Para começo de conversa, poderíamos didaticamente classificar nossa idade de 03 maneiras. Em primeiro lugar, a idade cronológica. Dada pela certidão de nascimento, um número exato, totalmente objetivo e não sujeito a interpretações. Em segundo lugar, a idade biológica. Não reflete nosso ano de fabricação, mas o estado de conservação do nosso veículo. É a idade que aparentamos, que os outros nos dão. E em terceiro, a idade imaginada ou desejada, totalmente subjetiva. Neste quesito, alguns perdem não só o bom senso, mas até o senso do ridículo. Imaginam uma idade que só existe na fantasia.
A humanidade tem de fato muito a comemorar. Mas apesar do aumento da longevidade e da expectativa de vida, o tempo cobra o seu preço de todos. O que muda é a intensidade e a velocidade das mudanças. Revoltar-se contra isto é pura perda de tempo e de energia. Este processo, que é biológico e natural, segue um curso diferente em cada um. Por muitos motivos, a começar por nossa genética. Mas também pelo estilo de vida ou pelas escolhas que vamos fazendo ao longo da existência. E ainda, muito importantes, as condicionantes sociais da saúde, que impactam em nossa qualidade de vida. Tudo isto influencia, e muito, na busca de saúde, beleza e juventude. MENS SANA IN CORPORE SANO, já diziam os latinos: mente sã em corpo são.
Não há dúvida, existe hoje uma busca às vezes amalucada por uma aparência de juventude, desconectada da realidade. O que não é de hoje. Vem do fundo dos tempos, da mitologia greco-romana. Segundo a lenda, um rio descia do Monte Olimpo, a morada dos deuses. Esta fonte teria propriedades mágicas, que tornaria imortais quem bebesse de suas águas.
Cuidados com o corpo, a beleza e a estética, em princípio nada tem de condenáveis. Mas um culto extremado à juventude e beleza corporal, buscados a qualquer custo, como sinônimos de sucesso e felicidade, podem ser uma forma de padronização e ditadura, capaz de gerar frustrações para muitos, e ganhos imensuráveis para outros tantos.
O que dizer do enorme complexo industrial e comercial, voltado para a juventude e a beleza, e que enriquece a tantos? É imenso o portfólio de procedimentos oferecido. Muitas destas intervenções, além dos custos financeiros elevados, podem implicar em riscos para a saúde e a vida. Uma primeira regra a ser seguida, e o motivo deste comentário: procure profissionais e serviços qualificados e que tenham referência. Muitos tem pago um preço elevado demais, com sérias complicações. Como algumas reportagens já mostraram, fazendo cirurgias plásticas em serviços sem referências, no Paraguai ou na Venezuela, marcados por telefone. Ou implantes de silicone industrial aqui mesmo no Brasil. Que pena. Não é fatalidade ou destino, mas pura falta de juízo. Deveriam fazer implantes de bom senso no cérebro. Porque é lá que parece estar o problema de alguns.
Grade abraço.