Jornada de 54 horas de empreendedorismo em Montenegro

Startup Weekend trabalhou ideias inovadoras rumo ao sucesso

A primeira edição do Startup Weekend Montenegro ocorreu neste final de semana, nos dias 2, 3 e 4, no campus local da Unisc. Foram 54 horas ininterruptas de muitas ideias inovadoras e trabalho em equipe. O formato do evento é idealizado pela empresa Google, criado nos Estados Unidos, e já é replicado em mais de 100 países.

Na edição montenegrina 27 jovens e adultos imergiram no mundo dos negócios. Em um brainstorm (chuva de ideias), surgiram 15 ideias e as cinco melhores foram escolhidas e os grupos foram formados. Os integrantes de cada grupo precisaram se empenhar para desenvolver o projeto da startup para a apresentação a uma banca de investidores e jurados. Ao final, as três melhores foram premiadas.

Foram feitas oficinas, mentores especializados e muita conversa para incentivar e ajudar na criação de novas startups na região. Leonardo Alex, empresário, é um dos organizadores do evento. Ele é sócio em uma startup de tecnologia e já participou de edições da Startup Weekend em outros municípios gaúchos. “Eu e os meus sócios sempre tivemos vontade de fazer esse evento aqui, porque é uma forma de impactar outras pessoas e ajudar a entrar nesse mundo que a gente sempre teve vontade”, conta. Primeira edição do Vale do Caí, o Startup Weeked é visto como um momento de investimento para Alex. “A partir do momento que a gente criou a empresa decidimos ajudar os outros, temos que aproveitar a boa fase de startups que estamos vivendo aqui na região e criar mais”, fala o organizador.

De acordo com Alex, mais de 8 mil startups já surgiram em edições de Startup Weekend’s pelo mundo, e ele cita o Dobra, empresa montenegrina que produz carteiras de papel e outros objetos como sacolas e porta-cartões, como uma referência. “Eles são uns dos nossos mentores, e é muito legal que os novos empreendedores os tenham como referência”, comenta.

Na hora da inscrição era possível escolher entre três modalidades: designer; desenvolvimento de sistemas; ou negócios. A que mais obteve inscritos foi a de negócios, e a diversidade de pessoas da região foi grande. Teve participantes de Montenegro, Porto Alegre, São Jerônimo, e Arroio dos Ratos.

Uiara Menezes, é facilitadora indicada pela Techstars, empresa que organiza o evento mundialmente, e diz que o Startup Weekend é muito importante para o desenvolvimento das pessoas. “Esse evento pode despertar em todos uma forma diferente de ver e de fazer as coisas. Ele também implica no desenvolvimento pessoal, porque a gente está trabalhando com negócios, mas as competências que a gente acaba desenvolvendo nesse final de semana são utilizadas por qualquer pessoa no mercado”, relata Uiara. Criatividade, trabalho em equipe, identificação de problemas e como solucioná-los, são algumas das características desenvolvidas no evento.

Estudante de Comércio Exterior, Bruna Bender, se inscreveu na modalidade do design e diz que foi ao evento em busca de conhecimento na área do empreendedorismo.

“Eu também sou maquiadora e design de sobrancelhas autônoma, e eu faço folders, layouts de divulgação, tudo é comigo, e eu gosto bastante, e esse evento é uma boa oportunidade”, fala a jovem.

Projeto Garimpando a Obra foi o grande vencedor da primeira edição do evento

Os grandes vencedores
Na noite de domingo, os participantes apresentaram seus projetos a um corpo de jurados formado pelos empresários Paulo Kindel, Marcelo Cardona, Tárik Pottoff, Karl Kindel, Fernando Stanck, Diovani Machado e Filipi Erthal. Eles avaliaram e questionaram os projetos e, após essa fase, anunciaram os vencedores. Em primeiro lugar, ficou o Garimpo da Obra, em segundo, o Embrasando e, em terceiro, o APP Veg.

O grupo vencedor, formado por Henrique Medeiros, 26, de Portão, Sergio Dornelles Souza, 29, de Alegrete, e os montenegrinos Karine Ruy, 37, Luiz Henrique Kafer Silva, 23, e Nevton Laux, 19, avaliam de forma positiva a experiência. “Foi um fim de semana muito intenso. A gente foi formando o nosso projeto através de uma junção de ideias. Cada um contribuiu com o que tinha de melhor”, conta Sérgio. “Eu fiquei muito emocionado com a vitória. Ao mesmo tempo que aqui é uma competição, é um espaço de cooperação”, diz Henrique. Eles afirmam que pretendem manter contato e desenvolver ideias em parceria. Esse, inclusive, é um dos objetivos do Startup Weekend.

O empresário Diovani Machado, um dos avaliadores dos projetos, definiu o evento como valioso. “Eles puderam entender as várias formas de solucionar um problema, e validar a ideia deles junto à sociedade”, explica. “Agora eles precisam avaliar as ideias e verificar outras coisas que não houve tempo para serem avaliadas aqui”, diz, sobre a possibilidade de colocar os projetos em prática. Em um balanço geral, ele acredita que há viabilidade nas ideias apresentadas. (AK)

Equipe de organizadores e mentores do evento realizado na Unisc

Grupos nas ruas
O desenvolvimento dos projetos demandou pesquisa com pessoas nas ruas para avaliar a necessidade do produto, estudo de como torná-lo viável, busca de maneiras para renatabilizá-lo, entre outras inúmeras fases a serem cumpridas.

As idéias desenvolvidas foram: Garimpo da Obra, aplicativo (App) para aproximar quem tem alguma sobra de obra de quem quer comprar o material; Conte Comigo, App para ligar pessoas que desejam ajudar outras; Amo Presente, APP para facilitar a compra desses produtos; Embrasando, saco de carvão que acende apenas com fósforo, sem precisar de outros produtos; e APP Veg, para facilitar a busca por comida vegetariana e vegana.

Um dos mentores dos empreendedores iniciantes foi co-fundador da Dobra , Guilherme Massena. Ele contou como a empresa passou de uma sala com uma porta improvisada como mesa e uma impressora simples a uma das dez startups mais conscientes do Brasil. Também falou sobre como elaborar os produtos da forma mais rápida e barata possível, sem esquecer da qualidade. Além de contribuir para a rentabilidade, isso auxilia na fase de testes, se o resultado for negativo, o prejuízo é menor, por exemplo.

Para Massena, a participação no evento é uma forma de retribuição e de valorização da parceria entre as pessoas. “A gente sempre contou com a ajuda de muitas pessoas. A Dobra cresceu muito em razão disso. Quem vive num mundo só de competição, está no caminho errado, a colaboração é muito importante”, frisa. (RB)

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