Técnicos do Mapa levarão relatório e reivindicações a Brasília
A realidade da agricultura do Vale do Caí foi apresentada ao Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura, Pecuária, e Abastecimento (Mapa); para que agora as leve a Brasília e de lá venham soluções. A quarta-feira, 3, foi inteiramente para ouvir, relacionar e visitar propriedades em Montenegro e Pareci Novo. Pela manhã, os oito integrantes técnicos do Gabinete e sete da Superintendência do Mapa no estado se reuniram no Cetam (Centro de Treinamento) com representantes das prefeituras e das Emater das duas cidades, mais Brochier, Maratá, São José do Sul e São Pedro da Serra.
Dos governos municipais veio a demanda de reestruturação das estradas rurais, fator que afeta o escoamento do pouco que restou das produções agrícolas; além da trazer problema ao transporte escolar e aos veículos da Saúde Pública.
Mas os gestores também estão preocupados com a retomada econômica no geral, inclusive dos próprios orçamentos municipais, devido ao impacto das perdas em longo prazo no campo.
Dos produtores rurais, o apelo é por socorro para uma retomada, mas sem perder de vista as dívidas atuais e futuras que possam contrair. Por exemplo, foi pedido extensão nos prazos de carência aos custeios por meio do Pronaf. “Saiba que vocês não estão sozinhos”, declarou a coordenadora do Gabinete no Vale do Caí, Ana Lúcia Gomes.
Vistorias ‘in loco’ AO relatório
As vistorias técnicas começaram pela localidade de Morro Montenegro, onde o casal Rui e Laura Schneider perdeu quatro cabeças de gado para as águas do Caí. Os integrantes do Gabinete souberam que o produtor está usando sua aposentadoria para comprar ração aos cerca de 50 animais restantes, que não morreram de fome graças à ajuda da Emater, que recebeu doações de Santa Catarina.
“Os bichinhos precisam comer, não podem sofrer mais”, definiu Rui. O secretário da Agricultura de Montenegro, Ernesto Kasper, calcula entre 500 e 600 cabeças de gado mortas em toda Zona Rural do município. O relato de perda de milho silagem e dos campos de pastagem se repete por todo o Vale.
Em Pareci Novo, o gabinete esteve em três locais. Na comunidade Bananal, uma das mais afetadas, os integrantes caminharam pelo que restou do pomar de citros de Ivan Carlos Viegas. Apesar das árvores ainda em pé, a produtividade é incerta. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente da cidade, Jefferson Gonçalves, se emocionou ao relatar a situação de citricultores que, diante da perda de 100% da safra, se tornaram empregados no pomar de vizinhos. Uma situação que pede atenção também ao psicológico dessas pessoas.