Abastecimento. Não há empresas interessadas em construir a torre da caixa d’água
Faltam poucos dias para o verão, e novamente a comunidade interiorana de Bom Jardim vive apreensiva em relação ao abastecimento de água potável. Os moradores contam com dois poços artesianos, mas somente um está em funcionamento. O segundo, perfurado em 2018 para solucionar a falta de água, ainda não foi ativado. Uma espera de quatro anos, restando apenas a instalação da caixa d’água de 20 mil litros.
A presidente da Associação Comunitária de Bom Jardim, Noemi Silveira da Motta, lembra que a torre construída foi condenada e não poderá mais ser utilizada. “Tá igual como tava antes. Tudo desativado! Luz cortada, tudo trancado”, descreve. O plano da organização é pegar aquela caixa d’água do segundo poço, e que está em desuso, e somar aos reservatórios do primeiro poço, como forma de mitigar a falta – e baixa pressão – do abastecimento nos próximos meses de calor.
O secretário de Desenvolvimento Rural (SMDR), Ernesto Kasper, confirma que um engenheiro avaliou que há problemas estruturais. “Com isso, foi feito por ele novo projeto e processo de licitação para que uma empresa seja contratada e seja refeita a estrutura”, informou.
Segundo a Prefeitura, através de sua assessoria de comunicação, a abertura do processo interno para elaboração do projeto da estrutura da caixa d’água ocorreu no dia 18 de junho de 2021. Mas a equipe técnica da Secretaria de Obras Públicas (Smop), formada por engenheiros e arquitetos, é pequena atender as muitas demandas e fiscalizações; e ainda teve afastamentos devido a Covid-19, adiando a conclusão.
Conforme o governo municipal, em 15 de julho passado foi realizado o primeiro pregão para contratar a empresa que faria o trabalho, mas não houve interessados. Um segundo pregão ocorreu em 25 de agosto; e, mais uma vez, a concorrência foi deserta.
Neste momento a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural prepara o terceiro pregão, na es
perança de que a estrutura possa ser erguida ainda este ano. A expectativa é que o investimento fique na casa dos R$ 40 mil.
Promessa com mais de um ano
Em relação a rede de energia elétrica para, posteriormente, acionar a moto-bomba, a Administração Municipal alega que não possui informações sobre corte. “Contudo, é preciso lembrar que esta é uma responsabilidade da Associação, criada com o objetivo de administrar a distribuição da água”, diz o texto enviado ao Ibiá.
Em outubro do ano passado aconteceu uma reunião na Câmara de Vereadores onde o secretário Kasper já prometeu a contratação de terceirizada para consertar a torre da caixa. Na época, o prazo para conclusão da obra era de até três meses. Enquanto isso, as casas do Bom Jardim continuam com períodos de baixa vazão nas torneiras devido ao contraste entre demanda e oferta de água. O poço com reservatório no topo da lomba, as margens da ERS-411, resolveria também o problema da pressão.