Sonho de infância vira realidade
“Sempre fui apaixonado por miniaturas de carrinhos. Não só pelas miniaturas, mas pelos carros em si,” compartilha José Danilo da Siqueira, 49, também conhecido como Giga, devido ao nome de seu estabelecimento comercial. O fascínio por esses pequenos objetos – não só carrinhos, mas também motos, bonecos e outros artigos – começou na infância, mas foi apenas na vida adulta que ele conseguiu realizar o sonho de colecioná-los.
“Quando eu era criança, os carrinhos bonitos eram caros, e não podíamos comprar”, recorda. Aos 26 anos, enquanto passeava por Porto Alegre, José encontrou um carrinho que chamou sua atenção de uma maneira especial. Foi então que decidiu, há mais de duas décadas, tornar-se um colecionador.
Adquirindo um ou dois carrinhos por mês, sua coleção cresceu tanto que ele perdeu a conta dos itens. Inicialmente guardada em casa, a coleção ganhou um novo lar há 13 anos, quando ele inaugurou sua lancheria e resolveu exibir suas miniaturas em prateleiras de vidro. Para sua surpresa, os clientes ficaram encantados.
“Tem mais uma caixinha em casa que não cabe aqui. Vou ter que arrumar mais uma prateleira,” diz ele. “Sempre tem novidades. Quando lançam um carro novo, logo surgem as miniaturas, e minha paixão só cresce. Se sei de um lançamento, me empolgo e preciso comprar.”
José prefere as miniaturas que mantêm uma escala uniforme e que são detalhadas, com portas e capôs que se abrem. “Algumas têm um lugar especial no meu coração, como o Fox laranja. Ele vira a direção, abre as portas e o capô, é muito realista.” Ele também tem uma Ferrari dos anos 90 e réplicas de Kombis e Fuscas, embora seus preferidos sejam os modelos antigos, apreciados pela criatividade em suas réplicas.
“Para muitos, o sonho pode ser tocar um instrumento ou colecionar facas ou armas. Para mim, são essas miniaturas, tanto de carrinhos quanto de bonecos,” afirma José. “Só de olhar já me sinto satisfeito. E quando os clientes elogiam, isso me dá ainda mais ânimo. Muitas pessoas gostam.”
O Futuro da coleção
José planeja expandir sua coleção, incorporando miniaturas de personagens da Marvel e da DC. “Quero uma prateleira de vidro para exibí-los. Se ganhasse mais itens de presente, minha coleção seria ainda maior,” diz ele, ao comentar que todos os colecionáveis foram comprados por ele próprio. Ele também sonha em criar uma paisagem completa com suas miniaturas – com montanhas, prédios e luzes, uma espécie de “mini-mundo” ao alcance de seus olhos. “Quando me aposentar, vou fazer isso,” projeta.
Coleção não é brinquedo
Para José, carrinhos não são vistos como brinquedos infantis. “Brinquedos de criança são de plástico. Meu neto de dois anos pede para brincar com meus carrinhos, mas dou a ele os de plástico que guardei”, conta. A neta mais velha, de cinco anos, também tentou, por muito tempo, ter acesso aos itens do avô, mas ele não “amoleceu”.
Ele fica feliz com os olhares e elogios à sua coleção, mas não gosta que os objetos sejam tocados. “É para serem admirados”, completa.