O novo coronavírus já infectou mais de 3 milhões pessoas no Brasil e a busca pela cura é constante. Neste contexto, o Hospital Schlatter, de Feliz, passa a contar com um novo tratamento para o vírus, que utiliza o plasma de alguém que teve a doença e já se curou. O método inovador na região é utilizado no intuito reduzir os sintomas e carga viral dos pacientes com a infecção ativa.
Poucos tratamentos são tão promissores e seguros quanto este que o Hospital Schlatter está propondo aos seus pacientes. Conforme explica o médico e diretor técnico da entidade de saúde felizense, Rogério Cardozo, o uso do plasma convalescente no tratamento da Covid-19 é realidade em poucos hospitais do Brasil e o protocolo clínico do Hospital Schlatter foi aprovado e passa a fazer parte dos locais que estão autorizados a realizar esse tratamento.
“Além disso, segundo o próprio Hemocentro de Caxias do Sul, o protocolo elaborado pela direção técnica do Hospital Schlatter servirá de referência para as demais instituições que desejarem elaborar os seus”, afirma Rogério. Para isso, a instituição conta com a solidariedade de todos. Quem já adoeceu da Covid-19 pode ajudar. “Estenda suas mãos e abrace esta causa’, destaca Rogério Cardozo.
Como funciona a doação de Plasma
Plasma é a parte líquida do sangue. Nele estão contidas nossas defesas: os anticorpos. Para conseguir combater a Covid-19, o organismo produz anticorpos, que auxiliam na eliminação do vírus e na recuperação da doença. Ao realizar a doação de plasma, parte destes anticorpos serão repassados para o paciente com a doença ativa, a fim de acelerar a eliminação do vírus e a sua produção de anticorpos, combatendo com mais efetividade a doença.
Segundo o diretor técnico, a doação de plasma é um pouco diferente da doação tradicional de sangue. “A coleta é feita por meio de aférese, procedimento no qual a separação de componentes do sangue é feita por centrifugação, por meio de um equipamento automatizado”, explica. O sangue do doador é captado por uma máquina que separa apenas o plasma na bolsa de coleta e devolve o sangue ao organismo.
Como ser voluntário
Em princípio, apenas os pacientes felizenses já curados do novo coronavírus. O setor de Vigilância em Saúde do município irá entrar em contato por telefone com os pacientes positivos, que já se recuperaram da doença, a fim de convidá-los a participar da doação. A primeira etapa será a aplicação de um questionário, para determinar quem estará apto a realizar a doação. Após esta verificação e o aceito do doador, o procedimento será agendado.
Além do questionário, o doador precisa ter entre 18 e 60 anos de idade, pesar no mínimo 50kg, ter diagnóstico laboratorial confirmado de infecção por Sars-Cov-2 (Covid-19), estar sem sintomas há pelo menos 15 dias e quando mulher, não pode ter tido mais de duas gestações. “O motivo para esta pequena restrição às mulheres se deve ao fato de que elas possuírem alguns anticorpos que podem dar reações nas pessoas que recebem a doação’, explica Rogério. A doação é voluntária e os custos relacionados com o procedimento serão cobertos pela Administração Municipal.