Montenegro perdeu, na madrugada desta quinta-feira, dia 1º de dezembro, uma de suas grandes figuras: Ubirajara Resende Mattana, o doutor Mattana – como era mais conhecido. O médico e ex-prefeito de Montenegro faleceu aos 89 anos, deixando uma filha, dois netos e três bisnetos. Mattana era viúvo, sua esposa, Yvone Maria Cosner Mattana, faleceu aos 87 anos em abril de 2021. Sua morte ocorreu por falência múltipla de órgãos.
Os atos fúnebres acontecem na Capela Mortuária São João a partir das 8h. A cerimônia de despedida ocorre às 14h. Seu sepultamento ocorrerá em Caixas do Sul, onde Mattana nasceu, às 17h. A Prefeitura de Montenegro e a Câmara de Vereadores de Montenegro decretaram luto oficial de três dias.
Natural da cidade de Caxias do Sul, o médico era formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Recém-formado, mudou-se para Montenegro no dia 17 de janeiro de 1964 e atuava na área desde então. A chegada no Município foi a convite de um colega que iria se afastar, e ele, então, iria substituí-lo. No fim das contas, o colega não foi embora, mas Ubirajara ficou eternizando suas raízes no Vale do Caí.
Conhecido pela sua atuação como médico da família, foi convidado, por sua popularidade, em 1988 a ser candidato a vice-prefeito de Adolfo Schüler Neto. Mattana aceitou o convite e os dois foram eleitos. Após assumirem, em 1989, Mattana ficou encarregado da pasta da Saúde. Foi, então, criado o primeiro plantão 24 horas de Montenegro, que tinha sede na própria Secretaria.
No entanto, ainda em 1989, Mattana assumiu como prefeito após a renúncia de Adolfo Schüler Neto (que viria a assumir cargo no Governo Collor). À frente do Executivo, ficou conhecido como um prefeito visionário. Foi através de seu trabalho que uma universidade, à época um campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), se instalou no Município pela primeira vez. Ele também implantou nas escolas os primeiros laboratórios de informática e foi responsável por atrair investimentos para a cidade.
Após o final do mandato, voltou a clinicar. No entanto, no começo dos anos 2000, houve uma grave crise no Hospital Montenegro (HM) e Mattana foi convidado a assumir a direção da casa de saúde para, com seu prestígio, tentar levantar recursos para a entidade. Nesse sentido, promoveu diversas ações, como uma caravana de lideranças da região para Brasília.
Ao longo dos anos, Mattana também atuou no INSS e foi um dos fundadores da cooperativa Unimed Vale do Caí – que foi fundada em sua residência. Em 2019, ele teve um ano especial de reconhecimento. No mês de outubro, devido ao Dia do Médico, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) lhe concedeu a Medalha Mérito Médico 2019 por seus mais de 50 anos dedicados à medicina.