CATÁSTROFE. Cidades longe do Rio Caí sofreram pelos cinco dias de chuva
As cidades da ‘encosta da serra’ no Vale do Caí que não são banhadas pelo Rio Caí foram castigadas pelo estresse hídrico dos seis dias de chuvas. Sobretudo Brochier e Maratá, que novamente viram o arroio que corta sua área central extravasar, mas desta vez em proporções ainda não presenciadas; isolando as cidades por, ao menos, dois dias. Nas localidades rurais houve deslizamentos de terra, bloqueios de estradas por erosão ou barreiras, corte de água e de energia elétrica.
Brochier projeta ao menos uma semana para recuperar o trecho da Transcitrus na ligação com Vale do Taquari, levada em desmoronamento de parte do Morro Paris. A cratera também isolou 13 famílias, sem água e sem luz. O prefeito Clauro Josir Carvalho aponta que o trabalho é realizado unicamente pela equipe do Município (a não ser água, que é empresa terceirizada), pois, diante da catástrofe em nível de estado, não há disponibilidade de empreiteiras ou aluguel de máquinas.
Problemas também em Paris Alto e Holanda Alta. “Parece que explodiu de baixo pra cima”, ilustrou Clauro, referindo-se a outra cratera aberta pelas águas. Nesta semana um geólogo do Município está percorrendo as localidades para avaliar os riscos nas encostas, especialmente aqueles em regiões habitadas.
Brochier tem ainda cabeceiras de pontes e bueiros assoreados, e pontos de asfaltos em Linha Pinheiro Machado e no Centro Brochier deteriorados. Em relação ao retorno das aulas, o Município estuda estender por uma semana o Decreto que suspende a atividade das escolas até esta terça-feira, dia 7. A instituição de Ensino Médio do Estado, Erni Oscar Fauth, está paralisada por determinação da Secretaria de Educação.
Maratá teve 50 deslizamentos e ainda sofre
Também Maratá vive dias de desolamento e trabalho de retomada. A cidade somou 50 deslizamentos; 12 pontes/pontilhões com estruturas afetadas; danos na ciclovia Cascata Vitória e no passeio público da Cachoeira Maratá, que ainda estava em construção. Será necessária a intervenção em 70% das estradas vicinais, algumas com manutenções complexas; além de bueiros danificados; rachaduras profundas e deslizamento nas encostas.
O asfalto novo da rua Miguel Schneider (do Colégio Paulo Chaves), que corrigiu o dano da enchente de 2023, foi todo perdido. Na Rodovia Transcitrus há danos no trecho próximo à Cervejaria GoldBier; assim como na localidade de Vila Nova. Os parques das cascatas foram atingidos em suas áreas de lazer a céu aberto.
O acesso pela ERS-411 permanece interditado, devido às fissuras e risco de desmoronamento; com desvio pela rua Erno Pletsch. Dos dois pontos bloqueados na Encruzilhada do Maratá, foi liberado aquele em frente à residência de Salete Camillo; e a Secretaria de Obras trabalha na rachadura defronte à casa de Gilberto Fath. Há ainda ponto de interdição no morro da Boa Esperança.
São José do Sul precisa reconstruir estradas
O cenário se repete em São José do Sul, com muitos estragos nas estradas municipais, em pontilhões e cabeceiras de pontes levados pela enxurrada. A economia primária registra ainda danos na Agricultura, com lavouras que foram lavadas pelas águas. “Tivemos seis famílias abrigadas em casa de parentes”, informou a prefeita Juliane Bender.
Problemas ainda em uma estrada vicinal interrompida e um pontilhão em avaliação na estrutura. São José do Sul decretou estado de anormalidade devido aos estragos da catástrofe climática, que chegaram a afetar o trânsito pela BR-470. As aulas da Rede Infantil foram retomadas na segunda-feira, 06, e do restante da Rede Municipal retorna nesta terça-feira, 07. Em ato de solidariedade, a Prefeitura organizou doações destinadas a toda região do Vale do Caí.