Muitas dúvidas: Como foi o 1º dia de provas do Enem

Domingo que vem os estudantes farão a segunda parte do teste

Após remarcações de data e muita incerteza, neste domingo, 17 de janeiro, às 13h, os portões das escolas se fecharam e teve início o Enem 2020. A movimentação próximo aos locais de prova foi intensa, mas, visivelmente inferior que nas edições anteriores. Nesta etapa, os estudantes realizaram as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. No dia 24 eles irão testar os conhecimentos de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Os gabaritos das provas objetivas saem até 27 de janeiro. Quem optou pela prova digital a fará nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Em todo o país, 5,8 milhões de estudantes se inscreveram para fazer as provas.

Coube à fiscal Simone Stein fechar o portão da Escola São João Batista quando o relógio marcou 13 horas

Além do nervosismo tradicional em dia de Exame Nacional do Ensino Médio, nesta edição os estudantes tiveram de lidar com incertezas que não existiam nos anos anteriores. Muitos acreditavam que a prova poderia não ser realizada, já que o cancelamento chegou a ser pedido em função da pandemia de Covid-19, mas foi negado pela justiça. Para evitar aglomerações, uma série de medidas preventivas foi anunciada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela aplicação do Enem.

Simone Stein, que foi fiscal neste domingo na Escola Estadual São João Batista, relata que as salas foram preparadas de forma diferente, para que apenas 15 estudantes por sala fizessem a prova, respeitando o distanciamento. “Mas tem sala com oito participantes, apenas. Compareceu um número menor do que o esperado aqui na escola”, explica Simone. Isso se repetiu por todo o País. A abstenção no primeiro dia de provas foi de 51,5%. Foi Simone a trancar o portão quando o relógio marcou 13h, pouco depois de apressar a última candidata a chegar.

Tema da redação surpreendeu
Como já ocorreu nos últimos anos, o tema da redação do Enem passou longe do assunto mais batido do momento. Nesta edição o escolhido foi “O Estigma Associado às Doenças Mentais na Sociedade Brasileira”.

Em 2019 os alunos tiveram de discorrer sobre o acesso ao Cinema e, no ano anterior, 2018, o tema proposto foi o controle de dados na Internet. Ou seja, a prova do Enem cobra na redação, além da correção na escrita, que o aluno mostre conhecimento e capacidade de diálogo com temas variados.
As redações do Enem são avaliadas em cinco competências, cada uma vale 200 pontos.

São eles: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Entre os estudantes, ansiedade e curiosidade
Quem chegava para fazer a prova mostrava a corriqueira apreensão vista em dias de Enem, mas, também, muita curiosidade sobre a prova deste ano. Será que haveria distanciamento? Teria esta edição uma concorrência menor? Além disso, a curiosidade de sempre, o tema da redação, também estava presente, enchendo de interrogações a mente de quem estava inscrito. Os amigos, Alisson Beedalferth e José Britto, ambos com 19 anos, são moradores de Tupandi, mas vieram prestar o exame em Montenegro. A escolha, segundo eles, não é incomum entre os estudantes de lá. “Bastante gente da turma escolheu fazer em Montenegro”, conta José.

Darlene Silva
estava confiante

Eles fazem a prova pela segunda vez e estavam antevendo uma participação menor de candidatos. Ambos relatam que chegaram a ter dúvidas se a prova efetivamente ocorreria e, mesmo minutos antes dos portões fecharem na Escola Estadual Delfina Dias Ferraz, tentavam adivinhar o que veriam de diferente na sala de prova. “Que bom que não cancelaram e a gente vai ter a prova. Só tomara que tudo funcione bem, com distanciamento e higienização. Porque a gente não sabe bem como vai funcionar tudo”, relata Alisson. “Vai ser tudo uma surpresa”, completou José.

Se a pandemia gerou dúvidas, também fez com que muitos colocassem na Covid-19 sua aposta para tema da redação. Mas os amigos de Tupandi acham que isso pode ser uma pegadinha. “Só se falou nisso esse ano então pode ser que seja. Mas não dá pra ter certeza. Pode ser como no ano passado (referindo-se ao Enem de 2019) que surpreendeu todo mundo. Eles gostam de surpreender. Certo é que vai ser uma surpresa”, diz Alisson Beedalferth, pouco antes de entrar na escola onde prestaria o Enem.

Os amigos Alisson Beedalferth e José Britto
vieram de Tupandi fazer a prova em Montengenro

A estudante Darlene Silva, de 19 anos, chegou à Escola São João Batista por volta das 12h30mim, com comprovante de inscrição em mãos e cheia de expectativa. Montenegrina da Vendinha, ela faz o Enem pela primeira vez e reconhece que as dúvidas sobre a realização da prova acabaram por interferir na preparação. “Acaba preocupando”, disse. Mas, apesar do nervosismo, ela estava confiante. “Eu estou nervosa, até porque é minha primeira prova do Enem, mas eu to preparada”, disse, e correu para procurar seu nome da lista e encontrar sua sala.

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