Horta da Emma Ramos de Moraes rende frutos e muito conhecimento

As sementes plantadas há praticamente dois anos vêm rendendo inúmeros frutos na E.M.E.I. Emma Ramos de Moraes. Literalmente. Nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, enquanto os alunos não podiam frequentar a escola, os assistentes da instituição trabalharam – e muito – na criação de um projeto de educação ambiental que viria para ficar.

Em uma espécie de “força-tarefa”, os assistentes tiveram o apoio de funcionários da Prefeitura para dar uma nova cara aos fundos da Emma Ramos. O barro e o matagal deram lugar a canteiros organizados, com sementes e mudas dos mais variados tipos de alimentos e temperos. A horta da escola estava feita.

Projeto da horta na escola começou no início da pandemia e vem sendo ampliado neste ano

“Os assistentes iniciaram o projeto e se envolveram mais no início. A Administração nos ajudou bastante com a questão das máquinas, mexeu em toda a terra. Conseguimos composto com a BioC. Esse projeto já havia sido tentado em outras gestões, mas não deu certo. Agora deu, e todos se envolveram e gostaram muito”, destaca Eliane Fernandes, diretora da Emma Ramos de Moraes.

Desde o início do projeto, a escola já realizou algumas colheitas e, com a venda dos alimentos produzidos na horta, a Emma Ramos já conseguiu adquirir equipamentos como máquina de cortar grama e aparador para fazer a manutenção do pátio da escola.

Com o retorno dos alunos para o ambiente escolar, os estudantes passaram a ter um momento semanal destinado ao cuidado da horta. A professora Cladis Maria Pommer da Silva, que chegou à Emma Ramos no início deste ano letivo, é a responsável por conduzir e orientar a criançada na horta escolar. “A prof. Cladis gosta muito de trabalhar na horta, eles (estudantes) até chamam ela de prof. da natureza. Todos os alunos podem participar, mas os maiores se envolvem mais com a horta. É encantador ver a carinha deles mexendo na terra”, acrescenta Eliane.

A diretora enfatiza que a instituição incentiva, através do projeto da horta escolar, questões fundamentais para o futuro dessa geração. “Buscamos incentivá-los, desde a alimentação saudável, do cuidado com as plantas, até mostrando a eles que podem ter uma horta em casa, dá trabalho, mas não é difícil. E eles estão adorando o projeto, estão comendo as folhas de couve, aprendendo que as folhas são comestíveis. Eles acabam valorizando isso”, complementa Eliane.

Mudas e sementes são plantadas em materiais reciclados e reaproveitados

Couve é a queridinha da criançada
Para os alunos da turma do jardim da Emma Ramos, cuidar da horta escolar é um dos momentos preferidos da semana. Além de realizar a colheita, eles limpam todos os canteiros, regam as plantas e comem alguns alimentos. Em relação ao consumo, a couve é a queridinha dos estudantes. “Gosto de colher couve e beterraba, pois é o que gosto de comer”, salienta Ana Laura de Freitas, de apenas cinco anos.

Colega de Ana, o pequeno Arthur Tavares, 5, também gosta de colher – e comer – couve quando está na horta da escola. “Gosto de colher cogumelos e tirar as lagartas das plantas também”, acrescenta o jovem aluno. Benjamin Rodrigues, 5, é outro “fã” da couve. “Gosto de couve e amo colher chuchu e mamão”, declara.

A professora Cladis Maria Pommer da Silva explica porque a criançada gosta tanto de couve. “Eles olham todos os pés de couve, para ver se tem lagarta. Há um senhorzinho que vem aqui na escola e nos falou que vinagre com água evita a procriação de lagartas. Então, preparei a solução, aí dou para eles o vinagre e eles vão passando. E nesse vai e vem, eles resolveram passar o vinagre na folha da couve para comer. Agora eles vêm na horta, tiram do pé a folha de couve e comem”, frisa.

Professora pretende ampliar a horta escolar
O projeto da horta escolar na Emma Ramos iniciou durante a pandemia. No início deste ano, com o retorno dos alunos à escola e a chegada da professora Cladis à instituição, as atividades foram intensificadas. Ao longo do ano, a coordenadora do projeto pretende, inclusive, realizar arborização de árvores frutíferas no entorno da escola. “Já ganhamos algumas mudas e estamos buscando outras parcerias”, pontua Cladis.

Em poucos meses de projeto, a garotada já conhece praticamente todos os alimentos e sementes plantados nos canteiros da horta. O aprendizado, no entanto, vai muito além disso. “A gente incentiva eles a comer, e é impressionante como eles estão aceitando bem esse tipo de alimento, é aqui que começa. Eles já sabem o que é o inço que precisa tirar fora, chegam aqui, identificam e vão tirando. Antes eles arrancavam tudo”, acrescenta a professora.

Prof. Cladis é a responsável por coordenar o projeto na instituição

Nos canteiros da Emma Ramos, são produzidos alface lisa, alface roxa crespa, alface verde crespa, alface americana, alface mimosa, salsinha, rúcula, beterraba, cenoura, couve, chuchu, temperos como manjerona, cebolinha, cominho, alecrim e até alguns chás, como o cidró e a cavalinha. “É tudo orgânico, nada de produto químico nos canteiros. Trouxe o melão de São Caetano e a esponja vegetal para eles verem também. Estamos tentando buscar mais mudas para ampliar a horta”, enfatiza Cladis.

Além disso, a professora prepara, com os alunos, um espaço com mudinhas e sementes plantadas em materiais reciclados e reaproveitados, como caixinhas de ovos e cascas de ovos. “Vamos dando sequência ao projeto, é o incentivo da alimentação saudável, fazer a ocupação de um espaço que estava inerte, onde ninguém visitava, pois era tomado pelo mato. É um projeto gratificante”, completa a professora.

Cladis alerta os jovens sobre a presença de urtigas no meio dos canteiros

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