Ginástica para a mamãe, diversão ao bebê

Carrinhos estacionados no fundo da sala. Bebês tranquilos, alguns já com olhar curioso para as bolas, espelhos e luzes à sua frente. E mães dispostas a queimar algumas calorias, mas mantendo os herdeiros sempre à vista. É a ginástica para mães e bebês, oferecida pelo Sesc, sempre nas segundas e quartas-feiras. Enquanto as mães se exercitam, os bebês se divertem e interagem. O exercício físico é muito importante para elas, afinal, após os meses de gestação, recuperar a forma física não costuma ser tarefa fácil.

A educadora física Débora Chimene Klein é quem ministra as aulas. Ela, que em breve também será mamãe, propõem os exercícios, intercalando atividades de dança nas quais as mamães se movimentam tendo os bebês no colo e, também, realizam séries que trabalham membros superiores, inferiores e abdômen. “Cada aula é diferente. Tem dança, tem agachamento, abdominal. Elas correm, saltam. É bem variado”, explica Débora.

A aula dura mais ou menos 40 minutos e tem suas peculiaridades. Um aleitamento pouco antes de começar, parada quando um dos bebês chora. “Quem é que não está gostando?”, logo Débora pergunta. É que os exercícios com bebês no carrinho ou no solo não são os favoritos das crianças. E por que seriam? Melhor mesmo é ficar no balanço e recebendo colo enquanto as mães dançam.

A aula tem ciclos e ocorre muito através da divulgação entre as mães. Uma gestante ou nova mamãe avisa a outra e, quando se percebe, a turma está fechada. Para participar, é necessário que o médico já tenha liberado a parturiente. Em geral, após 60 dias do parto é possível. Mas há casos que ocorre antes. “Tudo depende da mãe estar bem. Quando é parto cesariana pode demorar um pouco mais”, diz Débora.

Já o limite para participação é o bebê iniciar a caminhar. “Porque aí não tem mais como segurá-los”, brinca a educadora física. Infelizmente, porém, grande parte das mamães deixa a aula quando os quatro meses da licença maternidade terminam. O ideal é que nesse momento cada uma inicie outra atividade física e a adapte à sua rotina.

“Se não fosse com ele junto, eu não faria nenhuma aula”
Mesmo que todas as atividades sejam pensadas para o condicionamento físico das mães, são perceptíveis as vantagens que os bebês têm. Essa é uma forma de eles interagirem com outras crianças da mesma faixa etária. E, da forma deles, os bebês se entendem. Maria Eduarda Emanuelli tem agora cinco meses. Mas já é experiente na ginástica. Tinha apenas 50 dias quando começou. Sua mãe, Jéssica Carvalho das Chagas, de 25 anos, apesar de ter feito cesárea, teve uma recuperação rápida e foi autorizada a se exercitar cedo. “Ela fica toda faceira, interage com os outros bebês e adora dançar. As músicas e o agito a agradam. Quando vai pro carrinho ela reclama”, conta a mãe de primeira viagem que a percebe mais calma depois da aula.

Pedro Mello tem quatro meses e há uma semana frequenta as aulas. De tão tranquilo que estava, passou parte do tempo adormecido enquanto a mãe se exercitava. A mamãe, Vanessa Ceriotti, de 28 anos, comenta de benefícios para ela e o filho. “Ele vê outros bebês e a música lhe faz bem”, diz. Já para ela, está sendo uma ajuda e tanto para recuperar o corpo após a gestação. E não apenas o peso. “O aleitamento ajuda a perder peso. Mas tudo voltar pro lugar é difícil. E a gente quer recuperar o corpo, sem ficar com flacidez. Agora, se fosse pra eu fazer uma aula sem ele, não faria”, explica Vanessa, que tem na ginástica um momento especial com o filho.

Hugo Orth tem dois meses e meio e é o segundo filho de Rossana Orth, de 36 anos. Na gestação do primogênito, Igor, hoje com cinco anos, ela fazia mais atividades físicas. Mas, dessa vez, parou de jogar vôlei ainda no segundo mês de gravidez. Apenas 40 dias após o parto ela e Hugo começaram a frequentar as aulas para mães e bebês. E assim será até outubro, quando sua licença termina. “É uma oportunidade para falar com outras mães. Uma troca de experiências”, diz Rossana.

Preparo físico das mães leva a adaptações nas aulas
Não é incomum mulheres sedentárias passarem a ter uma vida mais ativa e saudável após serem mães. Em geral isso ocorre porque se antes não se dava tanta atenção assim à saúde, a partir do momento em que se tem um bebê, passa-se a ver o mundo de outra forma. Vanessa Ceriotti conta que nunca teve uma atividade física regular. Por vezes, iniciou uma prática, mas não levou muito adiante.

Durante a gestação de Pedro, porém, isso mudou. Em Porto Alegre, ela realizava sessões de hidroginástica para manter a ela e ao bebê que carregava, saudáveis. E assim que pode, entrou para a ginástica. Sem dúvida, o nascimento de Pedro fez bem pela sua saúde. “Ele é um motivo a mais para frequentar a academia”, brinca.

Mas nem toda gestante pratica exercícios como Vanessa. Por isso, e também pelo pós-parto, ao entrar na ginástica mães e bebês, é necessário respeitar os próprios limites. “Todo exercício é adaptado para elas. As que já estão há mais tempo podem utilizar caneleiras com peso ou fazer um exercício mais difícil. As que estão chegando precisam ir mais devagar”, conta Débora. No início é feito uma avaliação física e, ao final, elas são medidas e pesadas para avaliar os resultados. “Todas querem resultados, é claro. Mas aqui é também uma grade diversão e um relaxamento às mães”, finaliza.

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