A reação do público que foi à Sociedade de Esperança, interior de Maratá, na tarde de domingo, dia 10, reflete o sucesso da iniciativa cultural que foi realizada. Elogios, fotos e vídeos para recordar, especialmente do grupo de dançarinos e músicos chilenos Hijos del Sol; e o Conjunto Folclórico Arte Nativa, de Viamão; que mostraram talento ao lado do Grupo de Dança Folclórica Alemã Volllerschung, de Maratá. Os artistas de Viamão são anfitriões dos chilenos no Rio Grande do Sul, nesta que é a primeira excursão internacional dos bailarinos do país andino.
Em Maratá foi sua terceira apresentação no estado, inclusive com visita em escolas municipais na sexta-feira, dia 8; em convite realizado pelo patrocinador Bomdmann Química, cujo diretor, Ernani Inácio Follmann, tem ligação com o município. Ao Ibiá falou o diretor geral do Hijos, Cristofer Gütterrez, e o diretor musical, Maximiliano Perez. O grupo tem oito anos de existência, traz danças típicas do norte do Chile, especialmente da Cultura Aimara, onde são forte influenciados pelas culturas do Peru e da Bolívia, que inclusive foi apresentada em Maratá.
Mas no repertório estão ainda danças da região central do Chile, Gueanca, Araucana e Polinésia. “A cultura representa a união alcançada através da dança e da música, também a festa em família”, aponta Perez. “A dança, em conjunto com a música, é um mecanismo de expressão social, através da felicidade, através da tristeza”, refletiu Gütterrez.
Arte do piquete ao sambódromo
Integrantes do Hijos Del Sol conheceram o Arte Nativa em festival recente na Argentina, onde aconteceu o convite para excursionar pelo Rio Grande do Sul. O grupo de Viamão tem pouco tempo mais de existência, sendo 9 anos de fundação, todavia mais expertise ao ter viajado pelas Américas e Europa. Seu coordenador, Fabiano Maciel Ferreira, explica que este intuito de levar a cultura do Brasil para o mundo criou diretrizes mais amplas, sendo que hoje os 40 artistas dominam cinco estilos de dança brasileira.
Por ter reunido dançarinos de CTG’s, a gaúcha – histórica e contemporânea – está a frente. Mas o Arte Nativa já resgatou danças Afro-lusitanas do Litoral gaúcho; incorporou o Forró nordestino e se entregou à malemolência do Samba de Gafieira e de Carnaval. Este último elemento inclusive levou seus artistas a formarem a comissão de frente da Escola de Samba Unidos de Vila Izabel (Viamão), sendo premiada como a melhor do Carnaval de Porto Alegre de 2022 e contribuindo para a entidade subir do Grupo Prata para o Ouro, onde em 2023 foi vice-campeã.
Maratá mostrou suas raízes
Os chilenos foram hospedados em casas de cidadãos de Maratá, e na Comunidade Esperança foram recepcionados pelo Volllerschung. O grupo é iniciativa da Prefeitura, através do departamento de turismo e cultura, com 32 anos de criação. Hoje são 30 integrantes apresentando danças da Alemanha antiga, especialmente da Bavaria.
E mesmo com mais de três décadas de experiência o grupo amplia seu repertório. Um dos integrantes, Douglas Reidel, revela que o Volllerschung está tendo aulas na cidade de Gramado com um professor vindo da Alemanha. “A gente faz isso por gostar. Vamos por todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina para não deixar morrer a cultura do nosso povo”, declarou. Veja abaixo vídeo e galeria de fotos.