Iniciam testes de vacina contra o coronavírus no Rio Grande do Sul

O Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), iniciou neste sábado, dia 8, os testes de uma vacina contra o novo coronavírus. A instituição é a única em solo gaúcho a aplicar as doses da vacina em voluntários para a terceira fase de ensaios clínicos do imunizante. A ação é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.

De acordo com o Butantan, o imunizante desenvolvido pela Sinovac Life Science é um dos mais promissores do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O instituto avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente.

Esta é a fase final de pesquisa clínica que envolverá cerca de nove mil profissionais da saúde no Brasil como voluntários, sendo que 852 receberão o potencial imunizante e serão acompanhados no centro de pesquisa de Porto Alegre. O laboratório asiático já realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus.

A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança. Caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e distribuição em todo o Brasil.

No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também trabalha, em parceria com o laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford, na criação de uma vacina contra o novo coronavírus. Inclusive, na quinta-feira, dia 7, o presidente Jair Messias Bolsonaro assinou Medida Provisória (MP) que viabiliza recursos para produção e aquisição dessa vacina. A proposta prevê um crédito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão para que a Fiocruz possa dar início à produção do imunobiológico.

Em todo o mundo, a vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford é a que está em estágio mais avançado de desenvolvimento. O ministério da Saúde também acompanha pesquisas para o desenvolvimento de outras vacinas e pode firmar outras parcerias.

Sobre os testes realizado no RS

Entre os voluntários recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à Covid-19. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.

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