Festa comemora a história de todos os moradores

1ª edição. Programação pelos 193 anos de chegada dos alemães recebeu a parceria das famílias descendentes

A cidade de Pareci Novo deu um exemplo de como se celebra o folclore e a história. A 1ª Festa da Cultura Alemã, em comemoração aos 193 anos da imigração germânica no Rio Grande do Sul, aconteceu graças à parceria das famílias. Exposições de artesanato, flores, frutas, doces, bolachas e cerveja caseira, além de uma mostra de artefatos antigos, foi o centro do evento iniciado dia 19 e encerrado ontem.

Tudo muito simples, mas que garantiu o resgate de um passado que consolidou o município das flores e frutas. A Sociedade de Pareci Novo, por exemplo, convidou todos para o almoço do Biolo Restaurante e cedeu seu salão para a apresentação do grupo de danças alemãs Frühlingstanzgruppe. Ele existe há 25 anos na cidade de Tupandi e trouxe seis danças coreografadas típicas da Ilha Für.

O secretário de Cultura de Pareci, Gelci Mello, explicou que a presença dos dançarinos é promoção da Prefeitura, com apoio da sociedade. E de fato, a primeira edição teve essa cumplicidade dos moradores, que cederam peças, ferramentas e documentos para a exposição na recém restaurada Casa de Cultura. O espaço abriga o Museu Municipal Delmar Pedro Fell, com rico acervo permanente.

Já no largo da Praça Miguel Arraes, 10 famílias expunham seu acervo particular de itens da colonização. “A comunidade aderiu. É a primeira festa, e vendo que é um resgate histórico, o pessoal já está se organizando para a segunda edição”, afirma Mello. Em 2018, a Administração espera o dobro de famílias engajadas e planeja tornar a Festa da Cultura Alemã anual.

Netos e as heranças dos avôs
Cada banca instalada na calçada era um verdadeiro conto pareciense. Iolenize Krein vendia compotas, biscoitos e geleias, inclusive as exóticas de pétalas de rosa, de hibisco e a de morango com pimenta. Mas de fato era o delicioso Spritzbier o item mais típico. “É uma bebida muito antiga. Um tipo de refrigerante caseiro”, explicou. A receita (água, limão, açúcar e gengibre; os dois últimos garantem a gaseificação natural) foi ensinada por sua vovó Sibila Hörlle. A família mantém vivo esse legado, ainda vive e produz na localidade Porto Maratá com o mesmo amor dos colonizadores.
Do outro lado da rua, um jovem atrai os olhos e o paladar dos apreciadores de cerveja. Elton Kochenborger demonstrava seu processo caseiro de fabricação da bebida. “Faço sem intenção de lucro. Mas no futuro, quem sabe?”, comentou. Sua família também expôs objetos de época.

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