O estelionatário usa brique de vendas pela internet para oferecer cartões
Na rede social, ele se apresenta como Luís Fernando e oferece cartões de crédito em páginas de venda e troca de móveis e objetos. Em Montenegro, o golpe foi registrado na página Tá Pra Brique. O falsário negocia cartões de crédito com limite de R$ 5 mil pelo custo de R$ 300,00. A oferta diz ainda que não importa se o nome do interessado tiver alguma restrição junto aos órgãos de proteção ao crédito. O “vendedor” de cartões de crédito disponibiliza número para contato e faz negociação via WhatsApp.
A reportagem do Jornal Ibiá conversou, através de mensagens, com o fornecedor. Passando-se por um “cliente”, foram solicitadas informações sobre o processo de aquisição do mesmo. O golpista, que tenta fazer negócios, afirma que trata-se de um cartão comum. “Funciona igual a qualquer outro cartão de crédito, a diferença é que vai em nome de laranja”, explica. “Você não paga a fatura nem saca dinheiro, ele é feito só para compras. Lembrando que você paga apenas o valor que eu cobro para te disponibilizar o cartão, usa até estourar o limite e descarta”, detalha.
Segundo Luís, o cartão é entregue, juntamente com um número de CPF e senha, pronto para ser usado. A compra ocorre de forma simples. O interessado deposita o valor cobrado (R$ 300,00) em uma conta no nome de Cleber Soares, possivelmente um laranja – pessoa cujo nome é utilizado por outra para cometer fraude. Conforme o estelionatário, o comprador recebe o cartão em até 24 horas após efetuar o depósito solicitado. O envio é realizado por meio de Sedex.
O “comerciante” diz que os cartões são fornecidos em Goiânia (GO), mesma cidade onde fica localizada a agência bancária da conta indicada para o pagamento da compra do cartão. Ele também oferta outras alternativas de valores e formas de pagamento, com cartões de crédito com limites de R$ 1.500,00 e R$ 3 mil, que podem ser pagos metade do valor no pedido e o restante após o recebimento.
Delegado alerta sobre promessa de dinheiro fácil
O titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Montenegro, Paulo Ricardo Costa, relata que o golpe da venda do cartão de crédito virou moda, assim como tantos outros casos de estelionato praticados no país. Contudo, a ousadia dos golpistas em usar as redes sociais para fazer negócio é algo que chama a atenção da Polícia.
Conforme o delegado, em Montenegro ainda não houve registro de pessoas que tenham caído nessa modalidade de estelionato. Mas os cidadãos devem estar atentos para, diante de falsas promessas, não sucumbir à ambição. “Esse golpe, assim como outros tantos, oferece vantagens bem maiores do que o valor dispensado pelo cidadão. Com isso. ele acaba sendo seduzido e entra no golpe”, comenta.
O delegado acredita que não há cartão algum para ser encaminhado ao comprador. Para ele, após receber o valor do depósito, o estelionatário rompe a relação com o “cliente”. “O cidadão que depositar o valor solicitado pelo golpista não vai usufruir do ilícito pretendido. É pouco provável que isso exista”, observa.
“A gente alerta para que as pessoas não se deixem enganar com a proposta de dinheiro que cai do céu”, destaca. O policial ressalta ainda a importância da denuncia de casos como esses.