Trecho sem asfalto é marcado por buracos, barro e pó, dificultando a vida dos moradores e de quem transita ali
Não é de hoje que a Estrada Selma Wallauer, no bairro Faxinal, é foco de queixas dos montenegrinos. A via – que faz ligação entre a Estrada Maurício Cardoso, próximo ao Parque Centenário, com a BR-470 – começou a ser asfaltada em 2015, mas os trabalhos foram interrompidos pelo abandono da empresa vencedora da licitação. Hoje os moradores sofrem com pó, barro e inúmeros buracos na via.
Há pressa por uma solução. A doméstica Marlise Lutz mora há 27 anos no trecho não pavimentado. Em certa ocasião, não pode nem ir trabalhar, pois o tráfego de veículos ficou interrompido porque um trecho que alagou após uma forte chuva. Nem o ônibus passava. “Foi sempre assim. Asfaltaram um trecho e o resto a gente não sabe. Está muito ruim”, aponta.
Na casa da doceira Ana Dalva Carvalho, pensa-se duas vezes antes de sair com o carro. Seu filho chegou a ter o amortecedor do veículo quebrado por transitar na buraqueira. “A gente até tem dinheiro para comprar um carro zero, mas não compramos porque ele vai só estragar nessa estrada”, afirma. Na maioria das vezes, o genro de Ana vem do Centro e, ao invés de entrar pela Maurício Cardoso, faz toda a volta até a BR-470, para evitar o trecho não pavimentado.
“É muita buraqueira e muito relaxamento”, desabafa a doceira. Ela relata que o grande movimento de veículos pesados na via intensifica o problema. São caminhões que, para evitar o movimento da BR ou desviar de alguma blitz policial utilizam a Selma Wallauer que, sem uma pavimentação adequada, fica cada vez mais esburacada. “É um pavor”, define.
Transitando em alta velocidade na estrada de chão, esses veículos também levantam muito pó nos dias secos. “Eu passava o dia trabalhando, chegava em casa e dava para ver o pó em cima das coisas”, conta a moradora Marlise. Quem tem ar condicionado precisa limpar constantemente os seus filtros, recheados de pó. Os problemas respiratórios, principalmente nas crianças, também são preocupação constante da comunidade local.
Ações de correção desagradam moradores
Sem saber quando o trecho receberá a pavimentação asfáltica, os moradores reclamam do atendimento que a via recebe. “Eles vêm, dão uma tapeada com a patrola e não resolvem nada”, lamenta a doméstica Marlise Lutz. Muitos dos vizinhos, após a “solução” dada, precisam pegar na enxada para refazer a entrada de suas residências – perdida no solo movimentado da estrada.
Obras estão previstas para este ano, mas sobram dúvidas
São cerca de dois quilômetros e 200 metros de estrada que não tem asfalto. Após a interrupção do serviço, no final de 2015, o município ajuizou uma ação contra a empresa responsável pelo abandono da atividade. Não foi informado se a verba inicialmente prevista teria sido totalmente gasta nesta etapa, mas, em matéria do Jornal Ibiá veiculada em abril do ano passado, a Secretaria de Obras declarou que precisaria buscar recursos junto à União para a conclusão dos trabalhos.
A retomada da obra foi incluída na Lei Orçamentária Anual da Prefeitura para o ano de 2018 – no texto apresentado em Audiência Pública na Câmara de Vereadores, em novembro de 2017. Ontem, a reportagem tentou atualizar o andamento da situação junto à Assessoria de Comunicação, mas não recebeu posicionamento, até o fechamento da edição, sobre datas ou a abertura de nova licitação.