Economia. Indíces de desperdício estão caindo desde 2013, segundo a Corsan
Por mês, Montenegro consome, em média, 250 milhões de litros de água tratada. Deste volume, em 2013, havia uma média anual de 37% de perdas. No mês de fevereiro de 2017, esse índice caiu para 31%. “Parece tímido, mas em nível de Brasil estamos muito bem”, aponta o gerente da Corsan em Montenegro, Lutero Fracasso.
Desde a assinatura do contrato de programa entre Corsan e Município de Montenegro, em 2012, já foram substituídos 30 quilômetros de redes, e restam mais oito quilômetros para trocar. Luterno ressalta que, com a adequação das tubulações, o índice de vazamento é bem menor, consequentemente as perdas de água também são reduzidas. “Há menos interrupções do abastecimento, para conserto e menos transtornos no trânsito”, aponta.
Com isso, o desperdício por problemas na rede diminuiu, resultado do programa de substituição de redes antigas. A perda de água é fruto de uma cultura em que não se tinha a perspectiva de que a água é um recurso limitado. “Neste sentido, devemos cuidar do meio ambiente, de um modo geral, bem como ao usarmos a água potável, sermos o mais cuidadosos possível.
Exemplos: não deixar a torneira aberta ao escovar os dentes, lavar o carro utilizando um balde e com menos frequência, não varrer a calçada utilizando a água potável e, na medida do possível, reaproveitar as águas”, aponta Lutero.
Novas tecnologias combatem desperdício
Nos últimos anos, diversos setores da sociedade têm demonstrado preocupações com o consumo, uso racional e a preservação das fontes de água. A arquiteta Aline Athaydes relata que há iniciativas na construção civil que têm por objetivo o uso consciente do produto. “Existem cidades aqui no sul, como Bento Gonçalves, onde loteamentos com novas unidades habitacionais são construídos com estação da tratamento de água. Além de reaproveitar a água do chuveiro, por exemplo, evitam que essa água volte para a natureza e contamine o lençol freático. Essa água tratada pode voltar a ser potável”, revela.
Também há iniciativas mais simples, como instalar cisternas para captação da água da chuva. Essa água pode ser usada para jardins, lavagem de carros e de pátios, exemplifica Aline. Há ainda sistemas hidro sanitários, como descargas que consomem menos água. “As antigas eram de 30 litros e essas mais ecológicas consomem apenas seis litros. Em uma casa com quatro pessoas, a descarga é acionada, em média, 16 vezes ao dia. Também existem chuveiros com temporizadores que limitam e acarretam na economia de água”, destaca a profissional.
As opções de projetos para casas e prédios com conceito ambiental se aplicam a obras novas. “Na reforma, não compensa, mas em obras novas fica fácil de executar”, aponta Aline. A arquiteta ainda alerta para vazamentos em residências, que muitas vezes são detectados após um longo período, quando paredes começam a “descascar”. “A manutenção dos equipamentos é importante e as canalizações nos pátios também podem ter problemas. Se perde muitos litros até o morador se dar conta de que havia um vazamento, após notar umidade nas edificações em razão do solo encharcado ”, aponta.
saiba mais
– O Dia Mundial da Água foi criado em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU), diante da importância da água para vida e da necessidade urgente de manter esse recurso disponível.
– No mesmo ano, também foi divulgada a Declaração Universal dos Direitos da Água, um documento sobre as sugestões, medidas e informações necessárias para a solução dos problemas do uso da água, considerando-a um bem perecível.
– No Brasil a Agência Nacional de Águas (ANA) estima que 61% da água disponibilizada é aplicada na agropecuária. O restante é dividido entre as áreas urbana (22%) e industrial (17%).