Falta de limpeza no conduto preocupa comerciantes

Acúmulo de lixo favorece os alagamentos em dias de chuva forte e requer providências urgentes do poder público

Comerciantes da rua Santos Dumont, no Centro, estão preocupados com a falta de manutenção nas galerias do conduto do Arroio Montenegro. Segundo os empresários, desde que a obra de ampliação da abertura foi concluída, não houve mais limpeza no local. Lixo doméstico e galhos de árvores se acumulam e causam a obstrução parcial do fluxo das águas. Como consequência, em dias de chuva forte, surgem os alagamentos. A secretaria municipal de Viação e Serviços Urbanos anuncia a criação de um cronograma de manutenção no local e a possibilidade de uma nova obra.

Para Marcos Barreto da Cruz, não adianta fazer obras se não houver a conservação e a limpeza da galeria. Foto: Arquivo pessoal

Para o chaveiro Marcos Barreto da Cruz, de 55 anos, a situação do conduto é considerada uma novela. “Eles alargaram a galeria, mas não fazem a limpeza. Assim não adianta nada”, observa. A proximidade do período de chuvas aumenta a preocupação. A loja onde Marcos trabalha já foi invadida várias vezes pelas águas que deveriam escoar no conduto. Marconi Rodrigues Tavares, 59 anos, dono do estabelecimento, chegou a colocar uma placa de proteção na porta para evitar a entrada da água e novos transtornos.

Por muito tempo, Marconi se encarregou de recolher objetos que eram largados nas margens do conduto. “Eu mesmo realizava a limpeza do terreno. Cheguei a colocar uma placa para que não fosse jogado lixo, mas não adiantou”, reitera. Para ele, falta consciência por parte dos cidadãos que descartam o lixo de forma inadequada.

O incômodo causado pelo mau cheiro e a proliferação de ratos é ainda maior que o receio de ter a calçada, novamente, invadida pela água, comenta Arlete Teresinha da Silva, 52, moradora e comerciante do local. “A Prefeitura tem que fazer a manutenção. Quem vai pagar o pato somos nós. Vai vir uma chuva e vai botar todo o lixo pra fora, isso tudo vem pra minha calçada”, diz a proprietária de lancheria.

Limpeza deve ocorrer em breve, de acordo com secretário
O secretário de Viação e Serviços Urbanos, Ivan Lopes, informa que assim que soube da demanda apontada pelos moradores, através do Jornal Ibiá, solicitou ao diretor de Serviços Urbanos, Thiago Petry Pinheiro, e ao chefe da turma de manutenção do serviço de Saneamento Básico, Cláudio Tadeu de Abreu, que realizassem uma visita ao local. Na manhã de ontem, ambos foram até lá.

De acordo com Thiago, o trabalho de retirada dos galhos deve ocorrer nos próximos dias. A remoção do excesso de pedras também está prevista, assim como outras medidas para melhorar o escoamento de água.

Ivan lembra que assumiu a secretaria há menos de um mês e que está providenciando mudanças que visam atender as necessidades apontadas pelos munícipes. Uma delas é a criação de um cronograma de manutenção do arroio, o que até então não existia. “Vamos fazer vistorias dentro das galerias para verificar a situação. Vamos montar um planejamento de limpeza regular”, assegura o gestor.

Em relação ao lixo doméstico, Ivan pede que as pessoas tenham bom senso e parem de descartar materiais na natureza. “A gente convoca a comunidade para nos ajudar a fiscalizar. Abracem a ideia de uma cidade mais limpa. Estamos aqui para dar uma resposta, mas precisamos do apoio de todos”, conclui.

Prefeitura avalia possibilidade de nova obra

secretário Ivan Lopes com o diretor de Serviços Urbanos, Thiago Petry Pinheiro, e o chefe da turma de manutenção, Cláudio Tadeu de Abreu

A secretaria de Viação e Serviços Urbanos estuda uma nova intervenção junto ao Arroio Montenegro. Isso porque a obra realizada durante o Governo Percival não alcançou pleno objetivo. O secretário Ivan Lopes quer uma avaliação da Secretaria de Meio Ambiente e da Procuradoria Geral do Município (PGM) quanto a este assunto.

Ele explica que a ideia é construir novas galerias que permitam ao arroio seguir em linha reta pela rua Capitão Porfírio, até desaguar no chamado “sangão”, atrás do campo do Renner. Hoje o arroio faz uma espécie de curva ao chegar na esquina da rua José Luís, o que, para ele, é um dos motivos de alagamentos no Centro.

Segundo o secretário, a previsão inicial de custos com a obra é de cerca de R$ 4 milhões, valor que deve ser buscado junto ao Governo Federal.

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