Indústria. Eficiente, unidade de Montenegro emprega 900 pessoas e alavanca o desenvolvimento do município
A John Deere de Montenegro comemorou, na tarde desta quarta-feira, o aniversário de 10 anos e a produção de cem mil tratores na unidade. Um evento realizado em um dos pavilhões da planta reuniu o CEO da Deere, Samuel Allen, o presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, o vice-governador do Estado, José Paulo Dornelles Cairoli, entre outras lideranças, para celebrar a evolução da fábrica de 2007 para cá. “A eficiência da empresa foi aumentada em três vezes, quase quatro, nestes 10 anos, mesmo operando em um mercado sazonal, que é a agricultura”, salientou Herrmann. Esse crescimento, segundo ele, é atribuído não apenas à tecnologia, mas sobretudo aos cerca de 900 funcionários diretos e 100 indiretos, que entregam o melhor de si nas atividades diárias.
Nos discursos, os diretores da companhia enfatizaram o engajamento dos colaboradores para a alta performance da unidade e para a qualidade dos tratores que saem das linhas de produção montenegrina. “Quando se extrapola as metas e os objetivos, não é somente porque os processos funcionaram bem, mas porque vocês colocaram um pouco dos seus corações no trabalho. Nossos produtos são feitos com paixão. Vocês são diferenciados”, enalteceu Herrmann, deixando os funcionários imersos em orgulho.
Gerente geral da John Deere em Montenegro, Paulo Rohde salientou os desafios e as conquistas que pautaram esses 10 anos de história. No começo, em 2007, eram produzidos 12 modelos de trator. Hoje já são 39, inclusive os gigantes da série 8R, que podem atingir 400 cv de potência e, além daqui, são produzidos apenas nos Estados Unidos. “De 20 tratores por dia, passamos a produzir 70. Isso é resultado de uma equipe comprometida e unida.
Temos um portfólio completo para atender as necessidades dos agricultores de todos os perfis e tamanhos, independentemente das culturas”, enalteceu.
Há 10 anos, a safra agrícola do país era de 133,2 milhões de toneladas, um recorde até então. Hoje, o Brasil chega a 240,3 milhões de toneladas — crescimento de 80%.
De acordo com Rohde, entre 15% e 20% dos tratores que saem da John Deere de Montenegro são exportados para a América Latina e alguns países da África, onde já existem brasileiros plantando. “Esses tratores representam a última geração em inovação e tecnologia, incorporando recursos para agricultura de precisão, monitoramento de performance, desempenho e conectividade. A tecnologia vai ao encontro da necessidade dos agricultores em fornecer em alimentos em larga escala e de forma sustentável para alimentar a crescente população mundial”, acrescenta. A planta montenegrina figura entre as mais modernas instalações industriais agrícolas do mundo.
Em seu pronunciamento, o vice-governador salientou que grande parte das empresas de sucesso que conhece — entre elas a John Deere — têm políticas internas capazes de fazer o funcionário sentir-se parte de uma família e responsável pelos resultados do negócio. Com 65 anos, Cairoli disse que essa mesma filosofia deveria ser aplicada ao poder público, porque a crise hoje enfrentada pelo Rio Grande do Sul é resultado de muito descuido no passado. “A minha geração se preocupou apenas com ela mesma. Não olhávamos para fora, para o futuro. Essa lógica, no entanto, vem sendo gradativamente revertida, mas depende muito da consciência de cada cidadão gaúcho. Não podemos esquecer que nenhum político chega ao poder sem o nosso voto”, provocou.
Homenagem a Randon
A cerimônia na tarde de ontem teve uma homenagem ao empresário Raul Randon, fundador das empresas Randon. À beira dos 88 anos, o industrial de Caxias do Sul não apenas é um grande cliente da empresa — tem mais de 140 tratores John Deere, segundo Paulo Herrmann —, como também é um parceiro estratégico. Ele é proprietário da Randon Administradora de Consórcios Ltda, empresa responsável pelo Consórcio Nacional John Deere.
Símbolo do empreendedorismo brasileiro por ter criado empresas de vários segmentos, Seu Raul recebeu uma chave de ouro em celebração aos 100 mil tratores produzidos na unidade montenegrina.
Saiba mais
— Para instalar a fábrica em Montenegro, a empresa investiu 250 milhões de dólares em 2007. Oito anos depois, a unidade foi expandida e houve um aporte de mais 40 milhões de dólares. Segundo o presidente Paulo Herrmann, a unidade tem como padrinho o industrial Heitor Müller, ex-presidente da Fiergs, que “moveu mundos e fundos” para que a John Deere se instalasse no município.
— A crise que a indústria automotiva nacional não abala os projetos da empresa. Hermann reconhece que as vendas caíram nos três últimos anos, mas depois de um forte período de crescimento. Ele acredita que os números de 2017 fecharão com melhor desempenho do que no ano passado. “É preciso trabalhar no contrafluxo. Nas épocas de baixa, a companhia se prepara para estar a pleno quando o mercado volta ao normal”, revelou.
— Tanto o CEO global da Deere quanto o presidente no Brasil ressaltaram que confiam no Brasil e no potencial de sua agricultura. “Acredito que a melhor fase da unidade de Montenegro ainda está por vir”, destacou Samuel Allen, no seu discurso em inglês traduzido por Paulo Hermann, presidente no Brasil.