Déficit mensal gira em torno de R$ 300 mil. Direção tenta sensibilizar prefeituras da região a repassarem recursos
A direção do Hospital Montenegro reuniu representantes dos municípios da região para fazer um alerta sobre a situação financeira da instituição. O encontro ocorreu na tarde dessa terça-feira, 16, ocasião em que foram apresentados números sobre receita e despesas, revelando um déficit mensal em torno de R$ 300 mil.
Conforme o diretor administrativo do HM, Carlos Batista da Silveira, a reunião visou expor a situação das finanças e a necessidade de ajuda dos municípios para evitar medidas mais drásticas num futuro próximo, como a suspensão de alguns serviços. A receita mensal é de R$ 4.176.459,86, enquanto o custo médio é de R$ 4.501.000,00. A diferença é um déficit de R$ 324.540,14.
Sua preocupação é evitar que o déficit aumente como uma bola de neve, agravando ainda mais a situação da instituição que garante o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a vários municípios da região. “O hospital não precisa dar lucro, mas não também não pode ter prejuízo”, resume.
O diretor clínico, Fabrício Fonseca, observou que a instituição sente o reflexo das falhas na atenção básica e na alta complexidade. Por essas dificuldades, o HM acaba por atender pacientes que estariam fora de sua referência. “Os hospitais de alta complexidade não dão conta (da demanda) e o paciente acaba ficando no HM, que é de média complexidade”, acrescenta.
Ao comentar os números de receita e despesa, o gerente administrativo Felipe Leser afirmou que a situação só não é pior porque os médicos não estão recebendo em dia. “Estamos e outubro e eles estão recebendo apenas 40% dos serviços de julho”, esclarece. A folha de pagamento dos funcionários está sendo paga, mas sem os dissídios de 2017 e 2018.
Na explanação dos repasses referentes aos contratos de prestação de serviços do Estado, é observada a queda nos valores nos últimos anos, que não acompanham a inflação e são reduzidos também pela diminuição de especialidades. Ao mesmo tempo, foi mencionado que o desemprego deixa mais pessoas sem planos particulares de saúde, ampliando ainda mais a busca pelo Sistema Único de Saúde. Essa situação, naturalmente, impacta na demanda do HM que é 100% SUS.