Mãe fala sobre agressão à filha em creche de São Sebastião do Caí

Acusada era funcionária da instituição e está presa preventivamente.

A funcionária de uma creche em São Sebastião do Caí está presa na Penitenciária Modulada de Montenegro desde sexta-feira, acusada de maus-tratos contra uma menina de apenas 2 anos. As imagens da câmera de monitoramento da sala mostram a “cuidadora” girando o bebê conforto onde a criança está deitada. Na sequência, ela pega um travesseiro e aperta contra o rosto da nenê.

Havia mais duas funcionárias no momento do crime. Uma delas aparenta perceber a ação, mas parece não tomar nenhuma atitude.  A mulher, no entanto, para de maltratar a menina com a chegada das duas.

O caso ocorreu na quarta-feira, mas só foi registrado na Delegacia de Polícia do município pela diretora da instituição na quinta. No mesmo dia, o delegado Marcos Eduardo Pepe, responsável pelo caso, pediu a prisão preventiva da suspeita, decretada pela Justiça. Ela deve continuar presa até o término das investigações.

A vítima estava na escolinha há apenas quatro dias. Ela ocupava uma das sete vagas contratadas pela Prefeitura de São Sebastião do Caí na escola particular durante o recesso da rede pública municipal. Essa é uma alternativa do Executivo, que recorre à iniciativa privada para não deixar as famílias, a maioria delas carentes nas quais os pais precisam trabalhar, desassistidas.

A mãe da menina, ainda abalada com a situação, lembra ter percebido comportamentos estranhos da filha, mas associou à adaptação com a nova escola. Ela estava chorosa e resistia a ficar no local. Uma vez, a criança chegou a estapear a agressora. “Pensei que ela estava diferente pela adaptação à nova creche”, frisa.

A mãe fala sobre como ficou ao ser informada pela Polícia sobre o ocorrido.  “Não sabia nem o que fazer. Não conseguia pensar em nada mais, só queria ver a minha filha”, lembra. Ela não pensa, pelo menos por enquanto, em acionar a Justiça contra a creche. Apenas quer que a acusada seja punida e um atendimento psicológico para a família.

Como os pais da vítima trabalham, ela na função de revisora em uma fábrica de calçados e ele na de frentista, a família ainda não sabe quem cuidará da menina. Mas, voltar para alguma creche deve ser tarefa complicada, pelo menos, pelos próximos dias. “Passamos pela frente a creche onde ela ficava antes, e ela não quis nem saber da creche e das ‘profes’”, disse a mãe.

Durante o depoimento, a acusada disse que o ato faz parte da sua rotina de trabalho. “Ela confessou, mas disse acreditar ser algo normal, que era para colocar o travesseiro com ‘cheirinho’. Uma colega dela também falou que não foi a primeira vez de maus-tratos da agressora”, conta o delegado. Pepe já solicitou cópias das imagens das câmeras de segurança para investigar se houve outras agressões contra a vítima e a outras crianças na instituição. A mãe da vítima diz ter informações sobre outros casos desta natureza na creche.

Prefeitura rompeu contratos com a escola

Por meio da sua assessoria de comunicação, a Prefeitura ressalta o fato de ter rompido, unilateralmente, os sete contratos que mantinha com a creche. Além da rescisão, informa que já realocou todas as crianças que ocupavam essas vagas em outras instituições.

O Executivo destaca, ainda, que, se necessário, prestará atendimento psicológico à família. Por fim, afirma que acompanhará o andamento do caso, o trabalho da Polícia Civil e as ações do Ministério Público, estando à disposição para colaborar.

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