Jovem quer ser o primeiro diplomata de Maratá

FOCO. Ader concretizou desejo em ações e levou à Bolsa do CNPq

Se depender da dedicação e ambição de Aderson Guilherme Camillo, certamente Maratá terá um Diplomata do Brasil entre suas figuras ilustres. Um sonho que o estudante de Ensino Médio começou a concretizar por meio de bolsa de estudo CNPq e pela iniciativa de criar espaço virtual dedicado ao debate a respeito da Diplomacia.

Aos 16 anos e se formando no Colégio Estadual Engº. Paulo Chaves, revela que seu primeiro interesse foi ser piloto aéreo comercial ou comissário de bordo. Uma confirmação de seu desejo de romper as fronteiras da pequena cidade do Vale do Caí para ganhar o Mundo, conhecendo outros idiomas e culturas.

Todavia, sua desenvoltura pública, especialmente os 5 anos como ‘líder de turma’ na escola, empurravam-no em direção de algo mais oficial. Uma carreira mais em consonância com a prima Vanessa Reichert, que achava o guri com a maior cara de cientista político. “Considero que tenho uma liderança”, avalia o eleito por unanimidade líder da T 311.

Contudo, Aderson assinala que a política partidária não lhe agrada, especialmente devido às divergências que permeiam as siglas. Em contraste, aponta os debates de ideias dentro do ambiente do Conhecimento, onde são norteadas livres das regras de partidos. “A diplomacia é responsável por representar a população”, define “Ader”.

Em paralelo à pesquisa científica pelo CNPq, o jovem criou e preside uma organização denominada Diplomatizando. Esta tem por objetivo inspirar os jovens a serem líderes globais, construtores da paz e agentes de mudança para um mundo mais pacífico, justo e equitativo.

Dentro desta criou uma comunidade de networking entre jovens que estão ainda na Educação Básica ou na graduação, e que também pensam em seguir na carreira. A Diplomatizando realiza simulações no modelo da ONU (Organização das Nações Unidas); olimpíadas do conhecimento e debates sobre temas diversos com o intuito de preparar os jovens para seguirem a carreira.

Branquitude no Brasil foi 1º lugar na Moscling, categoria ciências humanas e sociais. Foto: arquivo pessoal

Iniciou debatendo a branquitude
A vocação de Aber em defender oprimidos foi revelada também no projeto que o colocou como Bolsista do CNPq. Em 2023, ao lado da colega Eduarda Loisi Kirsten, abordou a questão da “branquitude” dominante no Brasil, e a importância da atuação de pessoas brancas na luta antirracista. “Pois, estando convicto que o racismo existe, podemos afirmar que brancos’ ocupam, infelizmente, desproporcionalmente os cargos superiores e de alto escalão”, salienta.

O projeto partiu justamente da realidade de Maratá, onde apenas 0,60% dos 2.470 habitantes (Censo de 2010) são pessoas negras; e chegou ao dado que apenas 10% dos cargos de chefia nas 500 maiores empresas no Brasil são ocupados por pessoas negras. O trabalho, orientado pelo professor Luís Carlos Lottermann, alcançou o 1° lugar da Moscling 2024 (Mostra Científica do Litoral Norte Gaúcho), o que rendeu o convite do comitê gestor para ingressar no projeto de bolsistas oriundo.

A bolsa do CNPq não exigia que mantivesse o mesmo objeto de pesquisa, então o jovem marataense focou em tema mais pessoal. “Este ano, pretendo realizar um trabalho abordando a temática da diplomacia, da carreira diplomática, do diálogo e da paz”, explicou. Ader vê este como passo importante para ingressar no Curso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD). “Acredito que sou o único jovem de Maratá que quer seguir essa carreira”, comenta.

Contato com o estudante
Perfil pessoal: @adercamillo
Perfil do projeto: @diplomatizando_
Perfil de estudos: @adergc

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