Na manhã desta quarta-feira, 13, mais um veículo que fazia o transporte escolar contratado pelo Prefeitura de Montenegro ficou pelo caminho, estragado. É o quarto caso, desde o início do ano letivo, em 20 de fevereiro.
Desta vez, o micro-ônibus estragou na localidade de Passo da Serra, após ter transportado 22 crianças. As informações são do vereador Valdeci Castro (PSB) que, logo cedo, recebeu a denúncia e foi até o local. “O mais engraçado é que este micro-ônibus não passou pela vistoria pela Prefeitura”, escreveu ele nas redes sociais.
O caso ocorre poucas horas após uma reunião que o prefeito Carlos Eduardo Müller (Kadu) promoveu com as empresas contratadas em seu gabinete ontem, 12. Segundo informou a Assessoria de Comunicação, após os problemas anteriores ocorridos com o transporte escolar, Kadu buscou uma aproximação, frisando a importância do cumprimento dos critérios estipulados nos contratos de prestação de serviço. O caso desta manhã parece apontar que a conversa não deu muito certo.
A secretaria municipal de Educação e Cultura foi até o Passo da Serra hoje para averiguar a situação atual. A reportagem aguarda o posicionamento oficial.
Problemas atrás de problemas
Após anunciar que, neste ano, só seriam contratados veículos com capacidade para mais de 25 passageiros, a Prefeitura foi bastante criticada. Mesmo alegando que visava dar maior agilidade e segurança ao serviço – com mais crianças em um mesmo carro – o Município recebeu críticas por cortar a possibilidade de contratação das Kombis e por acabar colocando ônibus muito grandes para rodar nas estreitas e precárias estradas do interior.
Foi justamente por problemas nas vias rurais que o primeiro problema deste ano ocorreu. Chovia bastante na manhã de 25 de fevereiro, quando um dos ônibus acabou atolando na localidade de Alfama. Precisou ser puxado por um trator para seguir viagem. O caso se somou a uma série de outras denúncias ao estado de conservação dos veículos contratados e culminou na ida de um grupo de vereadores ao Ministério Público que oficializou uma ação contra o Município.
Em 7 de março, a Administração promoveu, então, uma vistoria coletiva. Reuniu todos os 20 veículos contratados no Parque Centenário para uma avaliação conjunta, que chegou a confirmar algumas irregularidades. Os carros com problemas foram notificados de que só poderiam rodar caso corrigissem as falhas verificadas.
Nesta segunda-feira, 11, uma das empresas desrespeitou a regra do limite de passageiros e realizou o transporte escolar usando uma Kombi. Ela alegou que o ônibus destacado para o serviço naquele dia – que, teoricamente, foi vistoriado no Centenário – estava com vazamento de ar e, por isso, precisou ser substituído. Como se não bastasse o uso irregular da Kombi, o veículo ainda perdeu uma porta no meio do caminho.
No mesmo dia, aí na área urbana, no bairro Zootecnia, um micro-ônibus precisou ser deixado em frente à Escola Dr. Guilherme Moojen, sem condições de rodar. A reportagem foi ao local e constatou pneus carecas, falta de cintos de segurança, sujeira, dentre outras irregularidades. A Prefeitura confirmou que o veículo não havia passado pela vistoria coletiva e que a empresa o utilizou também irregularmente. Sanções previstas em contrato foram prometidas pela Administração.
Atualmente, os contratos de prestação de serviço do transporte escolar têm caráter emergencial. O pregão oficial estava marcado para ocorrer nesta segunda-feira, mas foi suspenso. A Prefeitura explicou que ainda precisa avaliar algumas regras.