CAMPANHA está sendo organizada pela Associação Comunitária para ajudar na reconstrução
Desde a última quarta-feira, 1º de maio, a comunidade de Porto Garibaldi, no interior de Montenegro, está submersa pelas águas do Rio Caí. 330 pessoas tiveram que sair de casa na localidade. 89 estão abrigadas na Escola Adão Martini e no Salão da Paróquia Santo Antônio, na Vendinha. O restante dos moradores se divide em casas de parentes ou amigos.
Entre os moradores afetados está Daniela Silva, de 47 anos, que compartilhou sua história de em meio à tragédia. “Quarta-feira de madrugada já estávamos com água em casa”, relata, descrevendo o momento em que a enchente invadiu sua residência. Com a água avançando rapidamente, a comunidade logo percebeu a necessidade de evacuar. “Na quinta-feira de madrugada, quando o presidente da associação comunitária pediu para recuarmos, decidimos sair de casa”, conta.
A situação se agravou rapidamente, deixando os moradores sem opção senão buscar abrigo em locais mais altos. Daniela e sua família foram para a casa de parentes, local que também foi atingido pela água poucas horas depois. Foi então que a Escola Adão Martin abriu as portas para os desabrigados da comunidade de Porto Garibaldi. “Não temos nada, perdemos tudo. Nem sei se a casa ainda está de pé, porque não conseguimos chegar até lá para ver”, lamenta a moradora.
O momento ainda é de incerteza para as famílias afetadas, que ainda não puderam retornar para avaliar os estragos e calcular suas perdas. Apesar das adversidades, Daniela destaca a solidariedade e o acolhimento que encontraram no abrigo. “Estamos sendo bem atendidos. Não falta nada para nós. Eles nos acolheram aqui como família. Só temos a agradecer a essas pessoas”, diz ela, com gratidão.
No entanto, a preocupação com o futuro é constante. “Vamos precisar de tudo, porque não temos mais nada. O relato de quem passou hoje de barco pela nossa casa é que a água passou do telhado”, afirma Daniela. Enquanto aguardam a diminuição das águas para poderem retornar e reconstruir suas vidas, as famílias contam com a solidariedade da comunidade e a esperança de dias melhores. “Vamos precisar muito de ajuda para poder reconstruir a nossa vida”, conclui a moradora.
Comunidade une esforços para enfrentar as consequências
Enquanto as águas do Rio Caí seguem afetando a localidade de Porto Garibaldi, a solidariedade e a determinação da comunidade são esperança em meio à tragédia. Cleber Pires Goulart, presidente da Associação Comunitária local, compartilhou a situação atual e os esforços em curso para lidar com os impactos da enchente. “Hoje estamos com grande parte das famílias acolhidas na Escola Adão Martini, na Vendinha”, relata Cleber.
Ele destaca o acolhimento da comunidade vizinha tem sido fundamental para o apoio às famílias desabrigadas. Porém, ele lamenta a ausência de suporte por parte do poder público. “Tudo tem sido feito pela comunidade, o poder público só esteve lá para fazer uma lista dos desabrigados, mas ajuda até agora não chegou nenhuma”, afirma.
Apesar das dificuldades, a comunidade se mobiliza para iniciar o processo de recuperação. “Algumas casas que ficam no início da localidade já foram limpas hoje por voluntários, inclusive uma equipe da John Deere esteve aqui”, conta Cleber. As doações, neste momento, estão sendo recebidas na Escola Adão Martini, mas o plano é estabelecer um centro de operações para coordenar os esforços de reconstrução assim que as águas baixarem.
“Nosso plano é, quinta ou sexta-feira, baixando essa água, fazermos um mutirão e limparmos a escola José Garibaldi, o galpão da associação, e montarmos um QG”, explica Cleber. A associação criou um PIX solidário para facilitar as doações, que serão essenciais para auxiliar as 135 famílias atingidas apenas em Porto Garibaldi. As doações podem ser feitas através da chave celular 51998059073, diretamente para Cleber.
Para atender às necessidades imediatas, a comunidade solicita doações de fraldas nos tamanhos RN, G e XG, além de materiais de limpeza, que podem ser entregues na Escola Adão Martini. “Com a solidariedade e a união de todos, Porto Garibaldi se erguer novamente, mostrando que, mesmo diante da adversidade, o espírito comunitário prevalece”, conclui o presidente da associação comunitária.