Homem assassinado em Montenegro trabalhava como motorista há três meses

VÍTIMA fazia corridas na madrugada por serem mais rentáveis

O primeiro homicídio registrado em Montenegro neste ano ocorreu na madrugada dessa terça-feira, dia 1º de fevereiro. Ao realizar uma corrida, por volta das 4h, o motorista de aplicativo Israel Patrick Parcianello, de 38 anos, foi assassinado com um golpe de faca na altura da nuca, que acabou atravessando a garganta. A vítima dirigiu até o Hospital Unimed Vale do Caí em busca de socorro, mas não resistiu ao ferimento. O suspeito pelo crime foi preso em flagrante, horas mais tarde, no bairro São Paulo. Conforme a Polícia Civil, o indivíduo de 22 anos, que não teve o nome divulgado devido a Lei de Abuso de Autoridade, será acusado pelo crime de latrocínio.

Segundo Sandro Gonçalves, sogro de Israel, o genro trabalhava como motorista de aplicativo há três meses. Cerca de um mês após começar a trabalhar nessa área, Gael – como era chamado pela família e pelos amigos – trocou de carro. Ele financiou a compra do Renault Kwid, veículo no qual foi assassinado. Israel dizia para a família que trabalhar na madrugada era mais rentável, e que dessa forma poderia antecipar a conclusão do pagamento do automóvel.

Segundo o sistema de rastreamento do veículo, na madrugada do crime Gael recebeu chamado para levar um passageiro da Morada do Sol, no bairro São Paulo, até o bairro Germano Henke. O motorista tentou passar a corrida para um colega, mas esse já havia encerrado o expediente e só viu a mensagem de Israel algum tempo depois. Gael acabou aceitando a corrida.

A vítima dirigiu até o HUVC em busca de socorro. Foto: Polícia Civil

No meio do caminho, o passageiro alterou o local de desembarque. Gael conduziu o carro até o pátio do antigo Frigonal, na localidade de Passo da Serra. No local o indivíduo golpeou a vítima. Mesmo ferido, o motorista conseguiu escapar do criminoso e chegar ao hospital.

“A faca, de uns 35 centímetros atravessou a garganta dele. Ele conseguiu dirigir do Frigonal até o Hospital da Unimed. Ele chegou lá buzinando até que foi socorrido. Só deu tempo de dizer que o cartão dele estava dentro do carro. Ele foi levado para a sala de operações, mas não resistiu”, conta Sandro.

Conforme o delegado André Roese, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, a equipe de investigação com apoio de policiais da delegacia regional e de pronto atendimento, após saber que a vítima havia dado entrada no hospital com uma faca cravada próxima a jugular, seguiu em perseguição ao suspeito. Informações prestadas por um usuário do aplicativo ajudaram a Polícia na busca pelo suspeito.

Gael, como era conhecido em Montenegro, era evangélico. Foto: Facebook de Israel Patrick Parcianello

 

A Polícia montou campana na residência do suspeito e conseguiu encontrá-lo. O homem admitiu ter cometido o crime, mas alegou ter sido durante uma briga. Contudo, a polícia investiga outra versão sobre o caso. O indivíduo é usuário de entorpecentes e teria cometido o assalto para conseguir dinheiro para pagar uma dívida de drogas. Conforme o delegado, ainda está sendo investigado se o assassino chegou a subtrair algo da vítima.

Israel era casado há 11 anos com Paula Ariane Parcianello Gonçalves, de 29 anos. Ambos não tinham filhos. No próximo dia 10, Paula completará 30 anos, sem a presença e o abraço do companheiro.

O velório de Gael ocorrerá na capela da Funerária Forneck Mattana. O horário dos ritos fúnebres não foi divulgado até o fechamento desta edição.

Fé era característica marcante da personalidade de Gael
Sandro Gonçalves conta que, pouco antes de ser assassinado, Gael esteve em um posto de combustíveis. Um frentista relatou que o motorista estabeleceu diálogo com outros dois indivíduos que estavam no local e passou a falar sobre fé e Jesus Cristo. Para Sandro, a atitude do genro foi normal, pois sempre que possível ele fazia isso. “A gente não tem como descrever o Gael, era uma pessoa fantástica. Ele se importava com todas as pessoas, sempre tinha uma palavra amiga, sempre falava de Jesus”, relata Sandro.

Gael era obreiro da Igreja Deus é Amor. Natural de Santa Maria, na região central do Estado, ele veio morar em Montenegro ainda na infância. “O que mais indigna a família é que esse rapaz que cometeu o crime é atirado na vida. O Gael não via maldade em ninguém. Nas situações ruins ele procurava ver a solução do problema. Tenho certeza que Deus acolheu ele no céu”, diz o sogro.

Outro caso
Em 11 de outubro de 2020 o taxista Marcelino Andre da Silveira, de 53 anos, foi encontrado morto na localidade de Alfama, em Montenegro. A vítima foi ferida com golpes de faca. O veículo foi abandonado na calçada da EMEI Santo Antônio.

No dia 14 de outubro do mesmo ano, a polícia cumpriu mando e prendeu o acusado. A casa do indivíduo era próxima ao local onde foi abandonado o táxi de Marcelino. O acusado trabalhava com corte de mato perto da área onde foi encontrado. O indivíduo já possuía antecedentes por tentativa de latrocínio de um motorista de aplicativo ocorrida em maio de 2019.

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