Mamógrafo do HM completa 1 ano e meio parado e segue sem previsão de conserto

Demanda do Município está sendo transferida para o hospital de São Sebastião do Caí

Um ano e seis meses atrás, no dia 28 de janeiro de 2020, um raio atingiu o Hospital Montenegro (HM). O acidente danificou vários equipamentos da instituição, entre eles o mamógrafo.

Desde então as mulheres de Montenegro que têm que fazer mamografias – o exame que detecta o câncer de mama – têm que se deslocar para outros municípios para realizar o procedimento. A principal demanda está sendo atendida pelo Hospital Sagrada Família, de São Sebastião do Caí.

Em Montenegro, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a junho deste ano foram encaminhadas 725 mulheres para o hospital de São Sebastião do Caí para a realização de mamografias, sendo 420 exames pagos pelo Estado e 305 pelo município.

A reportagem solicitou ao Hospital Sagrada Família o número de mamografias realizadas após o equipamento do Hospital Montenegro ter estragado. No entanto, a instituição informou apenas que houve um aumento significativo na realização de exames de mamografia após o problema com o mamógrafo do HM.

Uma das 725 moradoras de Montenegro que teve que se deslocar até o Caí para a realização do exame neste ano foi dona Loreni Marques, 49 anos, moradora da localidade de Rua Nova. O principal problema, segundo ela, foi a distância percorrida até o local, uma viajem de cerca de cerca de 40 Km encarada pela moradora. “Se tivesse como fazer aqui em Montenegro seria muito mais fácil, evitaria fazer essa viagem”, destaca.

É longa a “novela” do mamógrafo em Montenegro
O mamógrafo entrou em funcionamento em fase de teste no Hospital Montenegro em maio de 2019, mas o caminho percorrido para o equipamento passar a atender à demanda da comunidade foi longo.
O equipamento foi adquirido na gestão do então prefeito Paulo Azeredo. No entanto, após ele sofrer o processo de impeachment, Luiz Américo Aldana assumiu o Executivo Municipal e chegou a cogitar a possibilidade de devolver a máquina por falta de um local para instalação.

Equipamento não funciona desde fevereiro de 2020. FOTO: arquivo Jornal Ibiá

Foi então que o Hospital Montenegro manifestou interesse em instalar o equipamento em suas dependências. Como condição, o HM pediu que fossem realizadas obras de adequação do espaço onde ficaria o mamógrafo.

Um convênio no fim de 2015 foi firmado entre a Prefeitura e o HM e até foi feito um primeiro repasse para que as intervenções iniciassem. Mas, diversos problemas que surgiram no meio do caminho, e levaram ao vencimento do convênio e a paralisação do processo em junho de 2016.

Com o impasse para a realização de um novo acordo, foi necessário o envolvimento do Ministério Público para solucionar a questão e evitar a perda da garantia do produto. Se teve ainda que buscar recurso de outras frentes até que a obra da sala do mamógrafo pudesse ser concluída. Ainda assim, houve mais um tempo de espera até que o Estado, também através de convênios, repassasse valores para o custeio da operação do equipamento.

Após entrar em pleno funcionamento, em junho de 2019, o mamógrafo funcionou até fevereiro de 2020, quando foi acometido pelo problema da descarga elétrica que atingiu a instituição hospitar. Desde então o hospital busca o conserto do equipamento, que ainda não tem previsão de voltar à atender a demanda da comunidade.

O que diz o HM
O Hospital Montenegro informou que o mamógrafo está em processo de conserto, mas ainda não há previsão de quando o equipamento voltará a funcionar.

De acordo com a instituição, em fevereiro de 2020 o hospital recebeu a visita de um engenheiro da empresa Philips, fabricante do mamógrafo, que diagnosticou uma falha na placa mãe do equipamento, não sendo possível garantir que este era o único defeito. Em uma nova avaliação, em setembro de 2020, foi diagnosticado também uma falha de comunicação com o detector.

Conforme o HM, o custo total dos orçamentos apresentados pela empresa para o conserto do equipamento foi de R$ 127.937,00. O valor será pago integralmente pelo hospital, que já custeou algumas peças e as visitas técnicas.

No entanto, o principal problema está na aquisição de peças para o conserto do mamógrafo. De acordo com o HM a empresa Philips alegou que o equipamento esta fora de linha e, portanto, há dificuldades em prover peças para o mesmo.

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