Copa do Mundo. Há 20 anos, Brasil conquistava sua quinta estrela
No dia 30 de junho de 2002, o Brasil pintava o planeta de verde e amarelo pela quinta vez na história. Sob o comando do gaúcho Luiz Felipe Scolari, a Seleção Brasileira conquistava o pentacampeonato mundial de futebol com uma vitória por 2 a 0 sobre a Alemanha, em Yokohama, no Japão. Nesta quinta-feira, a última Copa do Mundo vencida pela seleção canarinho completa 20 anos, uma conquista que marcou uma geração que, neste ano, quer voltar a comemorar.
Há duas décadas, milhões de brasileiros acordavam de madrugada para torcer por Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Marcos, Cafu, Roberto Carlos e companhia, que defendiam o País no Japão e na Coreia do Sul. A campanha do penta foi impecável. Os comandados de Felipão superaram todos os adversários. Foram sete vitórias em sete jogos e 18 gols marcados pelo Brasil.
Em menos de cinco meses, novamente em solo asiático, o Brasil inicia a luta pelo hexa. Mais uma vez com um treinador gaúcho na casamata. Desta vez, Tite é quem comanda os craques brasileiros. Com uma defesa sólida, liderada por Alisson, Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro, além de um setor ofensivo renovado e talentoso, com Vinícius Junior, Neymar, Paquetá, Raphinha e Antony, a Seleção Brasileira vai ao Catar em busca da sexta estrela.
Apaixonado por futebol, Diego Schons Kayser tinha 17 anos quando o Brasil conquistou o penta. Um dos jogos mais emblemáticos daquela campanha, para ele, foi a vitória brasileira de virada sobre a Inglaterra, nas quartas de final. “Lembro muito bem do gol do Ronaldinho. Pra mim, aquele foi o lance épico da Copa. A Inglaterra saiu na frente, e o Rivaldo empatou nos acréscimos do primeiro tempo. Depois, o Ronaldinho meteu aquele golaço de falta no início do segundo tempo”, recorda.
O dia 30 de junho de 2002 foi inesquecível para Diego. Ele lembra que o goleiro Oliver Kahn era o jogador mais badalado daquela seleção alemã e, inclusive, havia sido eleito pela Fifa como o melhor jogador da Copa, antes mesmo do jogo decisivo. Porém, na final, falhou feio no primeiro gol de Ronaldo (que marcou os dois do Brasil na decisão).
“Lembro que Montenegro ficou pequena após a final. Toda a Ramiro (Barcelos) lotada, meu pai tinha um Uno na época. Era eu, meu irmão, minha irmã pequena e minha mãe, todo mundo no Uno, queimando buzina, foguetório… Foi demais, algo que essa nova geração apaixonada por futebol ainda não viu”, declara.
Fã de Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno, Tiago Schlingvein tem ótimas lembranças da Copa do Mundo de 2002. “Lembro como se fosse hoje. Jogava na base do Caxias e tinha o sonho de ser jogador, na época. Lembro que dobrava o calção para imitar o Ronaldinho Gaúcho em meus jogos. E queria muito uma chuteira Total 90, que era moda na época”, relembra Tiago, que tinha 15 anos quando o Brasil conquistou a quinta estrela.
“Ronaldinho Gaúcho foi o melhor jogador que vi jogar. Ele, junto com o Ronaldo, são meus jogadores favoritos até hoje. Na final, acordamos ansiosos no alojamento, tomamos o café mais cedo e partimos para a sala. Mais de 30 meninos olhando, foi uma festa. Depois do jogo, emoção e festa o dia todo. Era bonito ver a nossa seleção jogar”, acrescenta.
Relembre a campanha do penta
Brasil 2 x 1 Turquia – 1ª rodada
Brasil 4 x 0 China – 2ª rodada
Costa Rica 2 x 5 Brasil – 3ª rodada
Brasil 2 x 0 Bélgica – Oitavas
Inglaterra 1 x 2 Brasil – Quartas
Brasil 1 x 0 Turquia – Semifinais
Brasil 2 x 0 Alemanha – Final
Agora, foco total no Catar
A Copa do Mundo de 2022 começa no dia 21 de novembro, no Catar. A grande final está marcada para o dia 18 de dezembro. Em busca do hexa, o Brasil vai enfrentar, na fase de grupos, Sérvia, Suíça e Camarões. O técnico Tite poderá convocar 26 jogadores para o torneio, e grande parte do grupo já está definido.
Tiago Schlingvein vê a Seleção Brasileira no caminho certo e acredita que a camisa verde a amarela pode pesar na hora da decisão. “Estamos muito bem montados taticamente, e chegaremos à Copa com nossos jogadores diferenciados em ascensão (Vinícius Jr é um exemplo). Estou com bastante esperança. Hoje, não há nenhuma seleção em alto nível de atuação, é uma Copa do Mundo que está totalmente aberta, e a camisa brasileira ainda pesa”, ressalta.
Para Diego Kayser, o Brasil depende de um conjunto forte para voltar a ser campeão mundial. “Acho que falta um treinador mais motivacional, menos palestrante. Vejo nosso sistema defensivo envelhecido, com Daniel Alves e Thiago Silva. Tem que abandonar a ideia do Neymar ser o centro do time e buscar um jogo mais conjunto, com essa nova geração – Antony, Raphinha, Vinícius Jr. O Brasil sempre teve um conjunto muito forte quando foi campeão, e acho que só assim para ganhar novamente”, analisa.