifestação. “O ato vem sido organizado há mais de dois meses, está tudo documentado, por isso começamos às 6h. Queremos o impeachment de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é nossa principal reivindicação. Não estamos aqui como motoristas de caminhão, estamos pelo povo”, declarou.

Luciano frisou ainda que o manifesto, na rótula da Ambev, não tem hora para acabar. Ele segue pelos próximos dias. “Por 72 horas, esses veículos grandes que estão sendo liberados, vão passar. Depois disso, se nada mudar lá em Brasília, esses vão ficar parados também. Queremos trazer o povo para a nossa manifestação. É um movimento legítimo”, completou.

O caminhoneiro Adilson da Silva, que transportava maçã, uva, manga e outras frutas para um mercado de Taquari, foi abordado pelos manifestantes e precisou parar. “Sabíamos que haveria o ato, mas o patrão disse para vir. Nós temos família, precisamos trabalhar. Se não obedecemos a ordem de um chefe, sabemos o que acontece. Tiramos as frutas da câmara fria em Pareci Novo e íamos levá-las a Taquari, mas teremos que ficar aqui”, comentou à reportagem pela manhã. Até o fechamento desta edição, a movimentação continuava no local.

Na tarde, muitos dos participantes se abrigaram da chuva junto ao posto

Dezenas se reuniram ao movimento durante a tarde
Na parte da tarde, de terça-feira, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se juntou aos caminhoneiros no posto de gasolina junto à rótula da Ambev. A manifestação foi organizada pelo Núcleo Conservador de Montenegro e estava marcada, originalmente, para ocorrer na Praça dos Ferroviários. Porém, o local foi alterado para dar força à manifestação que já ocorria. Abaixo de chuva, dezenas se reuniram com camisetas e bandeiras do Brasil.

Dentre as principais pautas, estava a defesa do chamado “voto impresso auditável”; projeto rejeitado recentemente pela Câmara dos Deputados. “Além disso, buscamos a independência dos poderes, porque os poderes devem trabalhar de acordo com os ditos da Constituição. Buscamos ainda combater o ativismo, a demagogia política e, sobretudo, a não tolerância à ditadura”, adicionou Ademir Penz, tesoureiro do Núcleo, em seu discurso ao grupo.

Manifestantes levavam consigo bandeiras do Brasil

Também membro, o empresário Robson dos Santos discursou aos presentes sobre o “voto auditável”. “(A manifestação) tem o principal motivo de conseguir levar para o nosso País a vontade de todos nós de que tenhamos no ano que vem eleições limpas, transparentes. Que se possa mostrar a todos que o voto é o nosso principal direito; que mostra que a democracia existe”, colocou.

Ele ainda destacou a defesa do movimento pela liberdade de expressão de opiniões. “Esqueçam esse tipo de manifestação que nós estamos fazendo aqui hoje caso o outro lado volte ao poder. Esqueçam que nós poderemos expor nas redes sociais as nossas ideias e pensamentos; e que nós poderemos falar abertamente sobre política caso o outro lado volte”, opinou. O grupo cantou o Hino Nacional, orou e reproduziu áudio com o discurso feito pelo presidente Bolsonaro à apoiadores, em Brasília, durante a manhã. (DM)

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