CANDIDATO A PREFEITO pela coligação PP, PSB e PL, Kadu Müller defende seu governo e pede mais quatro anos na Administração
Quem é Kadu Müller?
Kadu Müller nasceu em 18 de novembro de 1970 e foi criado em Pareci Novo, na época 4º distrito de Montenegro. Sou filho da Vânia Teresinha Müller, com muito orgulho. Sou casado com a Leila, pai do Arthur, meu companheiro de aventuras. Profissionalmente, eu sou despachante aduaneiro. Cursei Administração com ênfase em Comércio Exterior. Não concluí o curso, mas tenho 22 anos de atuação na área de Comércio Exterior. Trabalhei em cidades como Novo Hamburgo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Fortaleza. Sou piloto de planador, instrutor de vôo e frequento o Aeroclube desde 1983, do qual fui presidente por 15 anos. Atualmente sou prefeito de Montenegro.
Quando está voando, o que o senhor vê lá de cima?
É um encantamento. Montenegro tem uma beleza natural muito diferenciada. O relevo, a condição logística da cidade… ela é diferenciada. Quando eu comecei a frequentar o Aeroclube, por exemplo, o asfalto ia até a Tanino Mimosa, depois era tudo estrada de chão. Tinha a antiga Estação Experimental, hoje Zootecnia; o Colégio Moojen, que era ainda de madeira; duas ou três casas que formavam, ali, a estrutura do Passo da Cria; a igrejinha lá perto do Aeroclube; e a casa do seu Jorge Almeida. E a gente foi vendo a evolução daqueles bairros todos. Quando voa, a gente vê que Montenegro continua crescendo e se expandindo.
E quando está no chão, andando pela cidade, o que vê?
Uma população muito solidária, que precisa ter uma entrega do Poder Público bastante grande. A gente caminha muito e sabe que há muito a melhorar. Essa expansão que eu citei também traz a necessidade de processos de melhorias.
Seus adversários dizem que, de tanto ver a cidade de cima, o senhor não enxerga os problemas.
A gente tem os pés no chão olhando para cima. E não é ficar olhando pro céu. Eu voo, sim! É uma característica minha, uma particularidade muito diferenciada, até dos outros candidatos; porque talvez eu esteja voando e alguns estejam se arrastando. As necessidades de melhorias de infraestrutura, como nas estradas do interior, por exemplo, não são de agora. São de 15, 20 anos. Hoje, a condição das estradas do interior está precária porque faltou manutenção no passado. Quando eu era criança, o maior caminhão que transitava pela região era uma 608, chamada “Mercedinho”, ou então os 1113, “toco”, de um eixo só. Antes, nós transportávamos três, quatro, cinco toneladas; hoje, são caminhões com mais de 60 toneladas.
Então a solução é asfaltar?
Não. Eu não digo que asfalto seria a solução. O que tem de ser feito é colocar melhores bases; melhores materiais para compactação da estrada de chão, com uma manutenção mais frequente. Isso, sim! Porque faz-se a manutenção, coloca-se o material, vem dois dias de chuva, transporte pesado e se perde tudo. Então, é melhoria contínua e isso a gente já está fazendo.
Mas não parece ter havido evolução.
A gente melhorou um pouco. Neste ano de 2020, nós conseguimos colocar grande parte da frota que estava parada em funcionamento. Nós temos, praticamente, 600 quilômetros de estradas de chão e nós tínhamos uma patrola quando a gente assumiu a Prefeitura, para fazer a manutenção.
Então a ideia de que a Prefeitura é um cemitério de máquinas, difundida na Câmara, não é verdade?
Não. Nós temos máquinas paradas, sim, mas não é um cemitério. São máquinas que estão indo para manutenção e, se nós olharmos, agora, tem muita máquina que está funcionando porque a gente trabalhou para colocá-las em atividade.
Então não é verdade que tem só uma patrola funcionando?
Já teve situações de haver uma máquina só trabalhando. Hoje, não. Hoje eu tenho mais do que uma patrola trabalhando. Mas são equipamentos de bastante uso. Como a gente tá sempre trabalhando, a manutenção é mais frequente. Nós tentamos adquirir uma patrola dois anos atrás; e como tem padronização de frota, o fornecedor que foi identificado na Administração na época, nos últimos seis meses, não tinha fornecido patrola para nenhuma prefeitura do Estado do Rio Grande do Sul. Aí não se conseguiu ter um parâmetro de preço para adquirir uma patrola nova. Mas hoje nós temos quatro patrolas no pátio e nunca há menos de duas trabalhando. Infelizmente, o desgaste é muito grande.
O senhor foi secretário de Indústria, Comércio e Turismo na gestão Paulo Azeredo. Que ações destaca daquele período?
Nós trabalhamos muito na Smic na atração de novas empresas. Se trabalhou também em projetos de qualificação; investimos no transporte escolar universitário. Através de parceria com a Associação Comercial, tivemos o Projeto Qualificar, que levava para dentro das escolas a experiência de executivos, gestores e gerentes de empresas, incentivando o estudo e a qualificação profissional. Sentamos muito com o governo do Estado, colocando o nosso Distrito Industrial à disposição. Foi criado, naquela época, em parceria com a empresa Hexion, o CIT (Centro Integrado de Treinamento).
Como iniciou sua relação com o ex-prefeito Aldana, que o manteve no governo quando Paulo Azeredo foi cassado?
Como ele era vice-prefeito do Paulo, nós sempre conversávamos. Sempre teve respeito e uma aproximação por alguns amigos em comum. Quando houve a cassação do prefeito Paulo, eu coloquei meu cargo à disposição e o Aldana acabou optando por me manter na Secretaria de Indústria e Comércio. Uns 60 dias depois, me convidou para assumir a Secretaria de Administração.
Depois o senhor se tornou vice dele, asasumiu a chefia de gabinete, mas se afastou em seguida. O que houve?
Toda relação tem que ser de confiança e respeito e isso estava faltando. Acabei saindo da chefia de gabinete por não compactuar com certas situações que aconteciam. Em fevereiro de 2017, eu solicitei ao prefeito Aldana a exoneração da chefia de gabinete, mas fiquei na condição de vice. Depois, em 19 de junho, ele me “desincumbiu” das minhas funções de vice, como se isso fosse possível. Isso ocorreu após a operação do Ministério Público, da Gaeco e do Tribunal de Contas em Montenegro.
O senhor sabia que havia corrupção na Prefeitura?
Do tamanho que a Gaeco apontou, eu não tinha conhecimento, porque esse documento deixa muito claro que eu não fazia parte daquele grupo. Quando tinham alguma atividade, eu não participava. Faziam reuniões e, quando a gente chegava no gabinete, era um silêncio total.
O senhor chegou a fazer denúncia?
Não.
Não deveria?
Sem ter certeza, fazer uma denuncia é complicado. Depois se viu, no processo, que essas e outras situações aconteciam desde 2015. Eu não vou acusar alguém sem ter certeza, porque nenhum processo passou pela minha mão. Se eu tivesse certeza, óbvio que teria feito a denúncia. Teria participado ativamente para que isso não acontecesse. Eu falo isso porque, durante três anos, eu estou sendo acusado de irregularidades no meu governo e estou sempre tendo que provar que não. Isso é muito ruim. Então, pra fazer uma denúncia, tem que ter certeza.
O senhor enfrentou cinco tentativas de cassação. A que atribui isso?
Movimentos políticos. Talvez eu não tenha me aliado a pessoas que tinham interesse no poder da Administração.
Mas o senhor não abriu espaço aos partidos?
Abri. Mas quando se via que eles queriam mais o poder do que fazer uma gestão, a gente acabava não dando continuidade ao diálogo. As tentativas de Impeachment foram retaliação. Desde o começo, a nossa base era com três partidos: PSB, PRB e Solidariedade. Nós migramos para o Progressistas, o Solidariedade continuou e, agora, o grupo que era Solidariedade constituiu o PL. Essa era a base que nós tivemos no governo desde que assumimos. O PRB, hoje Republicanos, era representado pelo falecido Ivan Lopes, que foi um excelente companheiro; mas o PRB, hoje, não faz parte. Tá fora. Ficaram PL, PSB e Progressistas, mas são as mesmas pessoas. A gente tentou abrir para outros partidos, mas a intenção era muito mais o poder do que o desenvolvimento da cidade.
Por que optou pelo PP?
Identidade. Muitos amigos que eu tenho aqui em Montenegro fazem parte do Progressistas; amigos de antigamente, amigos da atualidade. Também por uma relação que eu criei com deputados, com o senador Heinze. Logo que eu iniciei o meu mandato, ele me acolheu muito bem em Brasília como deputado federal. O deputado Covatinho também foi uma pessoa que me deu uma acolhida muito grande. E o Progressistas, em Montenegro, tem uma história muito forte de estrutura política. Estou muito feliz, fui muito bem acolhido.
Qual será o o papel da sua vice, Josi Paz, caso eleitos?
A Josi é uma parceira já de muito tempo. Eu tenho admiração por ela, ela é uma pessoa muito aguerrida. É de admirar uma pessoa com essa vitalidade e esse entusiasmo pela política e pelo que faz. Foi a vereadora mais votada. Trabalhou comigo esses três anos, me dando apoio, suporte e acreditando na Administração. E tenho certeza de que o papel dela vai ser fundamental nessa caminhada porque ela tem um dinamismo muito grande. Nós juntamos duas coisas. Eu fiz mais gestão e a Josi tem um perfil de buscar mais a população. Essa soma é importante.
Durante a pandemia, o senhor foi acusado de não socorrer os pequenos empreendedores. Não tinha mesmo como ajudar?
Eu não tinha dotação orçamentária e nem orçamento pra isso. O dinheiro que veio da União era uma reposição. Não era um valor que vinha para se somar ao orçamento do Município. Foi uma reposição de frustração de receitas que o governo federal fez. Além disso, qual seria o valor que nós teríamos que aportar? Hoje, se nós pegarmos micro e pequenos empreendedores, a gente passa de 3 mil; qual o valor que seria necessário? O que a gente trabalhou foi muito na flexibilização dos protocolos. Eu tomei uma decisão no início da pandemia de manter o comércio aberto ainda por mais onze dias após o decreto do governo do Estado, pensando, justamente, no pequeno e médio empreendedor e fazendo com que a gente conseguisse trabalhar. Infelizmente, eu fui notificado e tive que recuar. Tivemos muitas denúncias de que empresas estariam atuando irregularmente, mas não multamos ninguém. Nós fizemos ações pedagógicas para que eles não tivessem o impacto tão grande. Nossa preocupação não era simplesmente aportar um valor que amanhã ia faltar de novo; mas sim, orientar para que eles pudessem se manter.
Por que obras como a da Biblioteca Pública, a recuperação do Cais e do Parque Centenário não ficam prontas?
Morosidade administrativa. Na biblioteca, por exemplo, a obra está pronta. Falta o PPCI, regido por legislação específica e que requer adequações. A biblioteca está vinculada diretamente ao prédio da Fundarte. Aí teve que ser feito não só o PPCI da biblioteca, mas o da Fundarte também. Isso atrasou o processo de conclusão. No Parque Centenário, o Domingão, quando se começou a mexer no telhado, viu-se que as telhas que estavam lá já estavam com uma fadiga total. O processo de licitação nós iniciamos em 2018. Teve frustração e outros dois processos. Aí 2019 passou… aditivos de contrato, necessidades de ampliação da obra. É como reforma de casa: a gente começa um processo e acaba tendo que executar de outra forma porque apareceram outros problemas. Quanto à revitalização do Parque, a gente está aguardando a Caixa Econômica Federal liberar o recurso para executar a obra.
E o Cais?
Os projetos de recuperação do talude estão todos tramitando em Brasília. Com a pandemia, atrasou tudo.
Em 2015, quando o senhor era secretário de Administração, foi implantado o novo Plano de Carreira dos servidores. O aumento das despesas com pessoal ficou muito acima do previsto. O que aconteceu e por que, depois disso, nada foi feito para reduzir esse impacto?
Em 2019, nós encaminhamos para a Câmara projeto de lei solicitando algumas adequações na lei do Plano de Carreira. Esse projeto não andou e a Câmara optou por fazer uma CPI, que ainda está em andamento. Nós também queremos que se esclareça realmente o que houve. Porém, a gente tem trabalhado muito forte o equilíbrio financeiro. Hoje, a folha de pagamento representa, da receita corrente líquida, 45,96%. E nós ainda demos 5,5% de aumento para os servidores em geral e 12,84% para o magistério. A gente trabalhou a redução de despesas e o aumento de receitas sem aumentar impostos, buscando novos negócios, incentivando o desenvolvimento econômico do nosso Município.
Quais as área em que seu governo tem o melhor desempenho?
Pela coragem, a área da Saúde. Conseguimos implantar o plantão 24 horas, um fato muito importante para Montenegro. A comunidade está aceitando e apoiando esse projeto. Corremos o risco, porque a gente sabe que lidar com a saúde, lidar com as expectativas das pessoas, é muito delicado. Nós zeramos muitas filas de exames específicos, que infelizmente agora voltaram a crescer por causa da pandemia porque a gente tem que buscar fora do Município. Mas a secretária Cristina tem uma gestão muito eficaz e está conseguindo, mesmo com a pandemia, atender a muitos dos pacientes com essa necessidade. E a Educação também recebeu investimentos. Nomeamos muitas profissionais e conseguimos repor as perdas salariais. O novo plano de carreira do magistério está pronto e, em breve, poderá ser implantado.
Qual a sua avaliação do governo Bolsonaro?
Os discursos do presidente, muitas vezes, são afoitos, criando uma certa dificuldade de entendimento do posicionamento dele. Mas a sua estrutura administrativa, os ministérios, estão trabalhando muito bem para que as coisas aconteçam no país. Infelizmente, fomos acometidos por uma pandemia. Tenho certeza de que, se o mundo não tivesse passado por esse momento, nós teríamos mais investimento estrangeiro e de empresas buscando inovação tecnológica, emprego e renda. Mesmo assim, nós, só nesse ano, já firmamos contrato com quatro empresas para se instalar em Montenegro. Também assinamos aquele protocolo de intenções do Polo da Química, onde sete empresas colocaram a sua intenção em se instalar. Isso mostra que o empresário, lá no início do ano, estava acreditando no desenvolvimento do país.
Por que o eleitor deve votar em Kadu?
A população montenegrina pode ter certeza de que será uma administração transparente; uma administração com objetivo no desenvolvimento e preocupação com as pessoas na Saúde, na Educação, na Assistência Social, na Infraestrutura, na melhoria de acesso à informação. Em três anos, nós conseguimos mostrar que dá pra fazer gestão do dinheiro público; trabalhamos diretamente com o servidor público, atendendo as necessidades do Município. Dá pra fazer muito mais com o dinheiro público, atendendo as necessidades do Município. Dá pra fazer muito mais por meio de parcerias com a população. Com a integração entre poder público, setor privado, população em geral, a gente consegue fazer uma Montenegro melhor. Administração Pública com transparência, ética e probidade é o nosso lema; é o que nós vamos levar por mais quatro anos. Tenho certeza que a população vai ter mais resposta positiva e mais atendimento naquilo que tem de necessidade. É isso que nós temos tratado e cuidado.