Loreni Cristina Reinheimer, candidata à Prefeita de Pareci Novo pelo MDB, foi entrevistada dia 20, no programa Estúdio Ibiá. Disputando um cargo eletivo pela primeira vez, ela tem como vice o experiente Pedro Inácio Rhoden, eleito vereador em quatro mandatos.
Nas suas principais propostas, estão a valorização dos professores, a implementação de um governo participativo, com foco nas demandas dos munícipes, a retomada do projeto do Loteamento Popular e a atração de indústrias para a cidade.
JI – Qual a prioridade do seu governo caso seja eleita?
Cristina – Temos muitas prioridades. Começando pela Saúde, precisamos de uma Saúde mais fortalecida. Uma área industrial para incentivar o desenvolvimento e aumentar a arrecadação. Estradas boas para ser escoada a safra. Teremos que trabalhar muito, claro, mantendo o que está bom e melhorando o que precisa.
JI – Sobre aprimorar o setor de regulamentação do Estado para diminuir a espera na fila por especialidades. Como a senhora irá atuar para atender esse compromisso?
Cristina – Desde os meus 21 anos, após formação, eu sempre trabalhei em Saúde. Só que sempre trabalhei na área privada. Após isso, passei a trabalhar na área pública, o que me deu uma paixão muito grande. Porque na atenção primária, junto aos pacientes, no SUS, o pouco que tu faz para uma pessoa é muito.
Pretendemos trabalhar junto ao Gercom (Sistema de Gerenciamento de Consultas), que é do governo do estado, de uma forma intensiva. Quando fui secretária de Pareci Novo, trabalhei muito nessa área de regulação dos pacientes. Sempre obtivemos bons resultados. E isso é feito através de pessoas às quais a gente contata e regula o nosso paciente.
JI- Como será a sua relação com o HM Regional?
Cristina – Acredito que vai ser muito boa. O meu contato com a HM, em qualquer município que eu estivesse como gestora na saúde, sempre foi muito bom. Acredito que, como prefeita de Pareci, vamos ter esse contato ainda melhorado. Ele é referência para Pareci Novo, então, temos que ter um bom vínculo, e sim, aportar recurso para ajudar o hospital, conforme a demanda que tivermos para encaminhar.
A gente sabe que a saúde tem que aportar 15% dos recursos do município, então temos que ver os gastos que a gente tem.
JI – Explique sobre o serviço de inteligência artificial que pretende introduzir para realização de eletrocardiogranas.
Cristina – O eletro é uma questão muito importante. Sabemos que o município tem um índice muito elevado de derrames e infartos. O que pretendemos com a questão da inteligência artificial colocada no plano de governo é um equipamento normal fornecido pela empresa, a qual deixa o aparelho consignado no município. A gente realiza o eletro, ele é encaminhado a Porto Alegre, para um centro que recebe o exame e após o médico cardiologista interpreta e nos retorna em minutos.
Se tivermos um paciente acometido de infarto e necessite desse eletro urgentemente, a gente realiza e em menos de 10 minutos tem o resultado. É uma ferramenta de extrema importância que podemos ter para salvar vidas. Sabemos que quanto antes a gente atender o paciente infartado, melhor o atendimento dele e melhor a recuperação.
JI – No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 Pareci não atingiu a meta no Ensino Fundamental Anos Finais. O que o seu governo vai fazer para a melhoria do Ensino na rede municipal?
Cristina – Acredito que a Educação seja uma das pastas mais importantes. É na Educação que formamos nossos maiores tesouros, as nossas crianças. Elas precisam de atenção especial, porque ela traz a esperança de um Pareci ainda melhor.
Pretendemos trazer os professores para junto da gente, fornecer treinamentos, e não estou dizendo que eles não são capacitados, muito pelo contrário, eles são guerreiros e a gente precisa deles. Mas a gente precisa deles também junto à administração, trabalhando parelho com a gente, e para isso a gente tem que valorizar eles também financeiramente.
Hoje, os professores em Pareci Novo não possuem plano de carreira. Precisa ter para que eles sejam mais valorizados e possam se dedicar integralmente ao município, dando uma educação ainda melhor para as nossas crianças.
JI – A senhora propõe um programa abrangente de educação em tempo integral. O projeto é para séries iniciais ou finais do Ensino Fundamental?
Cristina – O plano é para o Ensino Fundamental, creche e jardim, o maternal a gente já possui em tempo integral. Pretendemos implementar esse trabalho como fundamental porque a gente sabe que os casais precisam trabalhar. Pretendemos um turno integral, que eu chamaria de inteligente, por implantar algumas disciplinas, como Educação Financeira e Ambiental, Inglês, que trariam melhor desenvolvimento à criança.
Acho que precisamos investir muito nos nossos jovens para que eles tenham um futuro melhor.
Pretendemos ajudar os jovens que têm interesse em estudar. A prefeitura tem um grande papel incentivador para que ele estude. No nosso governo, pretendemos investir no jovem e também ajudar ele no transporte. Pensamos até em uma ajuda financeira em relação às cadeiras que eles irão fazer.
JI – A senhora apresenta propostas voltadas a captação de indústrias. Esta é uma reivindicação da população? Pareci quer ser uma cidade industrial?
Cristina – Nosso plano de governo foi feito de uma forma diferente. Há dois anos e meio, mais ou menos, eu e o presidente do MDB, o Antunes, passamos a fazer visitas nas residências. Um dos pedidos que jovens e mulheres nos fizeram foi para trazermos uma área industrial para o município.
A agricultura é responsável por 75 % da arrecadação e precisamos aumentar a receita. A questão industrial é importante sim, mas frisamos, a produção primária no Pareci é de extrema importância e temos que cada vez mais incentivar o jovem a se manter na agricultura. O nosso alimento sai da agricultura. Temos que manter as pessoas também na produção primária.
JI – A candidata propõe melhorar acessos da ERS-124, através de refúgio e rótulas, nas localidades e também na zona Central. Seu governo vai cobrar esses projetos do Governo Estadual ?
Cristina – Tivemos uma reunião com o DAER, onde foram alinhadas algumas situações. Já foram feitas várias solicitações dessas rótulas. Elas são responsáveis por perda de vários moradores de Pareci. Temos que ter um olhar especial em relação às rótulas, temos que correr atrás junto ao Estado, ver alguma forma para resolver essa situação. Não vou dizer que é só responsabilidade do Estado, eu acredito que não seja. O município, sim, tem a sua co-participação e a gente vai ter que correr atrás. Isso é uma das primeiras ações que vamos ter que fazer em Pareci, quando eleito.
JI – A senhora projeta estabelecer uma Defesa Civil municipal, Pareci não tem?
Cristina – Existe uma defesa civil regida por pessoas, somente. Sabemos que a defesa civil necessita de equipamentos e de pessoas especializadas. Hoje nós temos munícipes preparados para assumir isso. Temos que estar junto ao Estado ou correr atrás de emendas ou recursos próprios para comprar botes, coletes, e poder tirar as pessoas com segurança, de nada adianta ter uma defesa civil se a gente não fornecer segurança para as pessoas.
JI – Qual a demanda efetiva de açudes e poços para garantir o suporte hídrico necessário à população?
Cristina – Conversamos com várias pessoas e sabemos que a seca vem nos assolando cada vez mais. Como somos produção primária, há a necessidade dos agricultores terem açudes e poços para fazer a irrigação.
A gente precisa ter açudes e poços para irrigação e também água potável para nossos loteamentos. Sabemos que no verão temos bastante deficiência no fornecimento de água.
JI – A senhora pretende mudar a data de realização da Citrusflor? Por qual motivo e em que mês seria?
Cristina – Temos uma Citrusflor em época que não temos mais bergamota. Como vamos mostrar o nosso maior produto aos visitantes se não temos no momento da festa? É diferente ter o produto guardado, podemos guardar em câmara fria, porém, não há essa necessidade, o custo é mais elevado.
Acho que temos que fazer a festa em época que tem o produto para fornecer. Isso é importante, um produto in natura.
A gente começa a ter bergamota em março e vai com ela praticamente até setembro. A festa seria no primeiro semestre.
JI – O programa habitacional que seu plano de governo projeta é com recursos do município ou vai buscar parcerias com o Governo Federal? Haveria retirada de pessoas de áreas de inundação?
Cristina – Não posso dizer que vamos ou não retirar pessoas. Essa é uma conversa que a gente tem que ter com nosso munícipe.
Tem a questão do loteamento popular, que já está em trabalho há praticamente, seis a oito anos. Temos que tomar iniciativa e colocar em prática o loteamento popular. Se vai ser naquele local, não sei dizer. Mas vamos ter que achar alguma forma de atender as pessoas que quiserem ser realocadas da beira do rio para outro local.
Não queremos chegar para a população e dizer “vocês têm que sair daqui”. É uma questão de particularidades.
JI – Como será a participação do vice-prefeito no seu governo?
Cristina – O vice-prefeito tem um papel extremamente importante junto ao governo. Ele tem que ser uma pessoa ativa, que trabalhe com a gente em tempo integral. É uma pessoa que vai ter responsabilidades e deve ser empático. A empatia é a principal coisa que a gente tem que ter com nossa população. Temos que trabalhar e se colocar no lugar do outro.
JI – Qual sua mensagem final?
Cristina – A primeira coisa que quero falar com a população de Pareci, é dizer que sou aquela pessoa que todos conhecem, aquela pessoa simples, que convive com todos da mesma maneira. Somos pessoas simples, pessoas de produção primária, conhecidas, amigas, parceiros. Quero ser uma prefeita conectada com a comunidade, sempre trabalhando juntos, sempre procurando a todos, visitando a todos.
Peço uma chance, uma oportunidade de mostrar quem a Cris pode ser como gestora do município, a pessoa que pode fazer a mudança em Pareci.