IMPACTO. Colisão destruiu carro e tombou caminhão na ERS-124 na tarde de domingo
Uma colisão do tipo frontal, ocorrida pouco depois do meio dia desse domingo, 6, na altura do quilômetro 41 da ERS-124, em Montenegro, entre um Corsa Sedan e um caminhão, tirou a vida de Cilmar Vivaldino de Alvarenga, de 50 anos de idade. E deixou Sílvio Renato de Azeredo, de 42, preso às ferragens do veículo de carga. Ambos estavam sozinhos nos automóveis.
Ainda não há informações sobre o que ocasionou o acidente. Cilmar se deslocava na pista sentido Capital/interior quando a colisão com o caminhão carregado de polietileno interrompeu sua viagem. A força do impacto pode ser percebida nas condições em que ficou o carro de passeio, e pelo fato de o caminhão ter caído em um barranco.
Cilmar, morador de Canoas, faleceu no local, sem tempo para ser socorrido. Já Sílvio, que mora no bairro Santa Rita, em Montenegro, passou pela angústia de aguardar cerca de três horas até conseguir sair de dentro de seu caminhão. Os Bombeiros de Montenegro realizaram um trabalho minucioso para conseguir tirar Sílvio das ferragens. Pés e pernas ficaram prensados na cabine.
Segundo Vera Lopes, vizinha de Sílvio, que esteve no local do acidente, o caminhoneiro estava com uma carga que seria transportada do Polo para Curitiba (PR). A esposa e o bebê do casal, de apenas quatro meses, estavam na casa de familiares, na cidade de Passo Fundo. Conforme Vera, é comum o caminhoneiro levar companhias em suas viagens. Naquele dia, o próprio filho de Vera teria ido junto, não fosse o fato de também ter pego uma entrega para fazer.
Os parentes de Sílvio logo apareceram. Enquanto isso, a Polícia trabalhava para tentar descobrir quem era o condutor do automóvel Corsa, e avisar seus familiares sobre o ocorrido. Depois de algumas horas de espera, foi revelado tratar-se de Cilmar, técnico eletricista, casado há cerca de sete anos com Lucia Gonçalves, proprietária do carro que ele dirigia.
Cilmar foi sepultado na tarde dessa segunda-feira, 7, no Cemitério Jardim São Vicente, em Canoas. Renata Longaray, afilhada, expressa o sentimento de familiares e amigos de Cilmar. “A dor que eu estou no peito é impossível de descrever. Meu padrinho querido, vá em paz e saiba que sempre te amamos”, diz.
Parentes de vítima de outro acidente tiveram de pedir passagem
O trânsito no quilômetro 41 da ERS-124 precisou ser controlado pela Polícia Rodoviária Estadual, até o desdobramento do caso, atendimento à vítima e retirada dos veículos do local. Enquanto isso, quem passou por lá teve de ter paciência, pois a passagem de veículos foi sendo liberada aos poucos, em pequenos grupos de carros.
Contudo, em um momento, uma grande fila de automóveis chamou à atenção. Tratava-se do cortejo da analista de marketing digital Aline Meurer, de 30 anos. A jovem e o marido Airton da Silva Junior, de 36 anos, foram vítimas de um acidente de moto na BR-386, no dia 29 de setembro. No sábado, 5, Aline veio a óbito.
O sepultamento foi programado para ocorrer em Bom Jardim do Caí, o que a família não esperava, era encontrar mais uma cena de tristeza em seu caminho. Uma prima de Aline desceu de seu carro para pedir aos policias que permitissem a passagem dos cerca de 70 veículos que acompanhavam a procissão.
A mulher relatou ainda que Airton continua hospitalizado e, para se despedir da esposa, teve de ser levado de maca até onde estava o corpo da jovem. Ambos moravam em Porto Alegre, e no domingo do acidente vinham para Montenegro, almoçar com a família.
Sobre o acidente
O acidente envolvendo o casal Aline e Airton aconteceu na altura do quilômetro 429,9 da BR 386, próximo ao Velopark, em Nova Santa Rita, perto da divisa com Montenegro.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Montenegro, aconteceu uma colisão transversal, onde a moto, com placa de Porto Alegre, foi atingida por um automóvel Fiat Uno, emplacado em Triunfo. O condutor do automóvel, de 75 anos, e a passageira, de 72, residentes em Triunfo, não tiveram ferimentos.
Solidariedade em meio à dor
A família de Aline Meurer enfrentou a dor para realizar um gesto de desprendimento e de solidariedade ao próximo. A jovem teve doados rins, fígado, córneas e pele, beneficiando seis pessoas que aguardavam por transplantes. Conforme a prima da moça, apenas o coração não pode ser doado, devido aos efeitos causados pelos medicamentos que foram ministrados enquanto ela estava hospitalizada.