CORONAVÍRUS.Impacto no abastecimento dos produtos é sentido desde o início da semana
A pandemia de coronavírus causou escassez de álcool gel 70% em muitos mercados e farmácias de Montenegro. Pedro Saucedo, gerente de farmácia no Centro da cidade, conta que já presenciou até briga entre clientes pelo último álcool disponível no estoque da loja. O produto é indicado para a higienização como forma de prevenção à contaminação pelo vírus.
“Não tem previsão para chegada porque, geralmente, é a mesma distribuidora para muitas farmácias. Estamos tentando”, coloca o gerente. No estabelecimento, já estão faltando máscaras e bálsamo alemão. “De sábado à segunda, vendemos cerca de 400 álcool géis, sendo que antes do coronavírus ele era um produto que não vendíamos muito.”
A farmacêutica Gabriela Rihl Kniest, de outra farmácia da cidade, conta que está na espera por 50 unidades de álcool gel de 440 gramas, que devem chegar só no sábado. Foi tudo o que ela conseguiu com o fornecedor. “Começou uma procura desenfreada desde o início de março, quando começaram a divulgar as notícias. Terminava o estoque da farmácia e a gente ia pedindo mais para a distribuidora, daí vinha porque eles ainda tinham no estoque deles. Agora não. Está difícil”, declara.
No formato de 440 gramas, o álcool será comercializado por R$ 21,90. Segundo Gabriela, no mesmo valor do estoque antigo. A procura está grande, também, pelo bálsamo alemão. Ela relata que o estabelecimento pediu 60 unidades, mas só conseguiu 15 com o fornecedor. O estoque de máscaras deve ser reforçado nessa sexta-feira. Em ambos os itens, já houve reajuste de preços em R$ 3,00.
Nos mercados, o foco é na prevenção
Supermercados como o Mombach e o Imec estão trabalhando na prevenção da contaminação pelo vírus. Colaboradores estão fazendo a higienização de carrinhos e cestas, bem como dos caixas e balcões. “Montamos um comitê de monitoramento da situação que, diariamente, se reúne para a definição de planos de ação no intuito de que a empresa possa continuar prestando os serviços essenciais às comunidades”, colocou o Grupo Imec, em nota enviada à reportagem.
Na capital gaúcha houve relatos de grande procura no varejo. Gente que buscou estocar diferentes produtos, comprando muito nos mercados e causando momentos de prateleiras desabastecidas. Mas não há risco de desabastecimento de itens de necessidade básica.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) emitiu nota tranquilizando a população de que as 4.700 lojas do setor seguem funcionando normalmente no Rio Grande do Sul.
“Pontualmente, poderão faltar em alguns supermercados itens cuja curva de demanda sofreu grande impacto, como o álcool gel. Produtos como papel higiênico, bebidas e alimentos, entretanto, estarão com seus estoques abastecidos sem quaisquer prejuízos aos consumidores”, garantiu a entidade.
*Colaborou Isadora Ferreira