Reitor interino da instituição participa de reunião e traz esclarecimentos
Nessa quinta-feira, 10, a Fundarte realizou uma reunião com o reitor interino da UERGS, Fernando Garagna, com a presença de representantes do Executivo, Legislativo, Câmara Municipal de Vereadores, professores, alunos, ex-alunos, Conselho Municipal de Cultura e imprensa para tratar da saída da instituição da Cidade das Artes. A diretora executiva Júlia Maria Hummes enfatiza, inicialmente, que a Fundarte não recebeu nenhuma informação oficial de que uma decisão havia sido tomada e que a UERGS iria para Porto Alegre. “A Fundarte dedica muito do seu tempo para a UERGS. Eu acho uma falta de consideração com a gestão e com Montenegro a saída daqui”, destaca Júlia. O prefeito Gustavo Zanatta, assim como o presidente da Câmara Talis Ferreira e vereadores presentes também esclareceram que ouviram boatos, mas não receberam nada oficializado.
Zanatta reitera que a administração municipal nunca teve o interesse da saída da instituição da cidade. “Muito pelo contrário, queremos construir e ser parceiros. Temos um local específico cedido para a UERGS no bairro Panorama para que lá seja o futuro da instituição e não tenha que ir para Porto Alegre. Tentamos buscar recursos para construção na área”, explica. Talis, representando a presidência da Câmara, destaca que o sentimento é de indignação pela maneira como o processo ocorreu. “Estamos em um consenso na cidade. A comunidade, Legislativo e Executivo querem que a UERGS permaneça aqui. Ficamos muito chateados ao ouvir rumores e nem fomos procurados para discutir o assunto. Não teve nada oficializado até hoje”, diz.
Por sua vez, o reitor Fernando afirma que o processo de ingresso da UERGS em Porto Alegre passou pelo conselho superior da instituição e que a decisão está tomada. “O conselho votou e de vista formal a decisão está tomada. Acho difícil reverter, mas não impossível. A movimentação é justa”, salienta. Dentre os motivos para a ida da instiuição para a capital, estão dificuldades enfrentadas para manter a oferta dos cursos na unidade de Montenegro, referindo-se ao pagamento de aluguel (valores anuais que variam entre R$500.000,00 a R$600.000,00) do espaço compartilhado com a Fundarte, desde 2001.
A situação do campus foi descrita, ainda, em nota assinada pelo reitor Leonardo Alvim Beroldt da Silva como “limite de evasão e de ociosidade de vagas, e de falta de transporte, de espaço e de infraestrutura”. Fernando destaca que, um dos argumentos utilizados foi a dificuldade de locomoção de alunos de Porto Alegre para participar das aulas em Montenegro e que a área reservada para a instituição na capital, mesmo que não finalizada, “é boa e outros cursos podem ser incorporados”.
Ainda, Fernando pontua que, “se houver condições adequadas pode haver o acordo ou convencimento” para que a UERGS continue em Montenegro. “Me proponho a abrir espaço para este diálogo. É uma questão técnica e eu não posso tomar partido, mas o parecer mostrava vantagens na ida”, destaca. Dito isso, o reitor afirma que, o que é possível de ser feito, deve ser realizado democraticamente para a tentativa. “Se houveram falhas no processo, têm que ser esclarecidos, mas isso depende da organização de vocês”, acrescenta.
Talis afirma que ainda não havia ocorrido nenhuma manifestação quanto a decisão porque não estavam sabendo da oficialização. Todos os presentes, incluindo o Executivo e Legislativo deixaram claro que a Cidade das Artes irá lutar para a permanência da URGS em Montenegro, recorrendo a professores, ex-professores, alunos, ex-alunos, governo do Estado e até mesmo da presidência da República. “Já estamos em contato com o governo do Estado para marcar data para levarmos esta questão”, reitera Zanatta.