Descaso com a segurança dos alunos de Passo da Serra gerou indignação de pai, que registrou e denunciou o caso
Na tarde de segunda-feira, enquanto esperava o transporte que traria sua filha da escola, o caminhoneiro Pedro Marciel Silva da Costa tomou um susto. A Kombi chegou com mais de 30 minutos de atraso e apresentando estado precário. Estava com a porta dos passageiros entreaberta e amarrada provisoriamente com um cinto de segurança atravessado entre as janelas.
O veículo faz o transporte de alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental da EMEF Henrique Pedro Zimmermann, em Passo da Serra. A filha de Pedro tem apenas cinco anos de idade. “Aí fica a pergunta: será que não tem ninguém responsável por fazer vistorias nas kombis escolares?”, questiona o pai, indignado.
Preocupado com a situação de descaso com a segurança dos pequenos, o caminhoneiro foi a público denunciar a situação. Entrou em contato com a Brigada Militar, contatou o vereador Talis Ferreira (PR) e também foi até a instituição de ensino cobrar um posicionamento. Ele relata que, enquanto a diretora lhe afirmava que cuidava bem das crianças, o responsável pela Kombi apareceu para conversar com a dirigente.
Na localidade de Passo da Serra – como na maior parte do interior – o transporte escolar é terceirizado. Desde as investigações da Operação Ibiaçá – que verificou irregularidades em licitações e acelerou o impeachment de Luiz Américo Aldana – este contrato com os prestadores de serviço tem caráter emergencial.
O vereador Talis Ferreira conta que, assim que contatado por Pedro, foi até a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) para buscar esclarecimentos. Alertada, a Smec entrou em contato com o proprietário da Kombi, o que levou à visita dele à escola.
Em nota, ontem, a secretária Rita Carneiro Fleck falou sobre o caso. “Em contato com o condutor, ele nos explicou o problema e a medida pontual provisória feita para que o transporte pudesse regressar”, disse, referindo-se ao cinto usado na porta. “Solicitamos esclarecimentos e providências imediatas, assim como um relatório detalhado sobre o fato e ações preventivas para evitar que transtornos como esse ocorram novamente na prestação do serviço.”
Ao Jornal Ibiá, ela adicionou que sansões serão aplicadas pelo jurídico da Prefeitura de acordo com o que está estabelecido no edital. Não foram esclarecidas que tipo de sansões serão essas, nem se a responsabilização caberá ao dono da Kombi ou ao condutor, que seguiu viagem mesmo com a condição em que estava a porta.
Pedro Marciel Silva da Costa também postou sobre o caso nas redes sociais, causando indignação geral. A porta, após todo o burburinho, foi consertada.
Qualidade no atendimento é questionada
Além do caso pontual da porta amarrada, Pedro conta que, por mais três vezes, já parou para ajudar o motorista da Kombi escolar que estava com problemas no veículo. “Aquilo, quando freia, chega a dar um barulho de ferro. Está tudo com as pastilhas secas”, lamenta.
Ele questiona, ainda, o atendimento dado às crianças que usam o transporte apenas sob os cuidados do motorista. “É só ele. Imagina, as crianças tudo brigando, se empurrando. E o motorista tem que cuidar delas, do trânsito, das paradas, tudo”, coloca. A Smec não se manifestou sobre isso.