O problema foi constatado em vários bairros e o único meio de defesa
é a dedetização especializada. Prefeitura ainda não recebeu reclamações
Um animal tão pequeno que traz uma “dor de cabeça” tão grande. A Monomoriuns Pharaonis, mais conhecida como Formiga Faraó, está praticamente invadindo a cidade de Montenegro. Com uma rápida reprodução, elas se multiplicam em diversos ninhos com muitas rainhas. A espécie se alimenta de restos de comida e de pequenos fragmentos da pele humana (por isso, em alguns casos, causam a sensação de leves queimaduras).
Marcelo Schütz, proprietário da M&F Imunizadora, afirma que a situação já é considerada como uma infestação. “Já são mais de seis bairros em que comprovamos que, a cada 10 casas, em sete as formigas estão lá, incomodado. É praticamente impossível prevenir a chegada delas, pois comem praticamente todo o tipo de alimento”, comenta. Centenário, Rui Barbosa, Santa Rita, Centro, São João, São Paulo, Santo António e Panorama são alguns dos locais já atingidos pelo pequeno inseto.
As invasoras até causam problemas à saúde, mas Marcelo diz que esse não é o maior problema. Ele explica que casos de doenças são mais raros, mas a preocupação com as formigas andando pela casa e invadindo os utensílios que guardam a comida gera uma sensação desagradável. “Elas aparecem em todas as partes da casa, inclusive nos jardins. Qualquer grão de comida é um banquete para elas”, comenta.
As formigas demoram entre 38 e 45 dias para se reproduzirem, aumentando rapidamente o seu grupo. Marcelo explica que, em cada canto da casa, elas constroem um ninho, montando assim várias colônias com diversas rainhas – mesmo levando em consideração que uma colônia não colabora com a outra nas tarefas. “A única forma para eliminá-las é dedetização, para destruir todos os ninhos. Ela não deve ser combatida com pequenas aplicações. E fica difícil também eliminar para sempre, pois na tua casa o serviço pode estar sendo feito, mas na do vizinho não. Mais tarde, elas podem migrar de uma residência para a outra”, comenta. Ele recomenda a dedetização uma vez por ano, com o produto à base de Fipronil, aplicado por um especialista, na residência, para evitar a perturbação gerada pelas formigas.
A Formiga Faraó
Trata-se de uma formiga pequena (de 1,5 a 2 milímetros, em média), de cor amarela ou marrom clara, quase transparente. Ficou conhecida por sua presença em hospitais. Elas crescem em edifícios ou em qualquer outro lugar, mesmo em regiões de clima temperado, desde que o aquecimento central esteja presente.
A formiga-faraó é polígínica, ou seja, suas colônias podem conter muitas rainhas – até 200. Uma colônia individual normalmente contém de 1.000 a 2.500 operárias.
Nenhuma denúncia até agora
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informa que não recebeu nenhuma reclamação de infestação de formigas na cidade, nem mesmo na Vigilância Sanitária. “Desconhecemos esta espécie, provavelmente é nativa. Em contato com a Fepam/Sema, não existe declaração de infestação ou invasão de espécies invasoras. O que pode acontecer é um fenômeno muito comum, em que acabam mudando o local do formigueiro ou por causa das chuvas ou por falta de alimento”, informou o órgão. A secretaria ainda garantiu que as formigas podem ser afugentadas com cravo, canela e sal de cozinha, sem prejuízos ambientais.