Maioria das escolas estaduais não retoma aulas presenciais hoje

Na EEEM São Francisco de Assis, assim como nas outras escolas estaduais da região, foram entregues apenas termômetros digitais até o momento. FOTO: Arquivo Pessoal

Falta de funcionários e dos equipamentos de segurança são os principais motivos

Programado para hoje, dia 20, o retorno das aulas na Rede Estadual, para Ensino Médio e Técnico, não ocorre na maioria das escolas de Montenegro e região. No município, apenas a Escola Técnica São João Batista retoma as atividades. Guarnecida de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a instituição está pronta para receber seus alunos nos três turnos. De acordo com a diretora Juliana Cabreira Bender, ainda não há previsão do número de estudantes que voltam, já que o termo para participação nas aulas pode ser entregue hoje. “Nos técnicos, as práticas laboratoriais também são retomadas. As atividades teóricas para os cursos seguem de maneira remota”, pontua.

No Colégio Estadual de Ensino Médio AJ Renner, até a manhã desta segunda-feira,19, os EPIs ainda não haviam chegado. De acordo com a vice-diretora da instituição Elaine Schneider, a volta às aulas dependia exclusivamente deles.
“Assim que esses materiais chegarem, toda a escola estará preparada para receber os alunos. Os protocolos de segurança e distanciamento estão prontos para serem seguidos, assim com as salas preparadas e horários dos professores definidos”, pontua.

Já no colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos, o impasse sobre o retorno permanece, mesmo com data definida, mas por outro motivo. O maior problema enfrentado é a falta de luz em mais da metade da escola, já que fios da rede elétrica foram furtados, o maior prejuízo em agosto, com orçamento avaliado em R$ 64 mil.
No Colégio Estadual Ivo Bühler (Ciep), além da falta de itens de proteção para enfrentamento à Covid-19, não há funcionários suficientes para a higienização diária.

Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) São Francisco de Assis, de Pareci Novo, aguarda materiais para retorno às aulas. Foto: arquivo pessoal Maria Elena Reinehr

No quadro de colaboradores, segundo o assistente financeiro da instituição, Samuel Borges, há apenas duas pessoas que trabalham no setor de limpeza. “Uma delas afastada por ser do grupo de risco para o coronavírus. Em um cenário ideal, seriam necessários seis colaboradores, para pudesse se trabalhar de maneira escalonada e com higienização frequente dos espaços”, indica.
Materiais como álcool em gel, máscaras, protetores faciais do tipo Face Shield e tapetes sanitizantes foram adquiridos com dinheiro da autonomia financeira escolar.

Dos 70 alunos do Ensino Médio no turno da manhã, apenas 15 demonstraram interesse em retornar presencialmente. “E dos 212 da noite, nenhum confirmou. Nós estamos com planejamento da rotina todo pronto. Mas é preciso, principalmente, uma volta às aulas presenciais com segurança para estudantes, professores e funcionários”, destaca Samuel.

Na região, escolas aguardam receber equipamentos
As turmas de Ensino Médio das escolas da Rede Estadual de Ensino de Pareci Novo, São José do Sul, Brochier e Maratá não retomarão seus encontros presenciais nesta terça-feira, dia 20, como previa calendário divulgado pelo Estado na última semana. Isso ocorre porque elas ainda não receberam todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) e outros produtos prometidos pelo Executivo estadual para viabilizar o retorno em meio à pandemia do novo coronavírus.

A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) São Francisco de Assis, de Pareci Novo, Maria Elena Reinehr, diz que, até esta segunda-feira, dia 19, dos EPIs prometidos pelo Governo do Estado para a retomada dos encontros presenciais na Rede Estadual de Ensino haviam sido entregue apenas termômetros digitais. “A coordenadora da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) orientou que a gente só retorna quando tiver todos os EPIs. Também recebemos a instrução de que nós, diretores, devemos buscar as máscaras descartáveis hoje, em São Leopoldo. Posteriormente devem chegar os demais materiais e as máscaras de pano”, explica.

A gestora escolar estima que o retorno às aulas deva ocorrer a partir da próxima semana.
Na EEEM São José do Maratá, de São José do Sul, a situação é a mesma: chegaram os termômetros digitais, mas não os outros itens de proteção. Como a escola também está em obras em razão de um incêndio que a destruiu parcialmente em junho deste ano, a data da retomada os encontros presenciais com alunos do Ensino Médio ainda será, segundo o diretor Júlio Ricardo Hoerlle, analisada pelo Conselho Escolar. Júlio salienta que, mesmo a mantenedora da escola sendo o Estado, a instituição se alinhará ao Município, cujo decreto mantém aulas presenciais suspensas até, ao menos, 31 de outubro.

Em Brochier, a diretora da EEEM Erni Oscar Fauth, Rosângela Daniela Machado, diz que a definição de uma data para a retomada das aulas depende da chegada do material prometido pelo Estado e também de outros fatores, como a finalização da construção de uma nova fossa para os banheiros da escola. “Não temos condições de voltar ainda”, pontua a gestora escolar e ressalta que a instituição também precisa adquirir jalecos e lixeiras com pedal. Ali, como nas outras escolas estaduais da região, houve apenas a entrega dos termômetros digitais.

A equipe diretiva da Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves, de Maratá, também recebeu do Estado, até o momento, apenas termômetros digitais. “Não recebemos material de higiene e limpeza e nem faxineira”, destaca a diretora Mirtes Maria Sost. A gestora escolar reforça que, apesar de a escola ser da Rede Estadual, também aguarda definição da liberação das aulas presenciais através de decreto do Município. Assim, o retorno dos encontros presenciais dos alunos de Ensino Médio no colégio ainda não tem data definida para ocorrer.

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