No final de 2019, Maiara Lohmann participou do acampamento da Latin American Leadership Academy
Após realizar uma vaquinha on-line, promover uma rifa e vender doces para conseguir dinheiro suficiente para participar do acampamento da Latin American Leadership Academy (LALA) no fim do ano passado, a marataense Maiara Lohmann se prepara para colocar em prática o que aprendeu na experiência vivida no México. Durante o programa, a jovem se focou na questão ambiental. “Pesquisando lá eu encontrei várias iniciativas que podem ser facilmente adaptadas e aplicadas na região”, afirma.
Ainda montando a ideia para seu projeto, Maiara já encontrou diversos exemplos no Vale do Caí e região que podem lhe servir de base, como empresas que produzem camisetas com algodão ecológico, feiras de trocas de roupas em instituições de ensino, pessoas que explicam para crianças e jovens de comunidades medidas que devemos tomar para reduzir nosso impacto no meio ambiente e feiras de veganismo. “Acredito que tirando um pouco de cada iniciativa, no final, vou conseguir arquitetar um plano de eficácia para a nossa comunidade”, comenta.
Durante o LALA, cada participante poderia escolher qual problema mais lhe interessava. O tema escolhido pela jovem marataense foi as altas taxas de desperdício de recursos humanos com a indústria da moda. “Eles ofereciam muita ajuda na hora de encontrar a raiz do problema, além de oferecerem ferramentas para se fazer isso. Quando conseguíamos encontrar (a raiz do problema), eles nos ajudavam a entrar em contato com pessoas que já estavam fazendo algo para mudar o problema que cada um tinha encontrado”, destaca Maiara. No último dia do acampamento, cada um dos participantes fez uma breve apresentação sobre o seu problema e quais eram seus planos para revertê-lo.
“O acampamento da LALA, sem dúvidas, foi uma experiência que mudou completamente a minha maneira de encarar as coisas”, assegura Maiara. “A Maiara que foi para o México é completamente diferente da que voltou”, garante. A jovem diz ter aprendido muito sobre si mesma e tantas outras coisas que a vivência de uma semana no acampamento da LALA valeu por dois anos.
Oportunidade para trocar experiências
Antes de tudo, o acampamento da LALA foi uma grande oportunidade para jovens de todo o mundo trocarem experiências. No acampamento do qual Maiara fez parte estavam outras 23 estudantes de diversos países da América Latina, além dos guias que eram de países como Nigéria, Estados Unidos, Porto Rico, Honduras, Brasil e México. “As conexões que eu fiz lá são incríveis, eu me conectei com pessoas tão diversas. Desde um mexicano que produz cosméticos orgânicos e uma psicóloga estadunidense até estudantes de todo o Brasil, Colômbia e Paraguai”, afirma a Maiara. Por toda essa experiência, a jovem marataense se mostra grata a todos que a ajudaram tornar a sua participação na LALA realidade.
Segundo Maiara, o acampamento tinha como temática principal o “encontrar a beleza das coisas”. Para isso, os participantes puderam entrar em contato com a comunidade local e com pessoas que já estão fazendo mudanças na realidade de suas regiões. As atividades foram desde visita a chinampas, espécie de canteiro flutuante que remonta aos modelos ancestrais de agricultura, até jantar com pessoas que realizam trabalhos de impacto social.
A jovem marataense destaca, ainda, que o grande foco do acampamento era desenvolver cada indivíduo como um líder único. Nesse sentido, ela guardou para si uma frase dita lá: “Nós somos todos líderes. Todos os dias nós acordamos e fazemos decisões, o que nos torna líderes de, ao menos, nossa vida”.