Ação estimula a agricultura sustentável, com conhecimento científico e benefícios à sociedade
Dados da Secretária Estadual do Meio Ambiente (Sema) apontam poluição nos principais afluentes do Rio Caí, que são os arroios Cará, Cadeia, Forromeco, Mauá, Maratá e Piaí. Os principais usos da água nesta bacia se destinam à irrigação, uso industrial e abastecimento público. A exploração agrícola intensa e o desmatamento das encostas declivosas e a poluição hídrica no curso médio e inferior são os maiores problemas enfrentados nesta bacia. Discutir este tipo de assunto é uma das premissas do Foro Regional de Agroecologia, que ocorre mensalmente em Montenegro.
Segundo o biólogo, e vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Rafael Altenhofen, o encontro visa incentivar o aumento das propriedades agroecológicas do Vale do Caí. “Agroecologia é uma forma de agricultura sustentável que agrega conhecimento científico e tradicional com benefícios para a produção e sociedade”, destaca Rafael.
Para o Biológo e também Agricultor Luis Carlos Laux “O movimento da agroecologia é muito mais que o plantio, sendo de suma importância na parte social, política e econômica”. Ele ressalta ainda as diretrizes da sustentabilidade, cuidados com o meio ambiente, alimentos orgânicos e poluição dos rios por agrotóxicos.
O Foro Regional de Agroecologia, que é aberto à toda a comunidade, já vem acontecendo há um ano, sempre com reuniões mensais. O grupo participante reside em diferentes municípios da região e entre eles estão produtores agroecológicos, consumidores e instituições apoiadores. Inicialmente visavam somente a venda direta entre produtores e consumidores, mas o mesmo foi se ampliando em virtude da temática que envolve questões muito além da mera relação de consumo. Hoje o debate tem um aprofundamento em questões relativas à saúde, economia solidária, organização comunitária, saneamento e sustentabilidade.
Uma forma de manter nossos rios e solos mais saudáveis
No que se refere às águas dos rios, Rafael Altenhofen, que também é vice-presidente do Comitê Caí, coloca que o sistema de produção agroecológica, por exemplo, é um método que serve de modelo de gestão de recursos naturais nas propriedades rurais, na medida em que melhora a qualidade dos corpos hídricos e também a quantidade de água. “Num
sistema agroecológico, os dejetos animais, que poderiam virar poluição, são tratados como insumos e aproveitados integralmente na propriedade. Não são utilizados agrotóxicos. E para se produzir dessa forma é necessário recuperar a vegetação e a qualidade ambiental da propriedade, contribuindo ainda mais para o tratamento natural das águas e para a retenção dessa água nas propriedades, o que aumenta a reserva da mesma para os rios, além de reduzir os efeitos da erosão dos solos e possíveis assoreamentos”, diz Rafael.
Para saber mais
A coordenadoria do Foro reforça que agroecologia é uma forma de conhecimento que pretende superar os danos causados à biodiversidade e à sociedade como um todo pela prática da monocultura, do emprego dos transgênicos, fertilizantes industriais e dos agrotóxicos. Os encontros acontecem sempre na 2ª segunda-feira de cada mês, a partir das 19h, no salão da Igreja Episcopal Anglicana. Mais informações com Ildo: (51) 99901-3121 ou Rafael: (51) 99615-7404.