Problemas estruturais também são cobrados da Administração
Assunto muito questionado pelo Círculo de Pais e Mestres (CPM) da Emei José Flores Cruz, a fossa ao lado das salas de aula causa preocupação constante para a comunidade escolar. Juliani Hansen Motta é, além de membro do CPM, mãe de um dos mais de 300 alunos da creche. Nesta semana, ela divulgou uma nota de desabafo no Facebook. Segundo Juliani, em julho de 2022 uma máquina da Prefeitura Municipal estava realizando um serviço e acidentalmente ocasionou este buraco na fossa que vem crescendo a cada dia. A indignação se dá pela falta de retorno da Administração para resolução da demanda desde então.
Ela conta que após dois meses do acidente, foram abertos inúmeros protocolos e pedidos de providência. “Diante da falta de retorno da Administração Municipal, o CPM e pais se mobilizaram, solicitaram e participaram de uma reunião com o Prefeito e equipe responsável, afim de tratar dessa fossa aberta, bem como sobre a estrutura comprometida, coluna de sustentação do piso das salas de aula”, explica. Pelo menos três colunas, importantes pilares que sustentam as salas, estão esfarelando em grandes pedaços de concreto.
Sobre a fossa, chegou a ser aberto um processo de licitação. Mas, diante do período de espera que Juliani cita oito meses, a lona que foi instalada no local como “medida temporária” já está rasgada. Assim, o mau cheiro tem se tornado insuportável, além da infestação de mosquitos. Já sobre o piso, Juliani conta que várias equipes já visitaram a escola. “Na última, foram para inativar as salas mais comprometidas, resultando na realocação das crianças para outras salas, gerando superlotação, que neste calor e sem ar condicionado é desumano”, desabafa. “Queremos providências urgentes, ou seja, resolução, não somente ações temporárias”, acrescenta Juliani.
Ela expõe que o mau cheiro é tanto que a possibilidade de abrir as janelas são anuladas. “Ou passamos calor sem fedor, com as janelas fechadas, ou passamos menos calor com fedor e as janelas abertas”, relata. Nenhuma sala da creche possui ar condicionado. Juliani ainda relembra que há anos existe um projeto de ampliação da rede de energia para a Emei, que possibilitaria a instalação de ar condicionado em todas as salas. “Quando questionamos em relação ao status do projeto, também temos pouco retorno de informação”, conta.
Ainda na publicação feita em sua rede social, Juliani destaca a decepção pela situação. “Essa querida escola “não tem vitrine”. Ela fica em um local bem escondido, em uma rua com fim, rua essa que quem chega lá são apenas os moradores, alunos e profissionais da escola”, afirma. “Quase que esquecida. Mas não podemos esquecer que lá batem mais de 345 corações, e que sim, eles fazem parte do presente e nosso futuro, futuro da nossa querida Montenegro”, enfatiza.
O que diz a Prefeitura?
Após contato via assessoria de imprensa, a Administração Municipal argumenta que tem conhecimento dos problemas da escola e está tomando as providências necessárias para solucioná-los. “Sobre a fossa, já foi publicado o edital para a contratação de uma empresa para fazer o conserto. A abertura ocorrerá dia 5 de abril e, logo depois, começam as obras”, diz a manifestação. No que diz respeito à infraestrutura, incluindo a interdição das salas, a Secretaria Municipal de Obras Públicas afirma que está elaborando projeto para realização dos trabalhos em caráter emergencial, o que também deve agilizar o processo. A expectativa é executar tudo no primeiro semestre.