Com frequência, jovens se reúnem para beber e deixam garrafas e outros resíduos em frente ao centro comercial
A falta de educação no uso dos espaços públicos é assunto recorrente em Montenegro. Comumente, garrafas, latas de cerveja, sacolas e restos de comida chamam a atenção dos passantes em escadas de estabelecimentos e prédios públicos, bancos e no chão de praças e ruas. Além de enfeiar os ambientes, essas atitudes mostram muito sobre a cultura de uma comunidade.
Essa situação incomoda comerciantes do Top Center há algum tempo. Localizado na rua Osvaldo Aranha, próximo à Estação da Cultura, a frente do condomínio comercial é alvo frequente de descaso. Pessoas que costumam utilizam o espaço, à noite, deixam os resíduos jogados após saírem.
Há um ano com seu negócio em uma sala do prédio, Sílvia Rodrigues, 25 anos, destaca que sempre foi assim. “Quase todos os dias, quando chego, presencio a sujeira: embalagens de alimentos, latas e garrafas. Porém, agrava-se mais no fim de semana. Esses dias, inclusive, quebraram um vidro de uma sala lá de baixo, à noite”, salienta. Segundo a jovem, o lugar preferido para o descarte são os canteiros em frente ao Top Center.
“Como saio mais tarde, às vezes já estão ali. Tem uma funcionária responsável pela limpeza aqui no comercial, mas só três vezes na semana. Nos demais, nós que trabalhamos aqui é que limpamos esse lixo acumulado, principalmente nos canteiros”, salienta Sílvia.
Eloisa de Azevedo, proprietária de uma sala há mais de 20 anos no comercial, destaca que as pessoas deveriam recolher o lixo produzido em vez de deixarem tudo espalhado. “Na quarta-feira após o Carnaval, eu mesma recolhi as sujeiras deixadas. Tinha garrafa de vinho, conhaque, uísque, sacola plástica. Até vidro quebrado, que deixei para a moça da limpeza juntar adequadamente”, lembra Eloisa.
Ela destaca que há tempos os condôminos são obrigados a enfrentar essa situação, estando, inclusive, acostumados com ela. “As turmas que ficam por ali tiram até as lâmpadas da frente do prédio para ficar mais escurinho. E é interessante notar que essas turmas vão mudando conforme passa o tempo. E acho que consideram um lugar apropriado, porque podem ficar sentados, há marquise de proteção e como é um prédio comercial, não costuma ter movimento de pessoas após certo horário”, pontua.
Como opção, Eloisa sugere que seria interessante a colocação de um contêiner mais pesado, impedindo vandalismos, para o descarte dos resíduos. “E pretendemos colocar câmeras. Já estamos, inclusive, com projeto. Mas a grande solução seria recolherem os lixos”, conclui.
Os lojistas também fazem um apelo à Brigada Militar para que, eventualmente, aborde os frequentadores noturnos, pois há suspeita da presença de menores entre eles e de consumo de drogas.