40ª edição. Com animais, agroindústria e implementos agrícolas em foco, evento internacional segue até 3 de setembro. Até lá, a expectativa é de que milhares de visitantes passem pelo Parque Assis Brasil
O Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, recebe de 26, neste sábado, a 3 de setembro, a 40ª edição da Exposição Internacional de Animais, a Expointer, e o Vale do Caí estará representado mais uma vez na maior feira de agronegócios da América Latina. No Pavilhão da Agroindústria Familiar, onde no ano passado foram comercializados produtos num valor total de R$ 2.033.801,66, entre os 201 expositores, estarão presentes oito empreendimentos da região.
Conhecida por ser uma das primeiras agroindústrias do Estado a conquistar o selo do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), a Herbon Embutidos, de São José do Sul, já ampliou há dois meses a sua produção de salame e copa, que precisam um prazo de maturação, de olho nas vendas. De acordo com a empreendedora Aline Gauer, 31 anos, nesta semana que antecede a Expointer, o foco passa a ser a fabricação de linguiças defumadas.
Para esta edição da feira, a esperança de Aline é de que as vendas superem as de 2016. “Ano passado foi muito bom, foi a melhor edição da Expointer para nós e acho que esse ano vai ser melhor ainda porque o pessoal já conhece nosso produto, eles já procuram pela marca”, destaca. Para atingir essa expectativa, a Herbon estará vendendo copa, salame, linguiça mista defumada, linguiça suína defumada, torresmo, banha e lombo defumado que, garante Aline, é um sucesso no Pavilhão da Agroindústria Familiar.
Mas nem só as vendas dão ânimo para quem participa da Expointer. A captação de novos clientes também é ponto importante no maior evento de agronegócios da América Latina. “A feira nos abre muito mercado. Todo o ano em que a gente vai pra lá, voltamos com mais contatos, tanto de clientes quanto de fornecedores”, destaca Aline. Ela salienta que a primeira participação da Herbon na Expointer foi quando ela tinha apenas dois meses de funcionamento e que, naquela oportunidade, diversas distribuidoras conheceram o produto produzido em São José do Sul.
Para garantir que as vendas sejam boas, ter produtos de qualidades e fresquinhos é de suma importância e é isto que fará a agroindústria Amigos da Nadir, de Maratá, na sua 14ª participação na Expointer. Um dos responsáveis pelo empreendimento familiar é Airton Metz, 43 anos, que fará o trajeto entre Esteio e Maratá todos os dias para garantir que o estande na feira tenha sempre cucas e uma grande variedade de bolachas frescas.
A produção do que será levado na Expointer teve início na segunda-feira, com a fabricação de bolachas caseiras. A fabricação de cucas só iniciou nesta quinta-feira. “A tendência é sempre manter a qualidade, sempre fazer fresquinho e não antecipar muito a produção”, explica Airton. Para isso, a família acaba ampliando a rotina de trabalho, começando a fabricação mais cedo e terminando mais tarde.
Porém, segundo Airton, o esforço vale a pena. Com uma expectativa de boas vendas, ele destaca que a Amigos da Nadir já conta com clientes fixos que saem de Porto Alegre para comprar seus produtos na Expointer. Além disso, até mesmo expositores de outras áreas do parque compram suas cucas para oferecer aos seus clientes. O empreendedor ressalta ainda que a participação na feira é a garantia de uma renda extra que será utilizada para investir em melhorias na agroindústria.
Escola São José do Maratá apresentará projeto
Não só os produtos fabricados e os animais criados no Vale do Caí serão destaque na Expointer, mas também o conhecimento aqui produzido. O projeto “Agrofloresta com manejo Biodinâmico” das alunas Júlia Schu, 16 anos, e Juliana Pereira Nunes, 17, que estão no terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Médio São José do Maratá, de São José do Sul, foi escolhido pela 2ª Coordenadoria Regional de Educação para ser apresentado na feira.
Ansiosas pela oportunidade de apresentarem seu trabalho aos visitantes, Júlia e Juliana explicam que a ideia para o projeto surgiu a partir da proposta da professora Márcia Da Pieve para que o trabalho de seminários integrados abordasse algo que interessasse a região. De acordo com a educadora, o projeto tem o intuito de fortalecer a agricultura familiar entre as crianças e adolescentes e aproximar a comunidade da escola. Inclusive, a comunidade escolar auxiliou a montar a horta utilizada pelo projeto.
Para Júlia, é importante falar sobre a agricultura biodinâmica e a produção orgânica. “De uns anos pra cá, meu pai e minha mãe compram só alimentos orgânicos para nós comer. Fizemos horta e tudo e é bem melhor”, aponta. Já Juliana acredita que uma sociedade que apostasse na biodinâmica viveria mais. “Querendo ou não, todos esses agrotóxicos que são utilizados em frutas e vegetais que a gente come no dia a dia trazem doenças a longo prazo”, coloca.
Desenvolvido desde março deste ano, o projeto de Júlia e Juliana possui cinco etapas: montagem de uma horta, plantio de diferentes chás, ervas e vegetais conforme o calendário biodinâmico, oficinas teórico-práticas na horta com toda a comunidade escolar, análises dos resultados e, por fim, a elaboração de um artigo sobre o trabalho.
Cetam terá espaço no parque de exposições
No espaço destinado à Emater-RS/Ascar um dos destaques será o Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam). De acordo com a coordenadora do Cetam, Claudete Klein, o tema do espaço é “Gestão e Sustentabilidade na Agricultura” e a escola de capacitação de agricultores de Montenegro construiu sua participação em cima de quatro subtemas da proposta principal. Além de terneiras e cavalos, o Cetam, através de produtores parceiros, irá participar do evento com colméias de abelhas sem ferrão. “Vamos falar ainda sobre pasto apícola, árvores com potencial apícola e instrumentos usados pelo apicultor”, destaca Claudete, falando especificamente do espaço chamado de “Caminhos do Mel”.
Cabanha Dois Irmãos representa Pareci Novo
Pela 31ª vez, a Cabanha Dois Irmãos, de Nilton Zirbes de Oliveira, estará representando Pareci Novo na Expointer. Porém, neste ano, o número de pôneis levados pelo criador será menor que o dos últimos anos. “É um período em que não vou poder participar ativamente e também estou tendo dificuldade de funcionário”, explica. Assim, apenas quatro exemplares serão levados para Esteio. Porém, Nilton garante serem os melhores pôneis de sua cabanha.
Para fazer bonito na exposição, o criador começou a preparar seus animais há cerca de três meses. Segundo Nilton, o julgamento aborda diversos aspectos, entre eles a função do animal. “Não adianta só engordar. Ele tem que ter um preparo muscular também, porque o cavalo tem a finalidade não só da beleza, mas também sua função”, aponta. Nilton lembra que os pôneis são comumente montados por crianças ou usados para puxarem charretes.
Nilton salienta que os animais também são avaliados por sua docilidade e capacidade de obedecer a todas as fases do julgamento, como caminhada, trote e galope. Pensando no bem estar dos animais, o criador já os levou para o Parque de Exposições Assis Brasil na quarta-feira. Nilton busca, com isso, fazer com que eles se acostumem ao espaço antes do início das visitações.
Além dos quatro pôneis da Cabanha Dois Irmãos, o Vale do Caí estará representados por 27 vacas de Salvador do Sul, cinco cavalos de Capela de Santana, um cavalo de Tupandi, duas vacas de Barão e 10 animais de São Sebastião do Caí entre cabras, pôneis e cavalos. Neste ano, foram inscritos 3.207 animais de argola e 1.437 rústicos.
Égua de apenas quatro anos de cabanha de Capela de Santana está na final do Freio do Ouro
Aos quatro anos, a égua Dengosa 45 Nombrado, da Cabanha do Diamante de Capela de Santana, é a mais nova na disputa da final do Freio de Ouro 2017 e enche de expectativa o administrador da cabanha Alex Ronier Vianna Leite. Segundo ele, nesta quinta-feira o animal passou pela prova morfológica, classificando-se com uma nota dentro do esperado, e nesta sexta-feira inicia as etapas funcionais. “Só passam 14 para domingo e é possível que ela vá. Ela está numa forma excepcional”, garante.
Alex conta que o Dengosa era usada nos serviços da fazenda e se mostrou apta para participar das provas, sendo enviada para um centro de treinamento. Este ano, ela correu uma credenciadora e se classificou para a final do Freio de Ouro. “Foi um ano de trabalho. E ela é uma égua nova que vai retornar para a final, se Deus quiser”, destaca Alex. Além de Dengosa, a Cabanha do Diamante também está representada na final da morfologia com a égua Jurerê da Ribeirão Bonito.
“Somos uma cabanha de pequena expressão e é raro chegar com dois animais nessa fase”, comenta Alex. De acordo com o administrador, isso é resultado de muito esforço. “Estou contente. Trabalho de manhã cedo até a noite. O que tem aqui hoje é o que há de melhorar da raça Crioula”, destaca.