Montenegrinos recordam momentos emblemáticos da carreira de Ayrton Senna
Um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e nome eterno no automobilismo mundial, Ayrton Senna nos deixava há exatamente 26 anos. Campeão da Fórmula 1 por três vezes (1988, 1990 e 1991), o piloto participou de 161 grandes prêmios na categoria, alcançando 41 vitórias, 80 pódios, 65 pole positions e 19 voltas mais rápidas. Para muitos pilotos e jornalistas especializados, Senna é considerado o melhor piloto da história da Fórmula 1.
Sua trágica morte, ocorrida em 1° de maio de 1994, após perder o controle do carro devido a uma barra de direção quebrada durante o GP de San Marino, em Ímola, Itália, causou uma das maiores comoções da história do Brasil. Ayrton Senna era um forte defensor do modo de vida brasileiro na época. Quaisquer problemas que se abatessem sobre o Brasil, milhões de pessoas buscavam refúgio em dois símbolos: a Seleção Brasileira de Futebol e Senna.
Quando ele acelerava nas pistas, milhões de corações o acompanhavam. A cada vitória, o piloto acenava com a bandeira do Brasil no ar. A família destaca no livro dedicado à trajetória de Senna, que Ayrton, desde pequeno, demonstrava vocação para as pistas. Seu pequeno jipe de brinquedo foi um dos primeiros veículos que pilotou e era seu brinquedo favorito.
As manhãs de domingo nunca mais foram as mesmas após a morte de Senna. Grande parte da população brasileira assistia às corridas de Fórmula 1 por causa dele. É o caso do montenegrino Edison Zang, que considera Ayrton Senna um ícone dentro e fora das pistas. “Era um exímio piloto na chuva. Ele era arrojado e corajoso, e infelizmente morreu por isso. Eu olhava Fórmula 1 por causa dele. Foi uma pessoa que trazia esperança de vitória para todos os brasileiros, dava esperança em acreditar até o fim”, ressalta.
Pai de dois jovens pilotos que competem no Velocross, Marcelo Wening define Senna como uma pessoa incrível, um profissional focado e dedicado, e muito humilde. “Só tenho boas lembranças dele para recordar. Muitas vezes, ele correu por equipes bem inferiores aos demais concorrentes. Mesmo assim, buscava forças e se preparava para estar sempre disputando de igual para igual. Era muito bom levantar de manhã aos domingos para assistir as corridas dele”, exalta.
Wening relembra que Ayrton Senna, mesmo sendo piloto, estava sempre junto com os mecânicos fazendo ajustes no carro. “Há comentários de mecânicos e chefes de equipe da época, falando que o Senna foi uma pessoa muito importante em relatar os problemas ou dificuldades, e o que poderia fazer para melhorar o carro e tornar o veículo mais competitivo”, recorda.
Fã de automobilismo, a representante comercial Adriane de Vargas enaltece a representatividade de Ayrton para a população brasileira. “Torcia muito por ele. Senna foi um exemplo de atleta profissional, determinado, sempre humilde e generoso com seus fãs. Em especial, gostava de assistir as corridas em Mônaco, uma pista com traçado lindo. Ele deixou um legado de inspiração e exemplo para muitas pessoas”, declara.
Piloto de kart se inspira em Senna
Antes de fazer história na Fórmula 1, Ayrton Senna mostrava seu talento em outra modalidade automobilística. Aos 13 anos de idade, o piloto começou a competir oficialmente no kart. Quatro anos depois, sagrou-se campeão sul-americano de kart. Ainda venceu a competição outra vez, foi tricampeão brasileiro de kart e bicampeão paulista.
O ídolo nacional inspirou muitas pessoas enquanto corria, mas segue inspirando os brasileiros até hoje. O piloto montenegrino de kart, Gabriel Pires, 15 anos, é fã declarado de Senna. “Considero o Ayrton como uma inspiração não só por sua pilotagem fantástica, mas também por sua personalidade e humildade. Ele dava tudo de si, não se importando com o carro ou a colocação, dedicava-se de corpo e alma ao esporte”, destaca.
O patriotismo de Senna também é enaltecido por Gabriel, que relembra grandes vitórias do ídolo. “Em todos os seus triunfos, ele fazia questão de mostrar que era brasileiro e que os títulos eram do Brasil. A primeira vitória do Senna no Brasil foi um grande momento para todos, pois foi uma corrida muito difícil, com chuva. No final da prova, a caixa de câmbio do carro do Ayrton quebrou, com isso ele ficou apenas com a sexta marcha e, mesmo com esse problema, conseguiu vencer. Outro momento emblemático foi em uma prova em 1993, também chovendo, ele largou em quinto ou sexto e em apenas uma volta passou todos os adversários”, completa.