Família de vítima no trânsito aguarda condenação do acusado

Crime. Réu sem habilitação e alcoolizado matou Kellen Bock em colisão frontal

O mês de novembro sempre foi aguardado com entusiasmo pela família Bock, pois no dia 7 é o aniversário da matriarca Carloti . Porém, no ano passado a expectativa em relação à data mudou. No dia 5 de novembro, dois dias antes de completar 38 anos, Carloti perdeu a filha, Kellen Bock, de 18 anos, vítima de um acidente de trânsito. A moto Honda Biz conduzida pela jovem, que sonhava ser biomédica, foi atingida por um automóvel Astra dirigido por Evandro Weber. Ela voltava para casa na localidade de Vapor Velho, após fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Próximo a completar um ano do falecimento da filha, os pais pedem justiça. Após quatro audiências, nas quais foram ouvidas testemunhas do caso e houve a pronúncia do réu, o processo aguarda parecer do Ministério Público de Segundo Grau.

O período é de readaptação para a família Bock. “Ainda está muito difícil. Quase um ano se passou, mas a dor ainda é muito forte. Tem muitas coisas que a gente ainda não consegue fazer”, conta Carloti. Em datas comemorativas, como Dia das Mães, a dor causada pela saudade da filha aumenta.

Mas o pior sentimento perpetuará especialmente a vida da mãe. O fato da filha ter falecido pouco antes de seu aniversário tirou a alegria de comemorar. “Eu achei que em um ano a gente iria superar um pouco, mas a ferida ainda está bem aberta”, afirma a dona de casa.

O pai de Kellen, Marton Bock, se emociona ao lembrar dos planos que a jovem fazia para o futuro e que não poderão ser realizados. A solidariedade é apontada como uma das principais qualidades na personalidade da moça. “Ela sempre gostou de ajudar os outros”, ressalta o pai. Kellen decidiu cursar Biomedicina após acompanhar o sofrimento de uma amiga que teve Câncer aos 16 anos. Ela planejava se formar e trabalhar no Hospital da Ulbra, em Canoas.

Na época do acidente, a morte de Kellen causou grande comoção na região. Testemunhas disseram que o condutor do veículo envolvido no acidente estava alcoolizado. Além disso, ele não possuía Habilitação e fugiu do local sem prestar socorro. “Uma coisa que nos chateou muito foi quando o acusado falou que era totalmente inocente, ele não assumiu o erro que cometeu. Ele disse que estava do lado certo e que ela vinha na contramão, negou ter bebido. Ele confessou que não tinha Habilitação, isso não tinha como negar. Várias pessoas testemunharam contra ele e ninguém a favor”, detalha Marton.

família luta para se recuperar da perda ocorrida em novembro de 2017
“A nossa parte a gente fez, e a Justiça também está fazendo a dela. Vamos acreditar que ele pague pelos erros, pra que outras pessoas inocentes não passem pelo que nós estamos passando. A nossa vida mudou pra sempre. Mesmo que eu tivesse dez filhos, sempre faltaria ela, não existe ninguém pra substituir”, desabafa Carloti. Acesse o portal do Jornal Ibiá e confira a entrevista em vídeo feita com o casal.

Saiba como está a tramitação do processo na Justiça
De acordo com a Promotoria de Justiça de Montenegro, o réu Evandro Weber foi pronunciado, em 11 de julho deste ano. A defesa entrou com recurso e o processo foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), em 16 de agosto.

Desde o dia 29 de agosto, os autos encontram-se com o Ministério Público de Segundo Grau, aguardando parecer.  Na sequência, será designada sessão de julgamento na Câmara Criminal, que poderá resultar na reforma da  decisão de pronúncia. A Câmara poderá desclassificar a imputação, o que significa, que o réu passaria a responder por crime de Homicídio Culposo de Trânsito, cuja pena é menor; ou confirmar a decisão de pronúncia. Se for essa a decisão, o processo vem para Montenegro para a designação de sessão de julgamento.

Relembre o caso
Kellen Bock conduzia uma motoneta Honda Biz no sentido Montenegro/ Campo do Meio, quando, a aproximadamente 100 metros do acesso à BR-470, houve a colisão em uma curva. O acidente aconteceu no final da tarde do domingo, 5 de novembro. Ela morreu no local.

O veículo que seguia na direção oposta, um Astra branco, com placas de Montenegro, invadiu a pista contrária e atingiu a Biz frontalmente, parando cerca de 50 metros adiante do ponto de choque.

Com a frente destruída, o carro foi abandonado sem a chave. O condutor não prestou socorro e desapareceu logo após o acidente. Uma moradora de Campo do Meio relatou ao Jornal Ibiá que minutos antes havia passado de carro pelo Astra, que estava em alta velocidade, e que somente não foi atingida porque desviou para fora da pista.

A moto de Kellen ficou destruída e jogada no matagal ao lado da estrada, que não possui acostamento.

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