Queimadas. Só na primeira semana de setembro o INPE registrou 16 mil incêndios desse tipo no território brasileiro
Com a proximidade das estações mais quentes do ano, aumenta a preocupação com o risco de queimadas no Vale do Caí. A estiagem, aliada ao comportamento humano, pode levar a danos ambientais, prejuízos em pomares, de casas e galpões. Um dos maiores riscos é quanto a perda de florestas inteiras de acácia e eucalipto, comuns na região. “Agora, nessa época de calor, podemos chegar a 10, 15 chamados por dia”, aponta o sargento do Corpo de bombeiros de Montenegro Sandro Xavier. Em alguns momentos o fogo em campo lidera o número de chamados. Um dos maiores transtornos em beira de rodovias são causados pelas bitucas de cigarros jogadas dos veículos na vegetação. Elas podem provocar incêndios de grandes proporções, em razão do pasto seco. Só na primeira semana de setembro o Instituto Nacional de Pesquisas espaciais (INPE) registrou 16 mil incêndios em campo no território brasileiro. Com isso o Brasil superou a média de queimadas dos últimos anos.
Já quanto a zonas habitadas, de acordo com os bombeiros, os maiores riscos são as limpezas de terrenos e pátios com fogo, nas zonas urbana e rural. “Normalmente as pessoas perdem o controle e nos ligam. A queimada é crime ambiental”, afirma o sargento Sandro. As queimadas provocadas pela ação humana ainda geram outro transtorno: o desgaste físico dos soldados. “Além do deslocamento das viaturas e do efetivo limitado, nós levamos algum tempo para nos recuperar dessas situações altamente desgastantes. E se surgir outra ocorrência, temos que atender”, explica o soldado.
Queimadas: enfraquecimento do solo
A Emater aponta que o mês de julho teve chuvas muito abaixo da média histórica em Montenegro. Foram 45 mm em 2017, contra os 228 mm do mesmo período do ano anterior. Segundo a Emater, não há benefício algum em realizar queimadas para limpar áreas produtivas, as quais já são suscetíveis a erosão. “O solo que já é arenoso, fica ainda mais pobre”, aponta o extensionista Valmir Michels. Outra característica que propaga os danos de fogo em campo, é que na região o calor e os ventos do norte ajudam a propagar as chamas. De acordo com o extensionista, para evitar danos, o ideal é realizar o manejo mecânico para limpeza de terrenos. “Fazer uma roçada, ajuda a manter a cobertura de solo e também no plantio direto. São técnicas que auxiliam a reter a umidade no solo”, aponta Michels.
Neste ano, em todo o país, as queimadas cresceram 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Os prejuízos se dão a longo prazo com a falta de matéria orgânica no solo.