JUSTIÇA. Com morte de mentor, três aguardam pelo dia do juízo na prisão
O julgamento dos acusados pelo assassinato da pastora Marta Maria Kunzler, de 63 anos, – ocorrido na noite de 14 de junho de 2017 – previsto para ser realizado nessa quinta-feira, dia 16, no Fórum de Montenegro, foi adiado a pedido da Defensoria Pública. Os réus do processo – Rodrigo Nunes da Silva, Igor de Azeredo Gomes e Juliano Jackson da Silva Gomes – , aguardam pelo julgamento presos. O mentor intelectual do homicídio morreu, na cadeia de Charqueadas, quatro meses após o crime.
Segundo a promotora de acusação, Daniela Tavares da Silva Tobaldini, o pedido de adiamento da audiência ocorreu no final da tarde dessa quarta-feira, 15, quando a Defensoria Pública verificou a necessidade de nomear um defensor para cada réu. Conforme Daniela, toda a estrutura para o julgamento já estava organizada. O Ministério Público iria promover a acusação através dela e da colega Rafaela Hias Moreira Huergo. Há cerca de duas semanas as promotoras vinham estudando as 1.400 páginas do processo.
O caso só não foi julgado antes, segundo a promotora, devido às instâncias recursais. “Na nossa percepção, a sociedade de Montenegro precisa de uma resposta a esse crime brutal. O Ministério Público também tem preocupação que o júri ocorra logo porque se trata de processo em que os réus estão presos”, relata a promotora. “Como foi pedido da própria defesa não restou outra saída a não ser adiar”, acrescenta. Ainda não há previsão de uma nova data para a audiência.
Pastora foi morta em 2017
A pastora evangélica Marta Maria Kunzler foi assassinada na noite de 14 de junho, dia em que completava 63 anos. Ela chegou em casa no bairro São Paulo por volta das 22 horas e foi atacada a golpes de faca e estrangulada com uma gravata masculina (que foi deixada no corpo). No local estaria apenas o marido e uma menina que o casal queria adotar. Inicialmente, o marido da pastora Adair Bento da Silva, 38 anos, chamou a Brigada e afirmou que havia ocorrido um assalto, sendo que ele e a criança teriam sido trancados no quarto. O carro da pastora foi levado e abandonado na localidade de Passo da Amora, junto com evidências. Chamou atenção que itens de valor, como joias, foram deixados no carro.
Já no primeiro depoimento à Polícia Civil, Adair se contradisse, além dos relatos irem ao encontro dos indícios apurados pela investigação. Rodrigo Nunes foi o primeiro dos quatro envolvidos no crime a ser preso. Ele acabou confessando a autoria e a participação do viúvo no crime.
Em julho de 2017, a 1ª Delegacia de Montenegro encaminhou ao Poder Judiciário o inquérito a respeito do homicídio. No relatório, a Polícia Civil (PC) aponta quatro homens como indiciados, incluindo o companheiro da vítima, Adair Bento da Silva. Todos são acusados pelo crime de Homicídio Qualificado por motivo torpe e fútil, promessa de recompensa, a traição e emprego de meio cruel.
Adair acabou morrendo antes de ser julgado. No dia 17 de outubro de 2018, ele faleceu na Penitenciária Estadual do Jacuí, onde aguardava pela decisão do Tribunal de Justiça do Estado sobre ter seu caso levado à júri popular. A causa do óbito foi insuficiência respiratória, decorrente de tuberculose. Com a morte, três acusados irão a júri.