PLANTA nasceu no quintal sem ser semeada
Aos 99 anos de vida, dona Bruny Walter nunca havia visto um mamoeiro gerar tantos frutos. Selma Theisen, 73 anos, cuidadora de Bruny, tentou contar quantos mamões nasceram no pé, mas não conseguiu concluir a contagem. O mamoeiro é novo, é a primeira vez que dá frutos. Ele nasceu “por acaso” no pátio da residência, na rua Ramiro Barcelos, Centro de Montenegro.
Mesmo sem saber o número exato de frutos, Selma ficou admirada diante dos vários mamões e resolveu chamar a reportagem para registrar o fato. “Nunca vi algo assim. Olhei e pensei que tínhamos que fazer uma matéria”, comenta a acompanhante de Bruny.
“Não plantamos ele. Quando vimos, nasceu”, reitera Selma. Ela tenta achar explicação para o desenvolvimento da planta, já que há outro mamoeiro no pátio e nunca deu fruto. “Ele não tem nenhum cuidado especial. Só o que faço é colocar pó de café, vai ver que isso nutriu ele”, reflete. “Todos os dias eu fico olhando e admirando”, diz dona Bruny. “Espero que amadureçam antes do Inverno, aí sim serão bons”, acrescenta. Os frutos ainda estão se desenvolvendo, mas a dupla já faz planos para quando estiverem prontos para o consumo. “Vamos comer e dar para as pessoas”, diz a dona da casa.
O engenheiro agrônomo Marcos Schäfer, assistente técnico em manejo de recursos naturais e apoio técnico na área de fruticultura da Emater/Ascar, Regional de Lajeado, explica que, por se tratar de uma fruta de clima tropical, a região não oferece condições favoráveis para cultivo de mamão em escala comercial. Contudo, mamoeiros conseguem se desenvolver em pomares domésticos, principalmente em microclimas, onde consigam acumular mais calor no Inverno. O que pode ocorrer próximo de muros ou em calçadas.
Para o agrônomo, a quantidade de mamões do mamoeiro de dona Bruny é algo raro, principalmente em uma planta nova. Mesmo se tratando de variedades diferentes da fruta, Marcos faz comparação: “A produção de mão formosa da minha propriedade dá de 5 até 10 frutos. De uma planta mais velha, com vários ramos, consegui chegar de 25 a 30”, ilustra.